segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Francos


Os Francos (Reino Franco e o Império Carolíngio)



Os francos


 Quem são os Francos?


Os Francos foram uma confederação de tribos germânicas que se estabeleceram na região que hoje é conhecida como França durante a Idade Média. Eles desempenharam um papel significativo na história da Europa, estabelecendo o Reino Franco e contribuindo para a formação do que viria a ser a França moderna. Seu líder mais famoso foi Carlos Magno, que foi coroado Imperador do Sacro Império Romano pelo Papa Leão III em 800 d.C.



Os francos, povo de origem germânica, esses faziam parte dos povos não romanos, chamados preconceituosamente de bárbaros. Acima, contexto histórico antes de 476 d.C.


Clóvis I - Primeiro rei franco e o responsável pelo início da cristianização da Europa



Clóvis I - Nobre que uniu as tribos francas e auxiliou na formação do reino franco.


Clóvis I, também conhecido como Clóvis, o Grande, foi o primeiro rei dos francos a unir todas as tribos francas sob um único governo durante a Antiguidade Tardia. Ele reinou de 481 a 511 d.C. Clóvis é famoso por sua conversão ao cristianismo, especificamente ao catolicismo, após a vitória na Batalha de Tolbiac contra os alamanos. Sua conversão teve um impacto significativo na história europeia, estabelecendo o cristianismo como a religião dominante entre os francos e pavimentando o caminho para a posterior cristianização da Europa Ocidental. Clóvis também é conhecido por fundar a dinastia merovíngia, que governou os francos até o século VIII.


Dinastia merovíngia



Clóvis e seus sucessores - a dinastía merovíngia (481 - 751 d.C)


A dinastia merovíngia, também conhecida como os merovíngios, foi uma dinastia de reis francos que governou os francos de 481 a 751 d.C. Seu nome deriva de Meroveu, um lendário líder franco do século V e ancestral de Clóvis I, o fundador da dinastia. Os reis merovíngios eram geralmente fracos e dependentes de seus prefeitos do palácio, que exerciam o poder real de fato. Essa situação contribuiu para o surgimento do período dos "reis indolentes". A dinastia merovíngia chegou ao fim com a deposição de Childerico III por Pepino, o Breve, que iniciou a dinastia carolíngia. A dinastia merovíngia é significativa tanto pela sua importância na história dos francos quanto pelo seu papel na transição para a dinastia carolíngia, que eventualmente se tornaria o Sacro Império Romano.


Período dos Reis Indolentes 


O "Período dos Reis Indolentes" refere-se a um período durante a história do Reino Franco, que durou de cerca de 640 a 751 d.C. Durante esse tempo, os reis merovíngios, que descendiam de Clóvis I, tornaram-se cada vez mais fracos e dependentes de seus prefeitos do palácio (também conhecidos como mordomos do palácio), que eram os verdadeiros governantes de fato. Esses prefeitos do palácio eram frequentemente mais ativos e poderosos do que os próprios reis, e a dinastia merovíngia ficou conhecida por sua falta de liderança eficaz, daí o termo "reis indolentes". O período culminou com a ascensão de Pepino, o Breve, que depôs o último rei merovíngio (deposição de Childerico III) e instituiu a dinastia carolíngia.


Carlos Martel (o Prefeito do Palácio responsável pela vitória na Batalha de Poitiers)



Carlos Martel


Carlos Martel, também conhecido como Carlos, o Martelo, foi um líder franco que viveu durante o século VIII. Ele foi o prefeito do palácio dos francos de 718 a 741 e desempenhou um papel crucial na história dos francos e da Europa Ocidental. Carlos é mais conhecido por sua vitória decisiva na Batalha de Poitiers em 732, onde ele derrotou um exército muçulmano invasor liderado por Abderramão Alguebli, governador omíada da Península Ibérica. Esta batalha é frequentemente vista como um ponto de viragem na expansão muçulmana na Europa Ocidental, pois Carlos Martel conseguiu conter o avanço muçulmano para o norte. Sua liderança militar eficaz e sua capacidade de unir os francos contribuíram para a consolidação do poder franco na região e para o início da dinastia carolíngia, da qual seu filho, Pepino, o Breve, e seu neto, Carlos Magno, fizeram parte.


