Moratória brasileira de 1982 e 1987 - Herança do Regime Militar (1964 - 1985).
Dívida externa
Dívida externa representa o montante de todo recurso financeiro adquirido em forma de empréstimo com agentes financeiros externos, ou seja, internacionais.
Dívida influência o aumento da desigualdade social
A dívida externa é um dos principais agentes de contribuição para o agravamento das desigualdades sociais, pois para o pagamento das dívidas é reservado um grande volume de dinheiro que anualmente deixam de ser investidos no desenvolvimento para sanar a dívida.
O que é uma moratória?
A moratória é um termo econômico que se refere ao adiamento do pagamento de uma dívida ou até mesmo o não pagamento (um calote). No contexto do Brasil, houve casos históricos de moratória, como em 1987, quando o país declarou que não poderia cumprir com suas obrigações financeiras internacionais. Mais recentemente, o termo pode ser encontrado em discussões sobre a economia e investimentos, onde a moratória pode ser usada como uma ferramenta para evitar o desequilíbrio orçamentário devido a dívidas, porém a adoção da moratória poderá gerar consequências negativas no cenário de juros e inflação.
Tipos de moratórias
Existem diferentes tipos de moratória, incluindo hipotecária, fiscal e nuclear, cada uma com suas próprias implicações e contextos de aplicação. Por exemplo, a moratória hipotecária pode ser solicitada por devedores de hipotecas durante períodos de recessão econômica, enquanto a moratória fiscal está relacionada a dívidas fiscais com o Estado.
A primeira moratória da década de 1980.
Além da Copa do Mundo de futebol, o ano de 1982, para a economia brasileira, sempre será lembrado pela crise da dívida externa – provocada pela moratória do México em relação a sua dívida externa – e pela perda de reservas.
A moratória se colocou na ordem do dia em setembro de 1982, quando os bancos privados internacionais cancelaram, de forma intempestiva e unilateral, todos os empréstimos novos ao Brasil, assim como aos demais países latino-americanos.
A moratória de 1982 no Brasil foi um evento significativo na história econômica do país. Em setembro daquele ano, o México declarou moratória de sua dívida externa, o que causou um efeito dominó no mercado financeiro internacional, afetando diretamente o Brasil. Com as reservas em moeda estrangeira esgotadas, o Brasil enfrentou uma crise de crédito e teve que buscar um empréstimo emergencial junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI). No entanto, em dezembro de 1982, o governo brasileiro admitiu a quebra financeira diante de uma plateia de banqueiros em Nova York.
Essa crise da dívida externa foi um dos fatores que contribuíram para o fim do regime militar no Brasil e teve repercussões duradouras na economia do país3. A situação levou a uma nova moratória em fevereiro de 1987, quando o então presidente José Sarney anunciou a suspensão unilateral do pagamento dos juros da dívida externa.
O que é o FMI?
Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional que faz parte do Sistema das Nações Unidas. Foi criado em 1944, durante a Conferência de Bretton Woods, com sede em Washington, D.C., nos Estados Unidos. Atualmente, conta com 190 países-membros.
A principal função do FMI é garantir a estabilidade dos sistemas econômico e financeiro internacionais. Ele busca evitar crises econômicas que possam afetar diversos países e, quando necessário, oferece assistência financeira aos países-membros que enfrentam problemas econômicos. Isso é feito por meio de empréstimos, auxílio técnico e assessoramento nas políticas econômicas.
Além disso, o FMI monitora as condições econômicas globais e identifica riscos, aconselhando seus membros sobre como melhorar suas economias. Em situações de crise, pode fornecer empréstimos de curto prazo para ajudar a estabilizar as finanças de um país.
Em 1987 governo Sarney não aguentou a dívida herdada dos governos militares ("Milagre econômico")
A moratória de 1987 no Brasil foi um evento significativo na história econômica do país. Em 20 de fevereiro daquele ano, o então presidente José Sarney anunciou em cadeia nacional a suspensão unilateral e por prazo indeterminado do pagamento dos juros da dívida externa. A decisão foi tomada devido à falta de moeda forte no caixa do Banco Central para cumprir com os compromissos internacionais.
Essa moratória foi uma medida arriscada e teve consequências profundas para a economia brasileira. As instituições financeiras internacionais se fecharam para o Brasil, o custo da dívida aumentou significativamente, e o país mergulhou em uma crise de crédito da qual só começou a se recuperar nos anos 1990 e 1991. O presidente do Fed (Banco Central americano) na época, Paul Volcker, expressou que a confiança no Brasil havia sido perdida.
Em suma, o devido os altos gastos dos governos militares e acontecimentos históricos ocorridos no cenário internacional na década de 1970 (Guerra Fria, Crise do Petróleo 1 e 2 e outros acontecimentos por exemplo) gerou a consequência onde colocou o Brasil da prática da Moratória, no ano de 1987, período esse que o país deixou de pagar a dívida e os juros das mesmas, então o governo sofreu uma série de pressões externas por parte dos credores, além disso, os capitais estrangeiros migraram para outros países, impedindo a entrada de novos investidores no território, uma vez que esses temiam perder seus capitais. O governo logo após esses embargos, voltou atrás e resolver negociar com o FMI e outros credores, e partir daí definiu o pagamento de parcelas atrasadas.
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https://youtu.be/KD1vZUbeA6I?si=5Pm8WlDsWf5ez659