Reparações históricas
Desde
a redemocratização, o Brasil criou uma série de ações afirmativas a fim de
reparar injustiças históricas e combater diferentes formas de discriminação,
como os preconceitos de raça, gênero, idade, condição social, origem étnica e
religiosa, orientação sexual ou em relação a pessoas com deficiência.
A
população afrodescendente, por exemplo, ainda sofre com o racismo e a
desigualdade social decorrentes, sobretudo, de mais de três séculos de escravidão.
Os indicadores sociais mostram essa exclusão. Segundo o IBGE, em 2018, o
rendimento médio dos negros era de R$ 934, enquanto o dos brancos era de R$
1.846. Dos 10% com os rendimentos mais altos do país, os negros respondiam por
apenas 27,7%.
A
população indígena no Brasil, historicamente subtraída, enfrenta hoje a
invasão de suas terras por parte de agricultores, pecuaristas, madeireiras e
mineradores. Para superar esses problemas, muitos indígenas reivindicam maior
autonomia e capacitação política e técnica para lidar com os desafios que a
gestão de suas terras pode trazer, como conciliar os interesses de diferentes
povos e estabelecer relações produtivas e justas com os não indígenas.
As
mulheres, por sua vez, enfrentam o legado de uma longa tradição patriarcal.
Elas frequentemente recebem salários inferiores aos dos homens que exercem a
mesma função, além de acumular o trabalho fora de casa com as tarefas
domésticas. Mas, graças aos movimentos feministas, essa desigualdade deixou de
ser naturalizada, e as mulheres têm reivindicado e conquistado cada vez mais
espaço no mercado de trabalho e na política. Essas conquistas, porém, convivem
com uma realidade alarmante: a violência contra a mulher. Apesar de a Lei
Maria da Penha (2006) ter criado uma série de mecanismos para coibir esse
problema, ela não foi capaz de eliminar a cultura do machismo no Brasil.
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