Pepino, o breve



Pepino III


Pepino, o Breve, também conhecido como Pepino III, foi um rei dos francos que governou de 751 a 768. Ele foi fundamental na fundação da dinastia carolíngia, que dominou a Europa Ocidental durante a Idade Média. Pepino foi o pai de Carlos Magno e é mais conhecido por sua colaboração com o Papa Zacarias para depor o último rei merovíngio e instituir a dinastia carolíngia. Ele também expandiu os domínios francos e consolidou o poder real.



Coroação de Pepino em 751, por Bonifácio, Arcebispo de Mainz


A dinastia carolíngia e Carlos Magno 



Carlos Magno


A dinastia carolíngia foi uma família real que governou o Reino Franco e transformou esse no Império Franco e dominando parte considerável da Europa Ocidental durante a Idade Média. A dinastia foi fundada por Pepino, o Breve, que depôs o último rei merovíngio (Childerico III) em 751 e foi coroado rei dos francos pelo Papa Zacarias. O nome "Carolíngia" deriva do nome de seu membro mais famoso, Carlos Magno (Carolus Magnus em latim, que significa "Carlos, o Grande").



Ascensão dos francos


Carlos Magno foi responsável por dar continuidade ao legado dos seus antecessores  (Carlos Martel e Pepino) expandiu consideravelmente o reino franco durante seu reinado, que durou de 768 a 814. Ele foi coroado Imperador do Sacro Império Romano-Germânico pelo Papa Leão III em 800, simbolizando uma aliança entre a dinastia carolíngia e a Igreja Católica. Carlos Magno é conhecido por seu grande patrocínio à educação e cultura, bem como por suas conquistas militares.



Em 25 de dezembro de 800, o rei franco Carlos Magno foi coroado imperador romano pelo papa Leão 3º. Seu domínio ia do Mar do Norte aos Abruzos, do Rio Elba até o Ebro, do Lago Balaton até a Bretanha.


Renascimento carolíngio



Características renascimento carolíngio


O Renascimento Carolíngio foi um período de renovação cultural, intelectual e artística que ocorreu durante o reinado de Carlos Magno, entre os séculos VIII e IX. Durante esse período, houve um ressurgimento do interesse nas artes, educação, literatura e aprendizado clássico, que foi incentivado e apoiado pelo próprio Carlos Magno.


Carlos Magno estabeleceu escolas e bibliotecas em todo o seu império, convidando estudiosos de toda a Europa para se reunirem em seu palácio em Aachen (Aix-la-Chapelle), onde eles poderiam traduzir e preservar textos clássicos, bem como produzir novas obras literárias e históricas.


O renascimento cultural sob Carlos Magno foi influenciado pela tradição literária e intelectual romana e também pela tradição cristã. Muitas obras literárias antigas foram preservadas e copiadas durante esse período, e novas obras foram criadas em latim e em vernáculo.



Freiras e monges copistas. Os monges copistas eram aqueles monges que trabalhavam nos scriptoria escrevendo ou copiando os livros. Também chamados de amanuenses, comumente a estes monges é atribuída grande importância histórica, já que seu trabalho possibilitou que o conhecimento dos antigos chegasse até nossos dias.


O Renascimento Carolíngio teve um impacto duradouro no desenvolvimento da cultura e da educação na Europa Ocidental, estabelecendo as bases para o posterior desenvolvimento do Renascimento e para o ressurgimento do aprendizado clássico na Idade Média e no Renascimento.


A morte do imperador Carlos Magno e o declínio do império


Após a morte de Carlos Magno, seus sucessores governaram o império, mas gradualmente o império começou a se fragmentar devido a divisões territoriais e disputas internas. A dinastia carolíngia chegou ao fim em 987 com a morte do último rei carolíngio, Luís V, e o início da dinastia capetiana na França. No entanto, o legado dos carolíngios teve um impacto duradouro na Europa Ocidental, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento do feudalismo e da cultura renascentista carolíngia.


