sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Sacro Império Romano-Germânico

Sacro Império Romano-Germânico (uma união política entre os povos - "confederação")


> De Luís II (antes da formação do Império), passando por Luís,a criança (último carolíngio na Francia Oriental)  e Otão I (1º imperador do Sacro Império Romano Germânico) até a consolidação napoleônica em 1806, após a criação da Confederação do Reno por Napoleão (Franscisco I)


Bandeira do Sacro Império Romano-Gêrmanico



O que foi o Sacro Império Romano Germânico?


O Sacro Império Romano Germânico foi uma entidade política que existiu na Europa Central de 962 a 1806. Era uma confederação de territórios governados por monarcas que foram coroados pelo Papa e que alegavam continuar a tradição do Império Romano. Foi uma das principais forças políticas e culturais da Europa durante a Idade Média e o início da Idade Moderna. Um complexo de territórios multiétnico localizado na Europa Central que se desenvolveu durante a Alta Idade Média e continuou até sua dissolução em 1806. O maior território do império depois de 962 foi o Reino da Alemanha, embora também incluísse o Reino da Boêmia, o Reino da Borgonha, o Reino Itálico e muitos outros territórios.



Território do Sacro Império Romano-Gêrmanico ao longo do tempo.



Como surgiu? 


O Sacro Império Romano Germânico surgiu em 962, quando o rei germânico Otão I foi coroado pelo Papa João XII como imperador do "Império Romano". Isso marcou uma tentativa de Otão I de reviver a ideia de um império unificado na Europa Ocidental, seguindo a tradição do antigo Império Romano. A coroação foi vista como uma legitimidade do poder político de Otão I e uma tentativa de fortalecer sua autoridade sobre os territórios da Germânia, Itália e além.


Quem foi Otão I? 


Filho de Henrique I da Germânia (r. 919–936), um saxão eleito no Reichstag de Fritzlar em 919, conseguiu a aceitação de um Império Oriental separado da parte Ocidenta, fundador da dinastia otoniana, Otão I, também conhecido como Otão, o Grande, foi um rei germânico que reinou de 936 a 973. Ele foi o primeiro monarca do Sacro Império Romano Germânico e é considerado um dos monarcas mais poderosos e influentes do Sacro Império. Otão I expandiu significativamente o território do reino germânico, consolidou o poder real sobre os nobres locais e fortaleceu as relações com a Igreja Católica. Ele também foi coroado imperador do Sacro Império Romano Germânico em 962 pelo Papa João XII, estabelecendo assim a base para a formação e legitimidade do império.


A ligação entre o Império Carolíngio e o Sacro Império Romano-Germânico


Em 25 de dezembro de 800, o Papa Leão III coroou o rei franco Carlos Magno como imperador, revivendo o título na Europa Ocidental, mais de três séculos após a queda do Império Romano do Ocidente. O título continuou na dinastia carolíngia até 888 e de 896 a 899, após ser contestado pelos governantes da Itália em uma série de guerras civis até à morte do último requerente italiano, Berengário, em 924.


O título de imperador voltou a ser usado em 962, quando Otão I foi coroado imperador, reclamando-se o sucessor de Carlos Magno e dando início a uma existência contínua do império durante mais de 800 anos (962 - 1806). 


* 800 - 888 > título de imperador aceito


* 896 - 899 > contestação do título / tentativa de descentralização do poder por parte de governos locais da Península Itálica.


* 924 > morte do último requerente


* 962 retorno da tentativa de centralização via título de imperador coroação Otão I


Seguindo a tradição franca, Carlos Magno tinha a intenção de dividir seu território quando morresse entre seus filhos. Assim que ele morreu, apenas um filho tinha sobrevivido, Luís I, o Piedoso. Luís concordou em herdar todos os domínios de seu pai e o título de imperador. A resolução de Luís de quebrar com a tradição e passar todas suas terras para apenas um filho levou para uma série de guerras civis que terminaram com o repartição de 843. É importante distinguir o Frância Oriental criado pela repartição dos territórios de Carlos Magno em 843 do império. O título imperial foi primeiramente concedido a Lotário I filho mais novo de Luís I, o Piedoso e depois passado a diversos ramos da dinastia carolíngia, frequentemente tendo sido sustentado por não mais que alguns monarcas do norte da península Itálica.


* Carlos Magno > Luís I (o piedoso) > Tratado de Verdun (divisão do império entre os filhos de Luís).


* Os 03 filhos de Luís I (Lotário I, Luís II, o Germânico e Carlos, o Calvo).


* Francia Oriental sob comando caronlíngio de Luís II, o Germânico até o ultimo líder carolíngio Luís III (a criança).



Luís, a criança (último carolíngio)


*A morte de Luís I > Guerra pela sucessão > Tratado de Verdum


Com a morte de Luís I (o piedoso), seus filhos, netos de Carlos Magno, dão início a um período de guerras que duraria por três anos, envolvendo Lotário I, Luís II, o Germânico e Carlos, o Calvo.


