quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Conjuração Baiana

 A Conjuração Baiana



Conjuração baiana


O que foi a Conjuração Baiana?


A Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates foi um movimento político popular ocorrido em Salvador, Bahia, em 1798.

É também conhecida como "Conspiração dos Búzios" ou "Revolta dos Alfaiates", por ter como principais líderes os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos Santos Lira.


Composição:


A Conjuração Baiana foi composta, em sua maioria, por escravizados, negros livres, brancos pobres e mestiços, que exerciam as mais diferentes profissões, como sapateiros, pedreiros, soldados, etc.



Principais líderes 

Seus objetivos:


Tinha como objetivos separar a Bahia de Portugal, abolir a escravatura e atender às reivindicações das camadas pobres da população.

Influenciada por:

Influenciada pela Revolução Francesa e pela Revolução Haitiana, a Conjuração Baiana foi fortemente reprimida. Seus membros foram presos e, em 1799, os líderes do movimento foram condenados à morte ou ao degredo.

Contexto:

As revoltas dos colonos também atingiram outras regiões do Brasil, como Salvador, na Bahia. Em fins do século XVIII, o aumento dos preços do açúcar no mercado internacional, provocado principalmente pelas guerras de independência no Haiti, estimulou muitos proprietários da Bahia a ampliar o cultivo de cana e a reduzir as plantações de gêneros alimentícios. Como resultado, o preço dos alimentos subiu e grande parte da população começou a enfrentar a fome.


A escassez de alimentos criou um ambiente propício para a revolta, que ficou conhecida como Conjuração dos Alfaiates. A presença das ideias iluministas e as notícias sobre a Revolução Francesa e a independência do Haiti, divulgadas em Salvador principalmente pela Sociedade Maçônica Cavaleiros da Luz, também contribuíram para impulsionar o movimento.


A Conjuração Baiana teve caráter popular e forte conteúdo de oposição à elite econômica e social. A revolta reuniu pequenos comerciantes, soldados, artesãos, alfaiates, negros libertos, mulatos e escravos, além de alguns homens brancos mais abastados.


O primeiro ato da conjuração ocorreu no dia 12 de agosto de 1798, quando alguns locais públicos de Salvador amanheceram cobertos de cartazes chamando o povo à revolução. Vários deles atacavam a administração portuguesa, reivindicavam melhores remunerações aos soldados e denunciavam a corrupção das autoridades.


“O poderoso e magnífico povo bahiense republicano desta cidade da Bahia Republicana considerando nos muitos e repetidos latrocínios feitos com os títulos de imposturas, tributos e direitos que são celebrados por ordem da Rainha de Lisboa, e no que respeita a inutilidade da escravidão do mesmo povo tão sagrado e digno de ser livre, com respeito à liberdade e à igualdade ordena, manda e quer que para o futuro seja feita nesta cidade e seu termo a sua revolução para que seja exterminado para sempre o péssimo jugo ruinável da Europa [...]. O povo será livre do despotismo do rei tirano, ficando cada um sujeito às leis do novo código e reforma de formulário [...].”


A luta pela liberdade


Conheça a seguir as principais reivindicações dos conjurados baianos.

*O fim do domínio português na Bahia.

*A proclamação da república.

*A liberdade de comércio.

*O fim da escravidão.

*O fim das diferenças raciais.


O movimento, porém, foi rapidamente contido. Com a ajuda de delatores, alguns deles membros da elite baiana que participaram da conspiração, as investigações levaram os principais envolvidos à prisão.


A condenação recaiu apenas sobre os negros e os mulatos, que foram punidos com rigor. Os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas do Amorin e os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino foram condenados à morte e executados na forca em 1799.


Assim como ocorreu na Conjuração Mineira, os condenados tiveram os corpos esquartejados e expostos em locais públicos.



Página da HQ Revolta dos Búzios, de Maurício Pestana, publicada em 2014, que conta a história da Conjuração Baiana.



Foto quadro - Conjuração baiana



Exercício pontuado

01 - O que foi a Conjuração Baiana?

02 - Em relação aos níveis sociais, como a Conjuração Baiana era composta?

03 - Quais eram os objetivos da Conjuração Baiana?

04 - A Revolta dos Alfaiates  teve influência de quais fatos históricos? Mencione pelos menos 03 influências:

05 - Como a Conjuração Baiana foi finalizada? O que aconteceu com os participantes?