Tratado de Verdum e os sucessores de Carlos Magno


Carlos Martel > Pepino III > Carlos Magno > Luís (o Piedoso) > SEUS TRÊS FILHOS (Lotário I, Luís, Carlos o Calvo)



Tratado de Verdun


O Tratado de Verdun foi um acordo assinado em 843 d.C. na cidade de Verdun-sur-Meuse, no atual nordeste da França, que dividiu o Império Carolíngio em três partes entre os três filhos de Luís, o Piedoso, que era o filho e sucessor de Carlos Magno. Este tratado é frequentemente considerado como o início do processo de divisão do império carolíngio e como um evento crucial na história da Europa, pois estabeleceu as bases para a formação de futuros reinos e estados na Europa Ocidental.


Tratado de Verdum > Divisão do Império > Divisões que proporcionaram os futuros Estados Nacionais.


De acordo com o Tratado de Verdun, o filho mais velho, Lotário I, recebeu a região central do império, que incluía o que é hoje a França, a Bélgica, os Países Baixos, a Suíça e partes da Itália. O filho do meio, Luís, o Germânico, recebeu a região oriental, que eventualmente se tornaria o núcleo do Sacro Império Romano-Germânico, enquanto o filho mais novo, Carlos, o Calvo, recebeu a região ocidental, que se desenvolveu no que hoje é conhecido como França Ocidental.


Essa divisão teve importantes repercussões políticas e culturais na Europa, contribuindo para o desenvolvimento de identidades regionais e para a formação de futuros estados europeus. O Tratado de Verdun é frequentemente considerado como o evento que marcou o início da separação entre a França e a Alemanha como entidades políticas distintas.

-  Luís, o Germânico, recebeu a região oriental, que eventualmente se tornaria o núcleo do Sacro Império Romano-Germânico = Alemanha e outras regiões.

- Carlos, o Calvo, recebeu a região ocidental, que se desenvolveu no que hoje é conhecido como França Ocidental = França.


Além da divisão, outros fatores que levaram ao fim do Império Carolíngio


O fim do Império Carolíngio pode ser atribuído a uma série de fatores ao longo do tempo, mas um evento significativo foi a divisão do império após a morte de Luís, o Piedoso, filho de Carlos Magno. O Tratado de Verdun, assinado em 843 d.C., dividiu o império entre os três filhos de Luís, dando origem aos reinos da França, Alemanha e Itália, que se desenvolveram de forma independente.


Além da divisão do império, outros fatores contribuíram para o enfraquecimento e eventual fim do Império Carolíngio, incluindo:


1. Fragmentação interna: As divisões territoriais entre os herdeiros de Luís, o Piedoso, levaram a conflitos internos e lutas pelo poder entre os diferentes reinos e territórios.


2. Ataques externos: O império enfrentou ataques frequentes de invasores externos, como vikings, sarracenos e magiares, que enfraqueceram ainda mais a autoridade central e levaram à fragmentação do poder.


3. Fraqueza dos reis: Muitos dos reis carolíngios posteriores eram fracos e incapazes de controlar efetivamente seus territórios, levando à perda de poder e autoridade centralizada.


4. Desenvolvimento do feudalismo: O crescimento do sistema feudal descentralizou o poder, com os nobres locais exercendo mais controle sobre suas terras e recursos, enfraquecendo assim o poder real.


5. Contestação papal: O conflito entre os reis e o papado também contribuiu para a instabilidade política e a perda de poder dos reis carolíngios.


No século X, o Império Carolíngio estava essencialmente fragmentado em uma série de reinos menores e territórios, e o título de imperador deixou de ter uma autoridade efetiva sobre todo o império. O fim do Império Carolíngio é geralmente considerado como tendo ocorrido em 888 d.C., com a morte do último imperador carolíngio legítimo, Carlos III, o Gordo, e o início de uma era de fragmentação política na Europa Ocidental.


Próxima aula

Sacro Império Romano-Germânico

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sábado, 6 de janeiro de 2024

Transformações na paisagem amazônica

Transformações na paisagem amazônica


Amazônia e seus primeiros habitantes


As terras que fazem parte do bioma Amazônia estão distribuídas entre Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Suriname e as Guianas. A maior parte dessa região está situada no Brasil (59%) e recebe o nome de Amazônia Legal. Ela engloba os estados do Pará, Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia e Tocantins, além de parte dos estados do Maranhão, Goiás e Mato Grosso.


