O governo Dilma Rousseff
Dilma Rousseff assumiu a
presidência em janeiro de 2011. A política econômica de seu primeiro governo
centrou-se no estímulo ao emprego e ao crescimento econômico por meio de
investimentos públicos, sobretudo no Programa Minha Casa Minha Vida e nas obras
da Copa do Mundo de 2014. A taxa média de inflação, em torno de 6%, subiu pouco
em relação ao governo Lula, que foi de 5,8%.
Os últimos dois anos do primeiro
mandato de Dilma, contudo, foram abalados pelas mobilizações de 2013.
Conhecidos como Jornadas de Junho,
os protestos, que se iniciaram contra o aumento do preço do transporte coletivo
nas grandes capitais, logo se espalharam por todo o país, incorporando pautas
mais amplas: melhorias na saúde e na educação, o fim da corrupção e a
eficiência na gestão do dinheiro público.
Apesar do desgaste do governo,
nas eleições de 2014 Dilma Rousseff derrotou, no segundo turno e por uma
diferença apertada de votos, o candidato Aécio Neves, do PSDB. A disputa
acirrada foi um indicador do processo de polarização da sociedade brasileira.
Dilma iniciou seu novo mandato
sob os efeitos da queda mundial do preço das commodities, que
reduziu o valor das exportações brasileiras. A redução da entrada de dólares
era agravada pela queda da arrecadação, causada principalmente pelas isenções
fiscais que o governo havia concedido à indústria para estimular o consumo.
Depois de uma era de crescimento, o Brasil enfrentava uma grave crise nas
contas públicas e o aumento do desemprego.
À crise econômica somou-se a
crise política, com denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, a maior
empresa pública do país. As denúncias levaram à deflagração da Operação Lava Jato, conduzida pela
polícia federal, encarregada de investigar um esquema bilionário de desvio de
dinheiro da empresa para pagamento de propina a políticos de vários partidos e
executivos de grandes empresas.
Após meses de crise constante com
o Congresso, o governo pode esperar um segundo semestre ainda mais repleto de
obstáculos, ao menos na Câmara. Desde que foi acusado de cobrar propina de US$
5 milhões para viabilizar contratos com a Petrobras, o presidente da Casa,
Eduardo Cunha (PMDB- RJ), reagiu atacando o Executivo e começou a montar uma
pauta- bomba para atingir o Palácio do Planalto.
Cunha autorizou a criação das
CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão e articula não somente deixar o PT fora do
comando dessas comissões como também entregar a presidência ou a relatoria de
uma delas à oposição. Outra medida de Cunha foi despachar 12 pedidos de
impeachment da presidente Dilma para tê- los prontos para serem analisados pela
Câmara.
Além disso, o peemedebista pautou
para agosto a votação de todas as prestações de contas do governo, para limpar
o caminho para as contas de 2014 de Dilma, em análise no Tribunal de Contas da
União.
Haverá ainda, na próxima sessão
do Congresso, a votação de vetos a projetos com potencial de grande impacto nas
contas públicas, como o que altera o fator previdenciário. Semana passada,
Cunha disse haver grande possibilidade deste veto ser derrubado. No Planalto, a
maior preocupação é com o projeto que dobra o reajuste do FGTS.
Enfraquecida pela dificuldade de
ajustar as contas públicas, Dilma também perdia sua base de apoio no Congresso.
No final de 2015, uma equipe de juristas protocolou no Congresso Nacional o
pedido de impeachment da presidente. O governo era acusado de
praticar as pedaladas fiscais, mecanismo que consistiu em atrasar o repasse de
dinheiro aos bancos, obrigando essas instituições a recorrer a recursos
próprios para pagar benefícios como os do Programa Bolsa Família.
As manifestações a favor e contra
o impeachment da presidente se espalharam pelo país, aprofundando
a divisão política na sociedade brasileira. Sob a acusação de crime de
responsabilidade, em abril de 2016 a Câmara dos Deputados aprovou o impeachment de
Dilma Rousseff. Em agosto, a decisão da Câmara foi confirmada pelo Senado.
Presidente Dilma e o seu vice Michel Temer.
Justiça mantém decisão que isenta Dilma Rousseff de “pedaladas fiscais”. Sentença também isenta o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
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