06 - Por que o aumento do preço do açúcar e a fome serviram de estopim para o início da Revolta dos Alfaiates?

07 - Como a Sociedade Maçônica Cavaleiros da Luz contribui para a Conjuração Baiana?

08 - Quais eram os principais alvos dos ataques da Conjuração Baiana?

09 - Quais eram as principais reivindicações dos conjurados baianos.

10 - Por que o movimento foi rapidamente contido?

11 - Na Conjuração Baiana, quem foi punido? O que aconteceu com essas pessoas?


Próxima aula

A vinda da família real para o Brasil

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Trabalho escravo e trabalho servil

Trabalho escravo e trabalho servil

Formas de trabalho compulsório

A maior parte das sociedades contemporâneas reconhece que todos os indivíduos são livres, têm o direito de aceitar ou recusar um trabalho, de circular livremente e de escolher uma profissão com certo grau de autonomia. Entretanto, a conquista legal desses direitos é muito recente na história, tem menos de cem anos.

No 6o ano você estudou dois regimes de trabalho compulsório, ou seja, que privam o trabalhador da liberdade de escolher o tipo de trabalho que deseja exercer e de abandoná-lo: a escravidão, amplamente praticada em Atenas e na Roma antigas, e a servidão, que predominava em Esparta e na Europa medieval. Qual é a diferença entre essas duas formas de trabalho compulsório?


Ilustração do século XIX que mostra prisioneiros ibéricos sendo vendidos como escravos para representantes do Império Romano.

O trabalho escravo

O escravo, por definição, é aquele que perdeu a liberdade ou que já nasceu sem ela. Ele não é livre para escolher seu trabalho, deslocar-se livremente e decidir sobre sua vida. Não é dono da sua pessoa. Logicamente, a condição do escravo variou de uma sociedade para outra e mesmo em uma mesma sociedade, dependendo deste ou daquele senhor. Mas, a rigor, a escravidão é o extremo da violência contra um indivíduo, pois retira dele a soberania sobre sua própria vida. Assim, por não se tratar de uma condição natural, preferimos usar o termo escravizado, mais adequado para indicar que a pessoa foi submetida a essa situação.

Além de não ser livre, o indivíduo escravizado é uma propriedade do senhor, pode ser utilizado na agricultura, nas minas, nos serviços domésticos, além de ser trocado, vendido ou alugado. Em Atenas, até as reformas ocorridas no século VI a.C., os escravizados eram pessoas empobrecidas que não conseguiam quitar suas dívidas. Depois que essa prática foi proibida, os escravizados passaram a ser estrangeiros capturados em guerras de conquista.

Em Roma e em praticamente todo o mundo antigo, o critério para a escravização de uma pessoa não era a cor ou a etnia. Como a escravidão era imposta aos estrangeiros capturados em guerras, os escravizados poderiam ser oriundos da Europa, da África ou da Ásia. 

A servidão na Europa medieval
Embora tenha havido escravizados na Europa durante a Idade Média, nesse período predominou uma outra forma de trabalho compulsório: o trabalho servil, que variou de acordo com o local e a época.

Em geral, o servo medieval estava preso à terra para o resto da vida, arcava com todo o trabalho na propriedade senhorial e estava sujeito ao pagamento de vários impostos. Ele estava sob a autoridade do senhor, a quem devia obediência e lealdade.

Diferentemente da escravidão antiga e da escravidão moderna, os servos da Europa medieval não eram propriedades do senhor. Eles não podiam ser vendidos, tinham direito a uma parte da terra do senhorio e, juridicamente, sua condição não era de objeto ou de mero instrumento de trabalho.

Tal como acontecia com os escravizados, os servos não estavam submetidos às mesmas condições de trabalho. Os “servos dos domínios” trabalhavam todo o tempo nos campos do senhor e não só nos dias destinados à corveia. Já os camponeses muito pobres, chamados “fronteiriços”, tinham apenas pequenos arrendamentos de terra nas proximidades das aldeias. Em uma condição mais precária viviam os “aldeões”, que trabalhavam por contrato para os senhores em troca de comida.

A seguir, vamos mostrar que a escravidão, pouco praticada na Europa medieval, dominará a cena das terras ligadas pelo Atlântico a partir das viagens marítimas portuguesas.


Cenas de calendário do século XV que representam os trabalhos realizados pelos camponeses nos meses de junho, julho e agosto, respectivamente.

