terça-feira, 24 de outubro de 2023
Google forms crise do século XVII na Europa
segunda-feira, 23 de outubro de 2023
Idade Média (476 - 1453)
A idade média (476 - 1453)
A Idade Média foi um longo período da história que se estendeu do século V ao século XV. Seu início foi marcado pela Queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C., e o fim, pela Tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos, em 1453.
Foi também nesse período que surgiu e se consolidou o feudalismo, organização política, econômica e social baseada na posse da terra.
De modo preconceituoso, os humanistas da idade moderna (século XV e XVI), período posterior a idade média, esses chamavam a Idade Média de Idade das Trevas. Eles afirmavam haver ocorrido na Europa, um retrocesso artístico, intelectual, filosófico e institucional, em relação à produção da Antiguidade Clássica.
Características da Idade Média
Os historiadores dividem o período medieval em duas partes: a Alta Idade Média e a Baixa Idade Média. Veja abaixo as principais características de cada período.
Alta Idade Média (século V ao século X) - Características medievais em alta (facilmente percebível)
A Alta Idade Média foi um período de descentralização do poder político (fragmentação do antigo Império Romano do Ocidente), instabilidade, insegurança generalizada, exôdo urbano e forte teocentrismo (catolicismo influenciando não apenas na religião, mas também na política, filosofia, cultura entre outros fatores da vida humana), período que se estendeu do século V ao século X. Nesse período destacam-se:
Fortalecimento do poder da Igreja Católica - Com a queda do Império Romano, a Igreja Católica sobreviveu e era a instituição romana que continuou presente em todo território do antigo Império Romano. Ela assumiu a função de manter reunida a cristandade. Utilizou da fé na política e na filosofia para construir uma visão de mundo favorável aos seus interesses.
Exôdo urbano e enfraquecido do comércio - Com o fim do Império Romano e a sua fragmentação, o comércio europeu foi enfraquecido. Muitas pessoas deixaram o campo para focando conseguir novas ocupações e fugindo das invasões e dos saques. Boa parte dessas pessoas foram para o campo e passaram a trabalhar na agricultura de subsistência.
Os Reinos Germânicos – os germânicos eram povos estabelecidos ao longo das fronteiras do Império Romano. Os romanos os chamavam de "bárbaros” (termo pejorativo), por serem estrangeiros e não falarem o latim. Os germanos formaram vários Reinos Germânicos dentro do território romano;
O Reino Cristão dos Francos – o reino dos francos constituiu o reino mais poderoso da Europa Ocidental;
A Igreja e o Sacro Império – A Igreja Medieval teve importante papel na sociedade. Foi nessa época que começou a organizar-se, com o objetivo de zelar pela homogeneidade dos princípios da religião cristã e promover a conversão dos pagãos.
O Sistema Feudal – o feudalismo começou a se formar no século V, na Europa Ocidental, com a crise do Império Romano.
O Império Bizantino – estabelecido em Constantinopla, o Império Bizantino sobreviveu a invasões bárbaras e perdurou por todo o período medieval.
Os Árabes e o Islamismo – no Oriente Médio, na península arábica, nasceu em 630 o Islão, como resultado das Guerras Santas empreendidas por Maomé. Lentamente, o Islamismo se expandiu por um extenso território, conquistando terras da Ásia, África e Europa.
Baixa Idade Média (século XI ao século XV) - Características medievais em baixa (período de transição)
A Baixa Idade Média é o período que vai do século XI ao século XV. Destacam-se nessa época:
Crise do feudalismo
As cruzadas e a expansão das sociedades cristãs;
Desenvolvimento de inovações tecnológicas no campo (Rodízio Trienal, Charruá, Moinhos, Arado com atrelamento ao tronco do animail, utilização do cavalo na agriculta entre outros fatores);
Maior produtividade agrícula;
O ressurgimento urbano na Europa;
O renascimento comercial europeu;
Desmatamento de floresta e crises ambientais;
Peste Bulbônica;
Revoltas camponesas;
Início do movimento de resgate a visão anytopocentrica ( primeiros passos daquilo que seria chamado de renascimento e o humanismo);
A formação das monarquias nacionais europeias.