Com a aliança militar entre Carlos e Luís II, Lotário é derrotado em 841 e forçado a aceitar o Tratado de Verdun.



Após um período de guerra entre os herdeiros de Luís I, e a vitória de Carlos e Luís II, o Tratado de Verdun, ou Verdum, assinado no mês de agosto de 843, foi um dos primeiros tratados que dividiram o Império Carolíngio em três reinos entre os três filhos sobreviventes de Luís, o Piedoso, o filho e sucessor de Carlos Magno.


A Frância Oriental desenvolveu-se como uma entidade separada até que um não Carolíngio foi eleito como rei no começo do século X. A posterior coroação de seu filho Otão I como sucessor a imperador marcou o início da associação da Frância Oriental com o título de imperador, uma associação que se manteve intacta até a abdicação de Francisco I em 1806. Com a divisão do reinado Franco com o Tratado de Verdun em 843, a dinastia carolíngia prosseguiu independente nas três divisões. A parte oriental ficou sob o domínio de Luís, o Germânico, que foi substituído por diversos líderes até a morte de Luís, a Criança, o último carolíngio da parte oriental.Os líderes da Alamania, Baviera, França e Saxônia elegeram Conrado I dos Francos, que não era um Carolíngio, como líder em 911. Seu sucessor, Henrique I da Germânia (r. 919–936), um saxão eleito no Reichstag de Fritzlar em 919, conseguiu a aceitação de um Império Oriental separado da parte Ocidental (ainda comandada pelos carolíngios) em 921, chamando a si mesmo Rex Francorum Orientalum (Rei dos Francos do Leste). Ele fundou a dinastia otoniana.



Henrique I (o passarinheiro)


Henrique indicou seu filho Otão, que foi eleito rei em Aquisgrano em 936, como seu sucessor. Um casamento-aliança com a soberana viúva do Reino Itálico deu a Otão o controle de toda essa nação. Sua posterior coroação como imperador Otão I (depois chamado "o Grande") em 962 marcaria um avanço importante, quando desde então a realeza Franco-Oriental – e não o Reino Franco Ocidental que era o outro restante dos reinos francos – teria a bênção do papa. Otão ganhou muito do seu poder logo, quando, em 955, os Magiares foram derrotadas na Batalha de Lechfeld.



A Batalha de Lechfeld (10 de agosto de 955) foi um evento decisivo para conter as incursões e saques húngaros na Europa Central, ao resultar numa vitória decisiva para as forças de Otão, o Grande, rei da Germânia, contra os magiares, chefiados por Bultzus, Lehel e Súr. O campo de batalha encontra-se ao sul de Augsburgo, numa planície de inundação ao longo do rio Lech.


O título de imperador voltou a ser usado em 962, quando Otão I foi coroado imperador, reclamando-se o sucessor de Carlos Magno e dando início a uma existência contínua do império durante mais de 800 anos (962 - 1806). Alguns historiadores referem-se à coroação de Carlos Magno como a origem do império em si, enquanto outros preferem a coroação de Otão I como seu início. Os estudiosos geralmente concordam, no entanto, em relacionar uma evolução das instituições e princípios que constituem o império, descrevendo uma assunção gradual do título e do papel imperial.


A dificuldade de centralizar o poder nas mão de uma única pessoa, como fizeram os franceses nas monarquias absolutistas.


O império nunca alcançou a extensão da unificação política formada na França, evoluindo, em vez disso, para uma monarquia eletiva descentralizada e limitada, composta por centenas de subunidades: principados, ducados, condados, cidades imperiais livres e outros domínios.


Poder descentralizado do rei


O poder do imperador era limitado e, apesar dos vários príncipes, senhores, bispos e cidades do império serem vassalos que deviam a obediência ao imperador, eles possuíam também uma extensão de privilégios que lhes conferiam independência de fato em seus territórios. O imperador Francisco I terminou o império em 6 de agosto de 1806, após a criação da Confederação do Reno por Napoleão.


Nesse tempo, o reinado oriental não era "alemão", mas uma "confederação" de antigas tribos germânicas de Bávaros, Alamanos, Francos e Saxões. O império era uma união política que provavelmente sobreviveu por causa da influência do rei Henrique, o Saxão e seu filho, Oto. Embora formalmente eleito pelos líderes das tribos germânicas, eles eram na verdade capazes de indicar seus sucessores.


Isso mudou depois que Henrique II morreu em 1024 sem ter tido nenhum filho. Conrado II, primeiro da dinastia Saliana, foi então eleito rei em 1024 depois de um certo debate sobre. Como exatamente era escolhido o rei aparentava ser uma complicada conglomeração de influência pessoal, querelas tribais, heranças, e a aprovação pelos líderes no que acabou tornando-se o colegiado de eleitores.



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