segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Segundo reinado (1840 - 1889) parte 01 características, política e economia.

 Segundo reinado (1840 - 1889) características, política e economia.


O que foi o Segundo Reinado?

O Segundo Reinado foi a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro II. Teve início em 23 de julho de 1840, com a mudança na Constituição que declarou Pedro de Alcântara maior de idade com 14 anos e, portanto, apto para assumir o governo. O 2º Reinado terminou em 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República.

O governo de D. Pedro II, que durou 49 anos, foi marcado por muitas mudanças sociais, política e econômicas no Brasil.


Principais características da política no Segundo Reinado:

A política no Segundo Reinado foi marcada pela disputa entre o Partido Liberal e o Conservador. Estes dois partidos defendiam quase os mesmos interesses, pois eram elitistas. Neste período o imperador escolhia o presidente do Conselho de Ministros entre os integrantes do partido que possuía maioria na Assembleia Geral. Nas eleições eram comuns as fraudes, compras de votos e até atos violentos para garantir a eleição.


Principais acontecimentos históricos do período:

1. Término da Guerra dos Farrapos

Quando assumiu o império a Revolução Farroupilha estava em pleno desenvolvimento. Havia uma grande possibilidade de a região sul conseguir a independência do restante do país. Para evitar o sucesso da revolução, Dom Pedro II nomeou o barão de Caxias como chefe do exército. Caxias utilizou a diplomacia para negociar o fim da revolta com os líderes. Em 1845, obteve sucesso através do Tratado de Poncho Verde e conseguiu colocar um fim na Revolução Farroupilha.


2. Revolução Praieira

A Revolução Praieira foi uma revolta liberal e federalista que ocorreu na província de Pernambuco, entre os anos de 1848 e 1850. Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil Império, esta foi a última. Ganhou o nome de praieira, pois a sede do jornal dirigido pelos liberais revoltosos (chamados de praieiros) situava-se na rua da Praia.


3. Guerra do Paraguai

Conflito armado em que o Paraguai enfrentou a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) com apoio da Inglaterra. Durou entre os anos de 1864 e 1879 e levou o Paraguai a derrota e a ruína. 


4. Economia do Brasil no Segundo Reinado:

• O café foi o principal produto brasileiro (monocultura). Sua produção visava, principalmente, o mercado internacional (economia exportadora). Os principais compradores do café brasileiro eram os Estados Unidos e os países da Europa.

• As duas regiões de maior desenvolvimento da cultura do café foram: Vale do Paraíba (entre as províncias do Rio de Janeiro e São Paulo) e o Oeste Paulista.

• Base econômica agrária, baseada na presença de latifúndios (grandes propriedades monocultoras).

• Grande parte da mão de obra era escrava. Esse cenário só começou a mudar no final do Segundo Reinado, quando se intensificou a entrada de mão de obra imigrante (europeia).

• Os grandes proprietários rurais, que eram muito ricos, tinham grande influência e participação na política brasileira.

• Entre 1850 e 1870, houve a chamada Era Mauá. A economia cafeicultora, monocultora e exportadora continuou sendo a base econômica do país, porém ocorreu uma tentativa de desenvolvimento industrial e de infraestrutura. O principal responsável pelos investimentos nesses setores foi Irineu Evangelista de Sousa (Barão de Mauá). Ele investiu em ferrovias, indústrias, navios a vapor, empresas de navegação, bondes no Rio de Janeiro, bancos e sistema telegráfico (rede de telégrafos).

• Além do café, o Brasil também produzia, nesse período, outros produtos secundários. Entre eles, os principais foram: açúcar (principalmente no Nordeste), algodão (no Maranhão) e borracha (na região amazônica).


5. Tarifa Alves Branco

Foi uma medida econômica tomada pelo governo de D. Pedro II que aumentou os impostos dos produtos importados (aumento de 30% dos produtos que não eram produzidos no Brasil e 60% sobre os que tinham similares brasileiros). A lei desagradou muito os comerciantes ingleses, porém ajudou o desenvolvimento econômico interno.


6. Imigração

Muitos imigrantes europeus, principalmente italianos, chegaram para aumentar a mão de obra nos cafezais de São Paulo, a partir de 1850. Vieram para, aos poucos, substituírem a mão-de-obra escrava que, devido às pressões da Inglaterra, começava a entrar em crise. Além de buscarem trabalho nos cafezais do interior paulista, também foram para as grandes cidades do Sudeste que começavam a abrir muitas indústrias.


7. Questão abolicionista

- Lei Eusébio de Queiróz (1850): extinguiu oficialmente o tráfico de escravos no Brasil.

- Lei do Ventre Livre (1871): tornou livre os filhos de escravos nascidos após a promulgação da lei.

- Lei dos Sexagenários (1885): dava liberdade aos escravos ao completarem 65 anos de idade.

- Lei Áurea (1888): assinada pela Princesa Isabel, aboliu a escravidão no Brasil.


8. Cultura no 2º Reinado

Durante o Segundo Reinado, o Brasil testemunhou um notório florescimento cultural. Esse período foi marcado por uma estreita ligação com a cultura europeia, o que resultou na absorção de influências oriundas do Romantismo, do Realismo e do Positivismo.

No âmbito literário, figuras notáveis como José de Alencar, Machado de Assis e Gonçalves Dias brilharam com suas obras. No cenário musical, a era se notabilizou pelo surgimento da ópera brasileira, com composições de destaque por parte de Carlos Gomes. No campo da arquitetura, as obras de Victor Meirelles e Grandjean de Montigny (arquiteto francês radicado no Brasil) se destacaram como exemplos emblemáticos.

Em síntese, o Segundo Reinado se revelou como um período de efervescente diversidade cultural no Brasil, impulsionado pela influência de diversas correntes artísticas e pela presença marcante dos imigrantes europeus.


Principais causas da crise do Segundo Reinado

A crise do 2º Reinado teve início já no começo da década de 1880. Esta crise pode ser entendida através de algumas questões:

• Interferência de D. Pedro II em questões religiosas, gerando um descontentamento nas lideranças da Igreja Católica no país;

• Críticas e oposição feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que se mostravam descontentes com a corrupção existente na corte. Além disso, os militares estavam insatisfeitos com a proibição, imposta pela Monarquia, pela qual os oficiais do Exército não podiam dar declarações na imprensa sem uma prévia autorização do Ministro da Guerra;

• A classe média brasileira (funcionários públicos, profissionais liberais, jornalistas, estudantes, artistas, comerciantes) desejava mais liberdade e maior participação nos assuntos políticos do país. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social passou a apoiar a implantação da República no país;

• Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste Paulista, que desejavam obter maior poder político, já que tinham grande poder econômico. Fazendeiros de regiões mais pobres do país também estavam insatisfeitos, pois a abolição da escravatura, encontraram dificuldades em contratar mão de obra remunerada.


Fim da Monarquia e a Proclamação da República

Em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, destituiu o Conselho de Ministros e seu presidente. No final do dia, Deodoro da Fonseca assinou o manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório.

No dia 18 de novembro, D. Pedro II e a família imperial brasileira viajaram para a Europa. Era o começo da República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo, de forma provisória, o cargo de presidente do Brasil.




Foto do quadro


Próxima aula

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