Revolução de 1930
Revolução de 1930 foi o movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, também conhecido como Golpe de 1930, que depôs o presidente da República Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha.
Um golpe de Estado costuma acontecer quando um grupo político renega as vias institucionais para chegar ao poder e apela para métodos de coação, coerção, chantagem, pressão ou mesmo emprego direto da violência para desalojar um governo.
A Formação da Aliança Liberal
Na sucessão presidencial de 1929, ocorreu um desentendimento entre as oligarquias paulista e mineira. Os mineiros esperavam a indicação de seu governador Antônio Carlos Ribeiro de Andrada (1870 - 1946); porém o presidente Washington Luís indicou Júlio Prestes (1882 -1946), governador de São Paulo, como candidato oficial do governo. Diante dessa situação, a oligarquia política de Minas Gerais aliou-se à da Paraíba, formando a Aliança Liberal. Essa aliança lançou a candidatura oposicionista do rio-grandense de Getúlio Vargas para presidente e do paraibano João Pessoa (1878 -1930) para vice presidente.
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada (1870 - 1946) - Governador de Minas Gerais
Júlio Prestes (1882 -1946), governador de São Paulo e indicado pelo presidente Washington Luís como candidato oficial do governo nas eleições de 1929.
Presidente Washington Luís
Getúlio Vargas
João Pessoa
Esse grupo oposicionista (Aliança Liberal) recebeu o apoio de militares remanescentes do movimento tenentista, além de conseguir a simpatia de setores populares urbanos (profissionais liberais). Em São Paulo, a Aliança Liberal se fortaleceu com o apoio do Partido Democrático, que tinha sido criado em 1926. No entanto, como o governo detinha o controle da máquina eleitoral, a eleição foi vencida pelo candidato apoiado pelo governo federal, ou seja, Júlio Prestes venceu o tumultuado processo eleitoral.
Propaganda do candidato do governo, Júlio Prestes para presidente e Vital Soares para vice.
Propaganda da Aliança Liberal (oposição) - Getúlio Vargas para o cargo de presidente e João Pessoa para vice.
Os tenentistas apoiavam a Aliança Liberal na eleição presidencial de 1929
O governo federal possuía o controle da máquina eleitoral, ou seja, com o seu poder e por meio instrumentos de corrupção, como a política dos governadores e o coronelismo, o grupo político de São Paulo conseguiam influenciar no resultado final eleição.
As regiões controladas politicamente pelos coronéis que manipulavam votos eram conhecidas como currais eleitorais. Nesses locais o coronel oferecia ao eleitor trabalho, dinheiro, moradia, para em troca votar em seu candidato. Caso esses "favores" não funcionassem, ameaças e violências aconteciam.
A tomada do poder
A vitória do candidato oficial veio acompanhada de protestos. Os militares oposicionistas começaram a tramar um golpe contra o governo de Washington Luís, mas os líderes da Aliança Liberal não queriam recorrer as armas. Apenas com o assassinato de João Pessoa, em julho de 1930, é que o movimento ganhou forças.
Morte de João Pessoa
Após convencerem os chefes militares ainda resistentes, as tropas rebeldes começaram a se movimentar em 03 de outubro de 1930. A vitória foi rápida: no dia 23 do mesmo mês, os rebeldes já ocupavam a capital federal (cidade do RJ). Houve luta em alguns pontos do país, como Minas Gerais, Pará e Rio Grande do Sul. Esperava-se resistência maior em São Paulo, o que não ocorreu em razão da superioridade dos revoltosos. A Revolução de 1930, como foi denominada por seus idealizadores, saiu vitoriosa. O presidente Washington Luís foi deposto e, em 03 de novembro, Getúlio Vargas assumiu a presidência do Governo Provisório.
Movimentação dos rebeldes e o início da Revolução de 1930
A Revolução de 1930 e Getúlio Vargas
Vargas e o Governo Provisório
O Golpe de 1930 deu início ao período conhecido como Era Vargas (1930 - 1945).
Efeitos da crise de 1929 no Brasil
Como o Brasil era profundamente dependente da exportação de produtos agrícolas, particularmente do café, a Grande Depressão gerou uma difícil situação para a economia do país, acelerando a crise de poder que tirou as oligarquias cafeeiras do comando político da Nação. No entanto, a elite cafeeira ainda era a maior força econômica do país. Assim, o governo de Getúlio Vargas teve que socorres os cafeicultores ao mesmo tempo que procurava contornar a crise financeira. Ele tomou medidas para conter o excesso de produção, proibindo novos plantios e comprando os estoques, a fim de evitar a queda dos preços do produto nas bolsas de valores.
A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira.
Com a crise do café, a indústria passou a ser mais prestigiada pelo governo e pelos investidores, promovendo a produção nacional, como vinha fazendo a maioria dos países afetados pela crise. Isso gerou uma tendência a práticas e tarifas protecionistas, com o fim de desestimular as importações.
Protecionismo: Política de proteção à indústria e ao comércio de um país feita com base na taxação dos produtos importados.
Para socorrer os cafeicultores, o governo comprou e destruiu milhões de sacas de café. Nessa fotografia, o café está sendo incinerado.
Para revisar