O tráfico negreiro e a escravidão moderna

Quando os portugueses fizeram as primeiras incursões na África, a escravidão era uma prática comum nos reinos africanos, ainda que a venda de escravizados não fosse a atividade econômica central. Em geral, os cativos eram prisioneiros de guerra, pessoas que cometiam crimes ou que não conseguiam pagar suas dívidas. Muitos escravizados trabalhavam com os filhos do senhor, frequentavam sua casa e podiam, com o tempo, adquirir propriedades.

A venda de escravizados passou a ser uma atividade comercial lucrativa e intercontinental a partir do final do século XV e o início do século XVI, com a chegada dos europeus à África e a criação de feitorias na costa africana. Em troca de produtos como armas, fumo e pólvora, os chefes africanos forneciam seus cativos para traficantes europeus, árabes e turcos. Com o tempo, comerciantes das colônias americanas também entraram no negócio.

Os africanos escravizados eram transportados, nos navios negreiros, para as colônias americanas, onde seriam comercializados. O cativo, assim, gerava um lucro dobrado: ao ser vendido pelos traficantes e ao trabalhar nas lavouras e nas minas das colônias americanas. Dessa forma, com a colaboração dos líderes nativos, os europeus transformaram o tráfico transatlântico de pessoas escravizadas em um dos negócios mais rentáveis da época moderna.

Por isso, não é exagero dizer que a expansão portuguesa transformou o mundo. Ela significou o primeiro passo para a chegada dos europeus à América e iniciou o que chamamos de escravidão moderna. Qual é a diferença entre essa nova escravidão e a escravidão antiga? Primeiro, na era moderna, houve uma “racialização” da escravidão. Os indivíduos escravizados pertenciam a um grupo específico, composto de povos negros que habitavam o território africano ao sul do Deserto do Saara.


Pessoas escravizadas partindo para a colheita de café em fazenda do Vale do Paraíba do Sul. Foto de Marc Ferrez, c. 1885.

Os portugueses não foram os primeiros a defender o critério de cor para a escravização de pessoas. O comércio muçulmano de escravizados negros já era praticado no norte da África vários séculos antes de os primeiros navegadores portugueses aportarem na costa africana. Os muçulmanos seguiam os ensinamentos de Maomé, que permitiam a escravização de estrangeiros que não seguissem a fé islâmica.

A escravização islâmica de povos negros nunca teve, no entanto, a abrangência e a importância econômica que teria a escravidão moderna, praticada pelo mundo cristão, tanto da Europa quanto das colônias americanas. Essa é a segunda grande diferença entre a escravidão antiga e a moderna. A quantidade de pessoas escravizadas, a vasta extensão do território por onde a escravidão se espalhou e os lucros gerados por essa prática eram inéditos na história da escravidão.


Representação de europeus negociando pessoas escravizadas na África. Pintura de George Morland, 1788.


 Foto quadro - Trabalho escravo e trabalho servil.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Conjuração Mineira

A Conjuração Mineira


Bandeira da Inconfidência Mineira com as cores da Revolução Francesa e um índio rompendo grilhões.


O que foi a Conjuração Mineira?


A Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira foi um movimento de caráter separatista que ocorreu na então capitania de Minas Gerais, em 1789.


Qual foi o seu objetivo?


O objetivo era proclamar uma República independente, criar uma universidade e abolir dívidas junto à Fazenda Real.


Contexto


A exploração aurífera em Minas Gerais havia gerado uma rica elite urbana, formada em grande parte por contratadores, homens de prestígio que recebiam da Coroa o direito de cobrar os impostos da população mineira. Entretanto, com o progressivo esgotamento das minas a partir dos anos 1760, os contratadores se viram em grandes dificuldades.

A queda na produção aurífera levou à redução dos tributos recolhidos pelos contratadores e, consequentemente, à diminuição da parte destinada aos cofres da Coroa. No início de 1789, as dívidas dos contratadores com a Coroa somavam 1 milhão de réis.

Em 1788, chegou à região das Minas Gerais o novo governador da capitania, Luís Antônio de Castro do Rio de Mendonça, o visconde de Barbacena. Sua tarefa era cumprir a lei da derrama, que obrigava o pagamento de 100 arrobas de ouro anuais para a Coroa portuguesa.


Charge de Eduardo Medeiros satirizando o anúncio da derrama, cobrança compulsória dos impostos devidos pelos colonos da capitania de Minas Gerais, 2014.

