domingo, 5 de novembro de 2023

Feudalismo e a sociedade feudal

Feudalismo e a sociedade feudal


Sociedade feudal - os estamentos sociais (clero, nobreza e camponeses)


Feudalismo

O feudalismo foi um modelo econômico e social, baseado na terra e na relação de fidelidade entre homens, que durou ao longo de toda a Idade Média.


Feudo - a terra e as relações entre pessoas baseadas na fidelidade são as bases do feudalismo.


 A ligação entre o fim do Império Romano do Ocidente e o feudalismo.

A origem do feudalismo está no final do Império Romano, quando surgiram os colonatos — terras onde os romanos buscavam abrigo e, em troca, trabalhavam para os seus donos.


Relação terra, trabalho e relações interpessoais no feudalismo.


De acordo com Jacques Le Goff, um dos principais estudiosos da Idade Média, o feudalismo é “um sistema de organização econômica, social e política baseado nos vínculos de homem a homem, no qual uma classe de guerreiros especializados — os senhores —, subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina uma massa campesina que explora a terra e lhes fornece com que viver”.



A hierarquia social do feudalismo.


Mapa mental feudalismo - observe as principais características 


O feudalismo foi um modelo social e econômico que vigorou dos séculos V ao XV, na Europa Ocidental, e que marcou profundamente a Idade Média. Esse modelo era baseado na terra e, por meio dela, constituíam-se a atividade econômica e a estrutura social.


Visando a subsistência, o plantio e a criação de animais foram as principais atividades de sustento no período medieval.


Origem do feudalismo


O declínio do Império Romano do Ocidente (capital Roma) em 476 d. C. pode ser visto como uma das origens do feudalismo.


A origem do feudalismo está na crise que provocou a queda do Império Romano do Ocidente. No século III, por conta da crise econômica provocada pela falta de escravizados e das invasões germânicas, os romanos abandonaram as cidades e migraram para o campo com o objetivo de encontrar proteção e trabalho. Dessa forma, surgiam os colonatos, nos quais aqueles que encontravam abrigos no campo trabalhavam para o seu senhor.


As invasões germânicas ao Império Romano do Ocidente proporcionou uma intensa crise.



Muitas pessoas deixavam as cidades e foram para o campo em busca de proteção e trabalho. Neste contexto surgiu o colonato (veja a definição na figura acima).


O surgimento dos reinos germânicos, no século V, contribuiu para aprofundar o processo de ruralização europeia. Além desse movimento de saída das cidades para o campo, o enfraquecimento do poder político contribuiu para o surgimento do feudalismo.

A formação dos reinos germânicos auxiliou no processo de descentralização do poder no continente europeu e o acirramento bélicos entre esses reinos.


A sociedade feudal


Características da sociedade feudal


Se você já assistiu a filmes ou seriados ou leu algum livro ou HQ ambientados na Idade Média, deve ter entrado em contato com palavras como barão, conde, duque, entre outros títulos que identificavam pessoas poderosas. A ilustração abaixo mostra que existia uma hierarquia entre esses títulos de poder.

No entanto, não podemos esquecer que esse esquema representava apenas a hierarquia existente no interior da nobreza, e não no conjunto da sociedade medieval. Nela havia outras divisões hierárquicas, de acordo com a relação que os indivíduos tinham com a terra e com a Igreja.

Um bispo do século XI, chamado Adalberón de Laon, resumiu a visão da Igreja a respeito da sociedade: havia os que oravam (clero), os que lutavam (a nobreza e os demais aristocratas) e os que trabalhavam (camponeses). Segundo ele, essa estrutura refletia a ordem celeste, representada pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo. Essa divisão, porém, representava a sociedade feudal do ponto de vista da Igreja. Atualmente, os historiadores tendem a dividi-la de acordo com o papel que o indivíduo ocupava na comunidade cristã. Segundo esse critério, havia os leigos e os clérigos e, dentro de cada um desses grupos, outras divisões.


Clero, nobreza e camponeses


A Igreja Católica influenciava intensamente no social, político, artístico, cultural, na filosofia e entre outros campos.



Sociedade feudal


Os leigos no meio rural

Os senhores de terras (1° grupo dos leigos)

Os senhores de terra formavam o primeiro grupo de leigos das áreas rurais. Nesse grupo, havia os nobres, os grandes senhores e os senhores menores. Eles cuidavam das atividades administrativas e militares, da justiça e da vigilância dos camponeses.


Senhores de terras (senhores feudais)


No grupo havia também os cavaleiros, combatentes armados que pertenciam à aristocracia laica. O ritual de ingresso nessa instituição marcava a passagem do interessado para a vida adulta: um jovem de 18 a 20 anos recebia do senhor um golpe na nuca e as armas que faziam dele um integrante do grupo.