O bioma Amazônia abriga a maior bacia hidrográfica do mundo, um terço de toda a madeira tropical do planeta e uma diversidade de plantas e animais. Além disso, na parte brasileira desse bioma reside mais da metade da população indígena do país. Por isso, a preservação da Amazônia não é uma luta apenas ambiental, mas também sociocultural.


Segundo a arqueóloga estadunidense Anna Roosevelt, a ocupação humana comprovadamente mais antiga na Amazônia é de 11.200 anos, que corresponde à idade dos registros encontrados na Caverna da Pedra Pintada, em Monte Ale-gre, no estado do Pará. Os primeiros povoadores amazônicos usavam o interior das cavernas como abrigo e local para praticar sua arte e seus rituais religiosos.


Mas alguns também habitavam abrigos provisórios feitos de madeira e palha, pois mudavam regularmente de lugar.


Os modo de vida dos povos amazônicos


Os registros encontrados no interior das grutas nos mostram alguns aspectos do cotidiano dos povos ama-zônicos. Nas paredes, eles pintavam cenas de animais, pessoas e astros. Além de figuras, desenhavam motivos geométricos abstratos. Também faziam artesana-to. Para produzir instrumentos como facas e lanças, usavam cristal de quartzo e sílex, lascados ou polidos,entre outros materiais.


Registros de cerca de 8 mil anos levam a crer que os grupos humanos da região eram nômades e viviam da caça de pequenos animais, da coleta de frutos e raízes e da pesca. Os moradores da Caverna da Pedra Pintada, por exemplo, eram caçadores-coletores. Alimentavam-se de jutaí (jatobá), pitomba, castanha-do-pará, tucumã e outros frutos. Pescavam peixes, tartarugas, anfíbios e moluscos.


Outras evidências indicam que na mesma época havia grupos humanos vivendo em diferentes partes da Amazonia. Eles nลืo estavam isolados uns dos outros, mas articulados em redes locais e regionais de trocas de produtos, migrações e guerras. Pela grande oferta de pescado e moluscos e pela facilidade do transporte, muitos grupos se estabeleceram às margens do Rio Amazonas e de seus afluentes. Seus rastros podem ser vistos em vários sambaquis da região.


Os antigos indígenas amazônicos desenvolveram diferentes formas de intervir na floresta, dispersando espécies e plantando árvores. A atual floresta amazônica não é "selvagem". Ela foi, de alguma forma, modificada pelos antigos indígenas da região em um processo que levou milhares de anos. O uso contínuo da floresta re-sultou, a partir de 8 mil anos atrás, na domesticação de várias espécies: cacau, castanha-do-pará, mandioca, pupunha, açaí, urucum, entre outras.


Desmatamento da Amazônia brasileira


Em meados do século XX, incentivos do governo a empresas e pessoas interessadas em explorar a Amazônia estimularam atividades que destruíram matas, expulsaram povos tradicionais e multiplicaram os conflitos na região.


A agricultura e a sedentarização 


Entre 4 mil e 3 mil anos atrás, os povos da região amazônica se tornaram mais dependentes da agricultura e iniciaram um processo de sedentarização, o que permitiu a formação de grandes aldeias.


A atividade agrícola era exercida pela família e pelo grupo de parentes próximos.


Não era uma agricultura especializada em uma única planta. Cultivavam diversas espécies na mesma área e, assim, garantiam alimentos variados para o ano todo.


Eles incluíam a mandioca, o milho e a batata-doce, que se somavam aos recursos dos rios e da floresta.


Abrindo roçados com machados de pedra, os antigos indígenas desmataram muito pouco a floresta amazônica se compararmos com a ação da agropecuária comercial dos dias de hoje. Eles preferiam reutilizar as capoeiras e cultivar apenas algumas espécies de plantas.


Não podemos esquecer que os antigos amazônicos não dependiam somente da agricultura, mas praticavam uma economia que combinava caça, pesca, coleta , e artesanato.



Capoeira: área da floresta derrubada com o objetivo de fazer um pequeno cultivo e onde a mata depois começa a crescer.



As sociedades complexas da Amazônia


Segundo a arqueóloga Anna Roosevelt, algumas sociedades amazônicas adotaram o sedentarismo e passaram a viver em grandes aglomerados, com complexas formas de produção e comercialização de alimentos. Construíram estradas, represas, pontes e geoglifos, enormes desenhos feitos no solo, por meio de valas, que provavelmente tinham função ritual. Vários deles podem ser vistos hoje no estado do Acre.