Quando foi anunciado que a cobrança dos impostos atrasados seria feita em 1789, acompanhada de uma ampla investigação sobre o contrabando na região, destacados membros da elite econômica e intelectual de Minas Gerais passaram a se reunir em Vila Rica e a planejar um movimento contra o domínio colonial, que ficou conhecido como Conjuração Mineira.

Entre os conspiradores estavam os padres José Rolim e Carlos Toledo e Melo; contratadores endividados, como João Rodrigues de Macedo, Joaquim Silvério dos Reis e Domingos de Abreu Vieira; os poetas Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa; e o alferes Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes por também exercer funções de dentista.


Bandeira da Inconfidência - 1789: Os Inconfidentes. Carlos Oswald, c.1939. Academia de Polícia Militar (MG)

Os conjurados, em sua maioria, tinham frequentado as universidades europeias, onde entraram em contato com as obras de pensadores iluministas e seus ideais de liberdade e igualdade. Essas convicções, somadas ao exemplo da luta pela independência dos Estados Unidos (1776), influenciaram essa elite econômica e intelectual de Minas Gerais a definir os objetivos da conjuração, como veremos a seguir.


Moeda comemorativa do bicentenário da Conjuração Mineira. No Brasil republicano, a figura de Tiradentes foi alçada à condição de herói que se rebelou contra a monarquia.

A sedição que não se concretizou

O plano dos conspiradores era proclamar uma república em Minas Gerais, esperando obter apoio de São Paulo e do Rio de Janeiro. Alguns deles eram contrários à escravidão, mas a maioria defendia sua continuidade por serem donos de escravos.

Os conjurados também propunham o perdão de todas as dívidas com a Fazenda Real; a liberação do Distrito Diamantino para todos os mineiros; o incentivo à instalação de manufaturas na capitania; e a fundação de uma universidade em Vila Rica.

Em reuniões na casa do tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, os conjurados decidiram que o levante deveria ocorrer no dia da execução da derrama. Porém, em março de 1789, Joaquim Silvério dos Reis, um dos contratadores mais endividados, delatou os companheiros em troca do perdão de suas dívidas com a Coroa. Com isso, todos os revoltosos foram presos e enviados para o Rio de Janeiro. O movimento, portanto, não chegou a se realizar.

Do total de 34 conspiradores, 11 foram condenados à morte. Dez deles, porém, tiveram suas penas substituídas pelo exílio perpétuo na África. Somente Tiradentes foi executado em uma cerimônia pública no Rio de Janeiro. Em 21 de abril de 1792, o alferes foi enforcado, e seu corpo, esquartejado. Seus restos mortais foram expostos em postes das cidades mineiras. O ritual tinha força simbólica: mostrar à população o destino de quem se rebelava contra a Coroa.


Em 21 de abril de 1792, o alferes foi enforcado, e seu corpo, esquartejado.



O quadro ‘Tiradentes esquartejado’ (1893), de Pedro Américo (1843–1905)!
Fonte da foto anexa: Profa. Joelza Ester Domingues.


Detalhe de Tiradentes, painel de Candido Portinari, 1948-1949. O painel foi produzido na fase da pintura histórica de Portinari, a partir de 1947, quando o artista deixou de lado a temática social de obras anteriores para retratar episódios e personagens da história do Brasil.


Outras inconfidências

Você sabia que, antes da Conjuração Mineira, houve outras revoltas na região das Minas? As primeiras delas ocorreram em Curvelo (1760-1763), Mariana (1768) e Sabará (1775). O objetivo dessas revoltas, porém, não era romper com Portugal, mas mostrar a insatisfação dos colonos com a expulsão dos jesuítas dos domínios portugueses e com outras medidas tomadas por Pombal. Mesmo assim, essas revoltas já expressavam o desgaste da Coroa portuguesa na América.



 
Foto quadro aula Conjuração Mineira


Exercício pontuado

01 - O que foi a Conjuração Mineira?

02 - Sobre a Conjuração Baiana, qual foi o seu objetivo?

03 - Como a exploração aurífera em Minas Gerais gerou riqueza para a elite local?

04 - O que o progressivo esgotamento das minas prejudicou aos contratadores?

05 - Como a queda na produção aurífera prejudicou a Coroa portuguesa?

06 - O que foi a lei da derrama? O que ela previa?