Conquista de Constantionopla (Capital do Império Romano do Oriente - Última fatia existente do antigo Império Romano que teve o início do seu colapso no século V). Durante a Baixa Idade Média, com a expansão dos turcos-otomanos no século XIV, tomando os Bálcãs e a Ásia Menor, o Império Bizantino acabou reduzido à cidade de Constantinopla.
A queda em 1453, foi um fato histórico que marcou o fim da Idade Média na Europa. A conquista da capital bizantina pelo Império Otomano sob o comando do sultão Maomé II, marcou o fim do Império Romano no Ocidente.
Por que a Idade Média recebeu esse nome?
Os pensadores do período moderno, chamados humanistas, durante o período de transição entre as idades média e moderna, iniciaram um movimento de retomada aos valores e estudos greco-romanos, tendo como norte a valorização do ser humano - o antropocentrismo.
Assim, passaram a compreender o período anterior como um momento de trevas, um meio onde a racionalidade da Antiguidade Clássica se foi abandonada pelo ser humano, até se reencontrar durante a Idade Moderna.
Mapa mental
Foto do quadro
Próxima aula:
Feudalismo
domingo, 22 de outubro de 2023
Google Forms Golpe civil-militar de 1964, governo Castelo Branco e governo Costa e Silva.
Google Forms Golpe civil-militar de 1964, governos Castelo Branco e Costa e Silva
Após o estudo desse tema:
https://historiaecio.blogspot.com/2023/10/governo-castelo-branco-1964-1967.html
E ter revisado segundo as orientações de estudo nesse assunto:
https://historiaecio.blogspot.com/2023/10/mapao-golpe-civil-militar-de-1964-e.html
>>>>>>>Clique no link abaixo e faça a sua avaliação.
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Boa prova!
sábado, 21 de outubro de 2023
Governo Castelo Branco (1964 - 1967)
Governo Castelo Branco (1964 - 1967)
Governo Castelo Branco (1964 - 1967)
O terrorismo de Estado no Brasil
Terrorismo de Estado consiste num regime de violência instaurado e mantido por um governo, em que o grupo político que detém o poder se utiliza do terror como instrumento de governabilidade.
Caracteriza-se pelo uso repressão pelo Estado como organização criminosa, restringindo os direitos humanos e as liberdades virtuais, podendo chegar ao extermínio de setores da população.
Terrorismo de Estado
O que é uma ditadura?
Uma ditadura é um governo autoritário exercido por uma pessoa ou por um grupo de pessoas, com supremacia do poder executivo, e em que se suprimem ou restringem os direitos individuais.
Ditaduras costumam ser bastante centralizadoras. O poder fica extremamente concentrado nas mãos da pessoa ou grupo que governa o Estado, com pouca ou nenhuma abertura para o debate político. Os espaços de comunicação e deliberação costumam ser fortemente regulados ou suprimidos.
Ditadura
Instauração de uma ditadura
Implantaçao da ditadura no Brasil
Você já imaginou viver em um lugar onde as músicas, as peças de teatro, os filmes e as notícias só podem ser lançados ou publicados com a autorização do governo? E um lugar onde as pessoas não têm o direito de escolher seus próprios governantes? Durante 21 anos, entre 1964 e 1985, o Brasil foi esse lugar.
No dia 1º de abril de 1964, os militares ocuparam os órgãos públicos das principais cidades do país e passaram a prender políticos, estudantes, sindicalistas, intelectuais, funcionários públicos e até mesmo militares que defendiam o respeito à Constituição.
Golpe de 1964
“Nas primeiras semanas depois do golpe [de 1964] prendeu-se tanto que as cadeias foram insuficientes. O Maracanã virou presídio; navios da marinha receberam centenas de ‘subversivos’. Os quartéis em todo o Brasil lotaram de prisioneiros. A impunidade estimulou o uso da tortura. Cometeram-se tantos abusos que até a imprensa brasileira começou a denunciá-los.”