Aquelas sociedades desenvolveram um refinado artesanato em cerâmica com fins rituais e comerciais.


Entre os objetos de cerâmica que produziam havia urnas funerárias, bacias, pratos, tigelas e outras vasilhas de uso cotidiano. As mais antigas cerâmicas da América, com idade aproximada de 6 mil anos, foram encontradas na região entre Santarém e a Ilha de Marajó, no Pará.


A devastação vista do espaço


As queimadas e os desmatamentos na Amazônia são fotografados por satélites artificiais desde os anos 1970. Documentando décadas de destruição, as imagens mostram que o agronegócio é a principal atividade nas áreas desmatadas.


Cultura marajoara


Allha de Marajó, no Pará, é o maior arquipélago fluvial-marítimo do mundo (veja o mapa da página seguinte). Foi ali que surgiu, a partir do século IV d.C., a chamada civilização Marajoara. Por sua localização, a pesca foi uma atividade muito desenvolvida por seus habitantes.

Os Marajoara também construíam, sobre uma área inundável, montes de terra monumentais com dezenas de metros de comprimento e até 12 metros de altura, chamados de tesos pelos atuais moradores da região. Acredita-se que esses montes tinham fins cerimoniais (culto aos antepassados) ou funerários, além de servir de moradia.


Além disso, a civilização Marajoara criou uma tradição de cerâmica de admirável beleza e sofisticação, com decoração de motivos figurativos e abstratos. Muitas pe-ças, como pratos, urnas funerárias, estatuetas e tangas, trazem representações de seres com formas humanas e animais. Para alguns pesquisadores, seria um indício de que aquele povo acreditava no poder do xamã de se transformar em animais.


A complexa cultura Marajoara desapareceu antes da chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500.


Xamã: líder espiritual das comunidades tradicionais da América e da Ásia a quem se atribui o poder de cura, de adivinhação e de comunicação com os espíritos.


O avanço do agronegócio


Para estudar a história do atual desmatamento da Amazônia e sua relação com as atividades econômicas do agronegócio, a profa. dra em geografia Mariana Soares Domingues interpretou imagens feitas por satélite em diferentes anos e fez estes mapas.


Os atuais indígenas da Amazônia


Os povos indígenas, além de desmatar pouco, ainda enriqueciam a floresta com o cultivo de novas espécies. Durante os milhares de anos de convivência com a floresta, não levaram nenhuma planta à extinção. É interessante notar que algumas frutas, cujos vestígios foram encontrados na caverna da Pedra Pintada, datados de 11 mil anos atrás, ainda existem na região e são muito consumidas pelos atuais indígenas e pelos demais povos da floresta.


Afinal, o modo como as populações caboclas e ribeirinhas usam a floresta, reaproveitando capoeiras e cultivando plantas que já existem no local, é bastante parecido com a tradição dos seus antepassados indígenas.


Assim, eles garantem sua subsistência e podem gerar riquezas sem levar à destruição do meio ambiente. A crença de que a floresta e os rios são habitados por seres encantados, que exigem respeito, também contribui para manter o equilíbrio da natureza.


Do outro lado, a exploração mecanizada da floresta por meio das mo-noculturas, o chamado agronegócio, destrói amplas áreas da mata, com toda a sua biodiversidade, provocando um aumento considerável no calor e no risco de incêndios.


Além do agronegócio, a exploração ilegal de madeira e os assentamentos do programa de reforma agrária também ameaçam o futuro da flores-ta. No entanto, nada se compara à abertura de pastos e lavouras de soja, que ocupam grandes extensões de terra e demandam o desmatamento em larga escala.


Documentário


Amazônia Sociedade Anônia (2019)


https://www.youtube.com/watch?v=4Nvaczpq0Js


quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Por que setembro não é o mês sete e outubro não é oito?

Por que setembro não é o mês sete e outubro não é oito?





No passado, os meses, de fato, seguiam uma ordem em referência aos seus nomes. Setembro era o mês sete, outubro o oito, novembro o nove e dezembro o dez - isso até janeiro e fevereiro serem inventados, no século 8 a.C.