07 - Por que destacados membros da elite econômica e intelectual de Minas Gerais passaram a se reunir em Vila Rica e a planejar um movimento contra o domínio colonial?

08 - Informe o nome de alguns os conspiradores:

09 - Os conjurados, em sua maioria eram:

10 - Além dos ideais iluministas, mencione mais uma influência externa sobre a Inconfidência Mineira:

11 - O que a Conjuração Mineira defendia?

12 - Por que a Conjuração Mineira não deu certo?

13 - Como a Conjuração Mineira chegou ao fim?



Próxima aula

Conjuração Baiana

domingo, 27 de agosto de 2023

Mapão Revolução Cubana

Mapão Revolução Cubana

Mapão (edital de avaliação / orientações para o estudo otimizado) Revolução Cubana


Revolução Cubana 1959

O que foi a Revolução Cubana?

* Contexto antes da Revolução Cubana

- Economia

- Política

- Sociedade

* Como era a participação e os interesses dos EUA na independência de Cuba frente ao colonialismo espanhol?

* O que foi a Emenda Platt?

*  Quem foi Fulgêncio Batista?

* Por que existia insatisfeito com a influência estrangeira no país e com o governo ditatorial de Fulgêncio Batista?

* Qual foi o principal movimento de luta contra a influência estrangeira em Cuba e contra o governo ditatorial de Fulgêncio Batista?

* O que é uma ditadura? Mencione características:

* Quem foi Fidel Castro? Qual foi a sua participação na Revolução Cubana?

* Os revolucionários não pretendiam derrubar o capitalismo na ilha, mas garantir a soberania nacional e realizar reformas para impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país. Quem foi Ernesto Guevara de la Serna, mais conhecido como Che Guevara?

* Como se deu, como ocorreu a Revolução Cubana?

* O que é o foquismo?

* Informe três pretensões do movimento liderado por Fidel Castro:

*  O primeiro ato ocorreu em 1953 na tentativa de derrubar o governo de Fulgêncio, como esse se deu? Quais foram os resultados?

* O primeiro ato para derrubar o governo de Batista foi violentamente reprimido, com muitos mortos e líderes presos. Isso não fez com que a luta terminasse. Já liberto e exilado no México, o que fez Fidel Castro?

* Dentro do contexto histórico da Revolução Cubana, o que aconteceu no dia 1º de janeiro de 1959?

* Inicialmente, Fidel Castro optou por qual projeto político de governo?

*  Fidel Castro optou por um projeto socialista que não estava alinhado com a política soviética, visando implementar um governo que: Cite alguns desejos do novo governo cubano:

*  Para atender os anseios populares relacionados à melhor distribuição de terras e de renda, mencione algumas ações do governo de Fidel Castro neste sentido (diminuir a desigualdade):

* Os contornos que Cuba ia traçando, mesmo sem estar alinhada à União Soviética, ameaçavam os interesses dos Estados Unidos na América Latina. Por isso, eles não tardaram a reagir. Apresente algumas reações do governo estadunidense em relação ao novo governo de Cuba:

* Em abril de 1961, com o objetivo de derrubar o governo revolucionário de Fidel Castro, o governo de Washington e os cubanos anticastristas exilados nos Estados Unidos tentaram invadir a Baía dos Porcos, no sul de Cuba. Como esse plano terminou?

* A fracassada tentativa de invasão levou Cuba a estabelecer uma aliança com o regime de Moscou, que se concretizou, em 1962, com a adoção do socialismo no país e a instalação de mísseis soviéticos na ilha caribenha. Qual fato histórico fez Cuba se alinhar a URSS no contexto da Guerra Fria?

* Qual foi a reação dos EUA em relação a instalação de mísseis soviéticos na ilha caribenha? Essa reação é justificável?

* O que foi a Crise dos Mísseis?

* Como a Crise dos Mísseis terminou?

* O que é um bloqueio econômico e político?

* Quais foram os impactos do bloqueio econômico, político e naval imposto a Cuba pelos EUA?

* Isolada pelo embargo dos Estados Unidos, o que o governo cubano fez para não colapsar? 

* No contexto da Guerra Fria e da relação Cuba x URSS, qual era a importância do açúcar cubano e do petróleo soviético?