Cavaleiros medievais


A figura do cavaleiro, no imaginário coletivo, entrou no terreno da lenda com as novelas de cavalaria, criadas nos séculos XI e XII. Escritas em verso e em prosa, as novelas adaptavam antigas narrativas orais que abordavam os feitos heroicos e as guerras históricas, como as conquistas de Carlos Magno e os doze pares de França e as lendas do rei Arthur.

As novelas de cavalaria apresentavam um código de conduta no qual se destacavam o heroísmo, a honra e a lealdade, que eram os ideais da cavalaria medieval. O cavaleiro, nas histórias, agia em defesa da honra e da lealdade ao rei e à Igreja. A mulher era objeto de seu amor cortês, a dama que deveria ser tratada e amada com respeito e delicadeza.


Os camponeses: a principal força de trabalho

Camponese (2° grupo de leigos)

Os camponeses formavam o segundo grupo de cristãos leigos. Entre eles havia os servos e os vilões. 


Camponeses


Os servos estavam presos à terra para o resto da vida. Sobre eles recaíam vastos tributos. A corveia, por exemplo, os obrigava a trabalhar gratuitamente no manso senhorial, duas ou três vezes na semana. Pela talha, os servos tinham de entregar ao senhor um terço do que produziam no manso servil. Eles também arcavam com as banalidades, tributo que os obrigava a pagar ao senhor pelo uso de equipamentos da propriedade senhorial, como fornos, celeiros e moinhos. Até mesmo a herança era taxada: cobrava-se a mão-morta após a morte de um servo, quando os herdeiros requeriam a posse da terra junto ao senhor.

Os vilões eram camponeses livres que haviam adquirido pequenos lotes de terra. Com o passar do tempo, porém, muitos cederam às pressões senhoriais e tornaram-se servos. Havia também um número reduzido de escravos, que trabalhavam nos afazeres domésticos dos castelos. 


Os moradores das cidades

Burgueses (3° grupo de leigos)


Burgueses


Apesar de o campo ser o centro da vida na Europa medieval, as cidades não desapareceram. Contudo, elas se esvaziaram e empobreceram, perdendo a vitalidade que tinham na época romana. Para se ter ideia, a cidade de Roma, no século I, tinha cerca de 1 milhão de habitantes. Por volta do ano 1000, nenhuma cidade da Europa Ocidental tinha mais de 10 mil habitantes.

A paisagem urbana da Europa Ocidental, porém, começou a se transformar a partir do século XI. Em decorrência das melhorias na agricultura, o aumento da população também atingiu muitas cidades, que cresceram e ganharam novas construções.

Rodízio trienal - primeira inovação tecnológica no campo da baixa idade média. 



Charrua - segundo exemplo de inovação tecnológica da baixa idade média.


Uso do cavalo e o atrelamento do animal pelo tronco e não mais pelo pescoço - terceiro e quarto exemplo de inovações tecnológicas no campo ao longo da baixa idade média. 

O número de cidades também aumentou de forma espetacular entre 1150 e 1340. As novas cidades recebiam o nome de burgo, que significa “cidade pequena e cercada de muralhas de defesa”. Os moradores dessas comunidades urbanas eram os burgueses. A maior parte dos burgueses vinha das áreas rurais; eram geralmente servos fugidos ou homens livres que dependiam dos senhores de terra. Nas cidades, eles se tornavam mercadores, artesãos, banqueiros e lojistas, por exemplo.


Burgueses

Os clérigos no mundo medieval


Clero

Na comunidade cristã, o clero tinha muita importância. No topo da hierarquia eclesiástica estava o papa, chefe da Igreja. Entre outras tarefas, ele tinha poder para julgar os clérigos, instituir dioceses, reconhecer novas ordens religiosas, cobrar o dízimo e estabelecer um modelo de conduta social.


Clero= Clero secular e clero regular


Abaixo do papa havia o clero secular e o clero regular. O primeiro dividia-se em dois grupos: o alto e o baixo clero.

Alto clero. Composto de bispos, que dirigiam as dioceses. Estava no topo da hierarquia social e compunha-se, em sua maioria, de pessoas nascidas nas famílias nobres. Seus integrantes tinham terras e muito poder e eram responsáveis por debater as questões de doutrina.

Baixo clero. Representado pelos párocos, líderes de paróquia. Cultivavam a terra e atendiam os pobres e necessitados das vilas e das regiões próximas da paróquia.


O baixo clero tinha um contato maior com a população.


Já o clero regular era formado pelos monges, que viviam afastados das cidades para servir a Deus. Nas bibliotecas dos mosteiros, eles copiavam e ilustravam obras antigas dos gregos, dos romanos e dos cristãos.


Um mosteiro medieval



O que os monges faziam

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