Acontece que o calendário romano original, obra do primeiro rei latino Rômulo, era baseado na lua e tinha dez meses, ou 304 dias. Martius, aprilis, maius e junius eram os primeiros, com nomes dedicados a deuses e eventos, como o início das plantações.

Os meses seguintes eram contados em latim: quintilis, sextilis, septembre, octobre, novembre e decembre. Como o calendário seguia o ciclo lunar, as estações do ano, ligadas ao sol, caíam em épocas diferentes.

Para minimizar o problema, o monarca Numa Pompilio, que sucedeu Rômulo em 717 a.C., criou mais dois meses, janus e februare, para anteceder março. Janeiro, dedicado a Janodeus que representava entradas e saídas, se tornou o mês número 1 para trazer bons presságiosA homenagem fez os meses de nomes numéricos perderem o sentido.

"O uso se manteve pelo costume", afirmou o arqueólogo Pedro Paulo FunariEm 45 a.C, após conhecer os métodos orientais de determinar o tempo, o imperador Júlio César reformou novamente o calendárioA folhinha romana se tornou solar, alinhada ao ciclo das estações, e com os 365 dias que usamos atualmente

Graças à reforma, o senado escolheu quintilis para homenagear o imperador, e o sétimo mês virou julius. Mais tarde, a mesma honra foi concedida a Augusto, cujo nome transformou sextilis, o oitavo mês, em agosto.


Fonte: Revista Aventuras da História 

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Google forms Revolução Francesa

Google Forms Revolução Francesa (Avaliação)


A Revolução Francesa foi o ciclo revolucionário, ocorrido entre 1789 e 1799, responsável pelo fim dos privilégios da aristocracia e pelo término do Antigo Regime. A Queda da Bastilha aconteceu em 14 de julho de 1789 e foi o marco que espalhou a revolução pela França.


Clique no link abaixo e faça a avaliação sobre a Revolução Francesa

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terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Antigos habitantes do Brasil (Povo de Lagoa Santa, Luzia e Samabaquis)

Os antigos habitantes do Brasil 

Os ambiente do Brasil pré-histórico



A pré-história brasileira, também conhecida como período pré-cabralino, refere-se à história do Brasil antes da chegada do navegador português Pedro Álvares Cabral em 1500. Este período é dividido em duas eras geológicas principais:


Pleistoceno: Início do povoamento do continente, há pelo menos 12 mil anos ou mais.


Holoceno: De 12 mil anos atrás até a chegada dos colonizadores europeus.


Os primeiros habitantes do Brasil são geralmente divididos em três grupos principais:


Caçadores-coletores:

Viveram em quase todo o território nacional entre 50 mil e 2,5 mil anos atrás. Usavam ferramentas de pedra e se alimentavam de caça, peixes, moluscos e frutos.


Povos agricultores:

Desenvolveram a agricultura e viveram em aldeias.


Povos do litoral:

Conhecidos como povos sambaquis, sobreviviam da pesca e são detectados principalmente no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.


A principal fonte de estudo para este período é a arqueologia, que analisa vestígios materiais como fósseis e pinturas rupestres. Um exemplo notável são as pinturas rupestres na Serra da Capivara, no Piauí, que retratam o cotidiano, a guerra, a dança e a caça desses povos antigos.


Existem muitas discussões sobre o início do povoamento do território brasileiro. Até o momento, é aceito pelos cientistas que, há pelo menos 12 mil anos, o território que hoje corresponde ao Brasil era ocupado por pequenos grupos de caçadores e coletores que descendiam de populações que chegaram à América pelo noroeste do continente.


O ambiente encontrado pelos primeiros "brasileiros" era muito diferente do atual: as áreas florestais eram reduzidas, predominava uma vegetação rasteira e o clima era mais seco e frio. Os grupos humanos dividiam o território com preguiças-gigantes, tigres-dentes-de-sabre e gliptodontes, animais da megafauna americana que desapareceram com o fim da era glacial.


Além disso, os primitivos habitantes do Brasil viviam principalmente em habitações a céu aberto ou em abrigos sob rochas e, às vezes, em cavernas. Nos paredões rochosos, costumavam pintar cenas da vida cotidiana e figuras de animais e de pessoas.


A confecção de artefatos de pedra e de anzóis feitos de ossos, além da descoberta de conchas perfuradas, indica que tais povos praticavam a caça, a pesca e a coleta.