* A economia cubana sofreu os danos do bloqueio econômico dos Estados Unidos, que já dura mais de 55 anos. O embargo proíbe a realização de empréstimos, investimentos e relações comerciais com o país inimigo, além de punir com sanções econômicas empresas estrangeiras que negociem com Cuba. Por que mesmo com o fim da Guerra Fria, esse bloqueio permanece até hoje?

* Informe algumas ações dos EUA em relação a aproximação de Cuba à URSS:

* Sob a supervisão da ONU, os soviéticos concordaram em retirar os mísseis de Cuba, com a condição de que os Estados Unidos retirassem da Turquia os armamentos nucleares que haviam sido posicionados na direção da União Soviética anos antes, em 1959. O presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, também se comprometeu afirmando que o país não faria novas tentativas de invasão do território cubano. O que era o “telefone vermelho”?

* Até hoje, Cuba é o país latino-americano com melhor Índice de Desenvolvimento Humano. Cite algumas ações de Cuba Socialista em relação ao amplo acesso dos principais serviços públicos aos cubanos:

* O regime socialista adotado em Cuba universalizou o ensino, reduziu a mortalidade infantil e o desemprego. O acesso à moradia e à saúde pública foi facilitado. Como isso era antes da Revolução Cubana?

* Isolada pelo embargo dos Estados Unidos, Cuba aproximou-se da União Soviética, que se tornou a principal parceira comercial do país. Até o final da década de 1980, a venda do açúcar cubano para os soviéticos, em troca de petróleo, era responsável por cerca de 85% do comércio exterior da ilha caribenha. O que aconteceu com Cuba após o fim da URSS?


Link do material de aula

https://historiaecio.blogspot.com/2022/12/revolucao-cubana.html

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Nordeste açucareiro - Economia e sociedade do açúcar no nordeste da América portuguesa

Nordeste açucareiro - Economia e sociedade do açúcar.



Economia açucareira


Durante os dois primeiros séculos de colonização, o açúcar se tornou o produto mais lucrativo e o principal negócio para a Coroa e para os comerciantes portugueses. Os melhores resultados foram alcançados na faixa litorânea do Nordeste, especialmente em Pernambuco e na Bahia. As duas capitanias foram favorecidas pela maior proximidade da metrópole, pela disponibilidade de terras aráveis e pela existência de rios navegáveis, que facilitavam o transporte do açúcar.


A produção açucareira ocorria nos engenhos. O engenho colonial era composto pela lavoura canavieira, pelas instalações onde a cana era transformada em açúcar, pelas moradias de proprietários e trabalhadores e, muitas vezes, por uma capela, onde se realizavam missas, casamentos e festividades previstas no calendário da Igreja.


No entanto, poucos fazendeiros contavam com recursos próprios para montar uma plantação de cana e arcar com os custos de instalação dos equipamentos utilizados para a fabricação do açúcar. Por isso, a atividade açucareira esteve, desde o início, associada a financistas europeus, principalmente flamengos e holandeses. Eles emprestavam dinheiro para a aquisição e manutenção de maquinário, a compra de escravos e o aumento da área de cultivo. Além disso, eles se encarregavam do refino do açúcar que os portugueses levavam para a Europa.



A produção de açúcar (séculos XVI-XVII) - os dois primeiros séculos da colonização portuguesa na América foi o período de apogeu da economia açucareira na região.


A produção de açúcar no Brasil no século XVII


O açúcar produzido no Brasil fazia parte de uma extensa rede de comércio internacional. Além de gerar lucros aos comerciantes e financistas europeus e de aumentar a arrecadação da Coroa portuguesa, o comércio do açúcar ajudou a impulsionar o tráfico de escravos africanos e a animar a economia de muitas cidades europeias.



Dos engenhos para o mundo


Os engenhos ficavam a meio caminho entre o oceano, conexão obrigatória com a Europa, e os canaviais e as florestas.


Exportações de açúcar do Brasil


O comércio do açúcar se desenvolveu rapidamente. Já no começo do século XVII, através de Lisboa, cerca de 50 mil caixas de açúcar do Brasil chegavam por ano à Holanda. Depois de refinado, o produto era distribuído pela Europa.




As guerras entre Holanda e Espanha durante a União Ibérica e a concorrência do açúcar das Antilhas prejudicaram as vendas do açúcar brasileiro no exterior.


Como era feito o açúcar no Brasil colonial


Até o século XVIII, a produção de açúcar foi uma das atividades mais complexas realizadas na colônia. Os engenhos eram um agrupamento de fábrica, canaviais e matas virgens, onde alguns poucos senhores e trabalhadores livres fiscalizavam o trabalho de grande número de escravizados.