Os mais antigos vestígios de agricultura no Brasil datam de aproximadamente 7 mil anos e foram encontrados na região amazônica. Os agricultores do Brasil pré-histórico plantavam milho, algodão e feijão, mas a mandioca era o principal cultivo.


Os povos de Lagoa Santa


No século XX, escavações nas grutas de Lagoa Santa, em Minas Gerais, levaram à descoberta de um crânio feminino de aproximadamente 11.500 anos. Ao examiná-lo, na década de 1990, o pesquisador Walter Neves o nomeou de Luzia. A partir da análise morfológica do crânio foi feita uma reconstituição científica do rosto de Luzia, que revelou traços muito parecidos com os dos atuais africanos e aborígenes australianos.


Como vimos anteriormente, alguns pesquisadores con-cluíram, a partir desses estudos, que teria ocorrido duas levas migratórias diferentes da Ásia em direção à América, ambas pelo Estreito de Bering: uma, mais antiga, de origem não mongoloide, a qual pertenceria Luzia, e outra, mais recente, de origem mongoloide. Esses últimos povoadores seriam os ancestrais dos indígenas americanos.


Novas análises, novas teorias


Contestando a tese de Walter Neves, novas andises

que extraíram o DNA de alguns dos esqueletos humanos mais antigos encontrados na América, como os de Lagoa Santa, apontam que os americanos descendem de um único grupo ancestral.


Divulgados em 2018, os resultados das análises de DNA mostraram que algumas ossadas de Lagoa Santa, por exemplo, têm um código genético relacionado ao da cultura Clovis. Nessa perspectiva, o povo de Luzia nao poderia ter traços africanos nem de aborígenes australia-nos, mas sim feições mongoloides. Portanto, ele poderia ser ancestral dos indígenas que habitam o Brasil atual.


Baseado nesses dados, o estudo levantou a hipótese de que apenas um único grupo migrou pelo Estreito de Bering da Ásia para a America do Norte, onde se dividiu em duas linhagens. Observe detalhes dessa teoria no mapa desta página.



A riqueza arqueológica da Serra da Capivara


O Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, é uma unidade de conservação ambiental do Brasil e patrimônio da humanidade. Na década de 1970, escavações em um de seus sítios arqueológicos, o Boqueirão da Pedra Furada, em São Raimundo Nonato, levaram à descoberta de centenas de artefatos de pedra lascada e pedaços de carvão vegetal. O sítio é um abrigo de paredes rochosas cobertas por mais de mil pinturas e grafismos rupestres.


Os objetos ali encontrados, segundo a arqueóloga Niède Guidon, teriam sido produzidos por grupos humanos há mais de 30 mil anos. Para muitos estudiosos, porém, os objetos de pedra e os pedaços de carvão podem ser resultados do esfacelamento das rochas ou de incêndios florestais. Assim, eles contestam que o território fosse habitado pelo ser humano em um período tão remoto.


Os povos dos sambaquis


Com o degelo, muitos povos americanos se instalaram perto de rios, lagos e mares à procura de alimentos aquáticos. Nesses locais, foram encontrados grandes montes formados do acúmulo de restos orgânicos e de conchas. Essas elevações foram chamadas de sambaquis.


Muitos sambaquis foram encontrados no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Neles foram achados artefatos, restos de fogueira, adornos e ossos humanos e de animais. Alguns desses montes chegam a atingir 30 metros de altura e

400 metros de comprimento.


É possível que o sambaqui fosse um local preparado para enterrar os mortos e depositar oferendas. Isso explicaria os esqueletos humanos descobertos nesses locais, cada um deles protegido por uma cerca, como se fosse um ritual funerário.


Porém, como em vários sambaquis não foram encontrados sinais de sepulturas, é possível também que esses montes servissem de plataformas sobre as quais se construíam moradias. Ou seja, há várias hipóteses, mas nenhuma certeza.






Próxima aula

Transformações na paisagem amazônica.






Império Espanhol - Espanha Imperial (Início, apogeu e declínio)

Império Espanhol Clique no link abaixo e veja o vídeo l https://youtu.be/Q7LALe9LNkw?si=7_bZfmz7Iw9f-5Tr ### Império Espanhol Os Árabes na E...