Figura engenho 01



Figura engenho 02 - Seu funcionamento (clique na figura para melhor visualização)


Distribuição da mão de obra em um engenho


Na maior parte dos engenhos, a mão de obra era composta de cerca de 40 escravos e alguns poucos trabalhadores livres; alguns engenhos, no entanto, chegaram a ter mais de 350 escravos. Veja abaixo como era distribuída a mão de obra em um engenho de grande porte no Nordeste do começo do século XVII.

Mão de obra no engenhos de açucar


Em relação ao trabalho dos escravizados nos engenhos, além de trabalharem longas jornadas, viviam em péssimas condições, vestiam trapos, eram açoitados pelos capatazes e se alimentavam muito mal. Trabalhavam tanto na produção da cana, como nas casas senhoriais, ocupando-se da cozinha, faxina, criação dos filhos do senhor, etc.


A produção açucareira era um dos principais pilares da colonização de exploração na América Portuguesa. Dentro deste contexto do mercantilismo e colonização portuguesa, destacamos o sistema de plantation. O plantation consistia principalmente na produção de produtos tropicais em latifúndios monocultores para o mercado externo, utilizando para isso força de trabalho escrava.




O plantation é um sistema de produção agrícola que foi implantado pelas nações europeias em suas colônias. Os historiadores entendem o plantation como uma prática que fazia parte do mercantilismo. O plantation se baseava no latifúndio, na monocultura, no trabalho escravo e era voltado para atender o mercado exterior.


A sociedade do engenho


O engenho colonial, além de ser o coração da produção açucareira, era espaço de convívio social e trocas culturais, de escravidão e resistência. Reunindo senhores, escravos, lavradores de cana, sacerdotes e diferentes tipos de trabalhadores livres, o engenho deu forma, em grande parte, à sociedade colonial. E o Brasil de hoje, em muitos aspectos, é herdeiro dessa sociedade que se formou em torno da produção de açúcar.

Conheça agora os principais grupos sociais do engenho e suas tarefas na economia açucareira.


Os senhores de engenho


Os proprietários do engenho eram chamados de senhores de engenho. Eram detentores de grandes riquezas, terras e escravos e representavam o poder máximo no engenho. Em seu dia a dia, ocupavam-se com a administração da propriedade, com o comércio de açúcar e de escravos e com o pagamento dos trabalhadores livres.


Os senhores de engenho moravam na casa-grande, que era o centro administrativo e religioso da propriedade. As primeiras construções, com paredes de barro e teto de sapé ou folhas de palmeira, tornaram-se depois mais sólidas, com alicerces de pedra e telhados de barro. 


As casas podiam ser térreas, embora as assobradadas (com mais de um andar) fossem mais apreciadas. Essas residências contavam com muitos cômodos. Até o século XVIII, embora fossem espaçosas, raramente eram luxuosas; em geral tinham poucos móveis e objetos decorativos.


É equivocado imaginar que os senhores de engenho mantinham pouco ou nenhum contato com o mundo urbano. Muitos engenhos da Bahia e de Pernambuco, por exemplo, ficavam próximos às cidades portuárias, como Salvador e Olinda, onde vários senhores de engenho tinham residência, negócios e atividades sociais.



Capela e casa-grande no Engenho Poço Comprido, em Vicência (PE). Foto de 2017. Único engenho remanescente do século XVIII em Pernambuco, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Os africanos escravizados


As dificuldades na escravização de indígenas e a demanda crescente por trabalhadores levaram os senhores de engenho a investir na aquisição de escravizados de origem africana. Isso não significa que o trabalho indígena tenha desaparecido completamente. No entanto, a maior parte das atividades nos engenhos era realizada por africanos escravizados.


Além de participar da produção de açúcar, os escravizados de origem africana trabalhavam como marceneiros, barqueiros, ferreiros e pedreiros. As escravas trabalhavam no eito e em diversas atividades domésticas realizadas na casa-grande.


Os africanos escravizados habitavam a senzala, que podia ser construída pelo senhor ou pelos próprios cativos. As construções erguidas pelo senhor eram geralmente grandes pavilhões térreos, retangulares, divididos em cubículos destinados a casais ou a indivíduos solteiros. Já as moradias construídas pelos escravizados eram bastante precárias e destinadas a abrigar uma família.


Uma vez por ano, os escravizados recebiam duas camisas e saias ou calças, motivo pelo qual andavam muitas vezes em farrapos. Era frequente haver nas fazendas teares domésticos para a fabricação desses tecidos, tarefa geralmente executada por escravas.


A vida dos escravizados de origem africana caracterizou-se, sobretudo, pela violência. A retirada forçada da terra natal, a longa viagem nos navios negreiros, os trabalhos pesados e insalubres nas lavouras, minas e instalações do engenho, a alimentação precária, os castigos físicos e a desagregação das famílias foram traços marcantes da escravidão africana no Brasil.



Ilustração representando a moagem de cana-de-açúcar em um engenho.


Os lavradores de cana


Nem todo produtor tinha recursos para a instalação de um engenho. Os produtores de cana que não possuíam engenho eram chamados lavradores de cana. Eles se dividiam basicamente em duas categorias: os lavradores proprietários e os arrendatários.

Os lavradores proprietários cultivavam a cana em suas próprias terras e a moíam em determinado engenho, de acordo com as condições acertadas com o dono do engenho. Os arrendatários plantavam cana nas terras de um proprietário, sendo obrigados a moer a cana no engenho desse mesmo proprietário e a entregar a ele metade ou a terça parte do açúcar produzido.


O grupo social dos lavradores de cana teve muita importância na sociedade açucareira, tanto que, no século XVII, havia em média cinco lavradores de cana para cada engenho na colônia. Entre os lavradores de cana era possível encontrar desde indivíduos humildes, que possuíam dois ou três escravos e enfrentavam sérias dificuldades, até produtores prósperos, donos de vinte a trinta escravos e ligados, muitas vezes, ao comércio açucareiro e à atividade política.



Engenho de Itamaracá, gravura de Frans Post feita para a obra História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil, de Gaspar Barleus, 1647. Note as instalações do engenho, no centro da imagem, e a casa-grande e a senzala, ao fundo.

O trabalho no engenho na visão de Antonil


O jesuíta italiano André João Antonil (1649-1716) chegou a Salvador, na capitania da Bahia, em 1681, permanecendo na cidade até a sua morte. Grande orador e escritor, assumiu atividades administrativas da Companhia de Jesus na Bahia e publicou, em 1711, um importante testemunho das condições sociais e econômicas na colônia no início do século XVIII. Conheça a seguir um trecho em que ele descreve o trabalho no engenho de açúcar.


“Servem ao senhor do engenho, em vários ofícios, além dos escravos de enxada e foice que tem nas fazendas e na moenda e fora os mulatos e mulatas, negros e negras de casa ou ocupados em outras partes, barqueiros, canoeiros, calafates, carapinas, carreiros, oleiros, vaqueiros, pastores e pescadores. Tem mais cada senhor destes necessariamente um mestre-de-açúcar, um banqueiro e um contrabanqueiro, um purgador, um caixeiro no engenho e outro na cidade, feitores nos partidos e roças, um feitor-mor do engenho, e para o espiritual um sacerdote seu capelão [...]”.


ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. São Paulo: Edusp, 2007. p. 79-80.


Trabalhadores especializados


A produção do açúcar também contava com o trabalho de homens livres que realizavam diversas tarefas especializadas e recebiam um pagamento.


Feitor - uma das funções mais importante do processo produtivo.


A palavra feitor é substantivo masculino que significa gestor; quem administra os bens alheios. Capataz; aquele que supervisionava o trabalho escravo.


* O feitor do eito escolhia as terras para o plantio e o tipo de cana utilizado na lavoura e determinava os momentos adequados para o cultivo e a colheita. 


* O feitor da moenda recebia os feixes de cana e controlava a produção do caldo. 


* Acima deles estava o feitor-mor, que controlava o trabalho escravo e garantia o bom estado dos equipamentos.



Significado da palavra feitor


Mestre de açúcar. Garantia a qualidade do produto final. Ele definia o momento em que o melaço estava pronto para ser retirado do fogo e levado à purga.


Outros trabalhadores. O purgador administrava o processo de clareamento do açúcar, enquanto o caixeiro retirava a parte dos impostos que cabia à Coroa.



Feitores açoitando negros na roça, detalhe de pintura de Jean-Baptiste Debret, 1828.



Foto - Quadro da aula 2023


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