CHIAVENATO, Júlio José. O golpe de 64 e a ditadura militar. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. p. 178.
Governar por Atos Institucionais - Legalizar o golpe e combater opositores
Representantes das Forças Armadas passaram a governar o Brasil por meio de decretos, chamados Atos Institucionais (AIs), com o objetivo de institucionalizar a ditadura e fortalecer o Executivo, garantindo-lhes, assim, poder para governar o país. Entre 1964 e 1969, foram editados 17 Atos Institucionais, que só seriam revogados em 13 de setembro de 1978.
Patrulha do exército em rua do Recife (PE), no dia 2 de abril de 1964.
O primeiro Ato Institucional
Editado em 9 de abril de 1964, o AI-1 permitiu ao governo cassar mandatos e suspender direitos políticos de diversas personalidades, como Leonel Brizola, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart, entre outros. Os militares que se opuseram ao golpe foram expulsos das Forças Armadas.
O AI-1 também determinou que uma nova eleição para a presidência da república aconteceria no dia 11 de abril. No entanto, essa eleição seria realizada de forma indireta, ou seja, pelo Congresso Nacional, e não pelo voto popular. O presidente eleito no Congresso governaria até janeiro de 1966.
O governo Castello Branco
O marechal Humberto de Alencar Castello Branco, indicado pelos militares e eleito pelo Congresso Nacional, tornou-se o primeiro presidente do regime militar no Brasil. Ao ser empossado, declarou seu projeto de governar para desenvolver o capitalismo brasileiro e conter uma suposta “ameaça comunista”, controlando as massas trabalhadoras e reformando o aparelho do Estado.
Castelo Branco foi eleito presidente por uma eleição indireta, ou seja, não foi eleito pelo povo.
Para regular as contas do governo e reduzir a inflação, o governo cortou investimentos, elevou os impostos e suspendeu os reajustes salariais para os trabalhadores. A inflação diminuiu, mas a recessão econômica provocou o fechamento de empresas, arrocho salarial e desemprego. Além disso, Castello Branco revogou a lei que restringia a remessa de lucros das empresas para o exterior, criada pelo ex-presidente João Goulart.
Em junho de 1964, o Congresso aprovou a Lei Antigreve, que proibia a paralisação de servidores públicos e dificultava a realização de greves no setor privado. Um movimento grevista, para ser iniciado, tinha de ser aprovado em assembleia pelo voto secreto de pelo menos dois terços da categoria, na primeira convocação, e um terço na segunda, com um intervalo mínimo de dois dias entre elas.
O governo Castelo Branco precarizou as condições de trabalho e atacou constantemente os direitos dos trabalhadores.
Na política externa, Castello Branco alinhou-se aos Estados Unidos e rompeu relações diplomáticas com Cuba. Dessa forma criou condições para aproximar o Brasil da Aliança para o Progresso, programa instituído pelo governo dos Estados Unidos com o objetivo de impulsionar o crescimento econômico dos países da América Latina e impedir o avanço do socialismo na região. Com isso, Castello Branco conseguiu firmar novos acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e obter novos empréstimos.
Aliança para o Progresso foi um amplo programa cooperativo destinado a acelerar o desenvolvimento econômico e social da América Latina, ao mesmo tempo que visava frear o avanço do socialismo nesse continente e aumentar a dependência dos paises latinos americanos junto aos EUA.
Repressão política
Uma ditadura é marcada pela repressão política, ou seja, o ato de um ente estatal controlar pela força um cidadão por motivos políticos, nomeadamente com o objetivo de restringir ou impedir a participação do cidadão na vida política de uma sociedade, reduzindo assim a sua posição perante os seus concidadãos.
Charge de Lailson de Holanda Cavalcanti para o 4º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, 1977. A charge trata da repressão à liberdade de expressão durante a ditadura civil-militar no Brasil.
Amplia-se o ataque à democracia
O governo Castello Branco também criou organismos voltados para a investigação e a repressão política. Entre eles, destacou-se o Serviço Nacional de Informações (SNI), idealizado pelo general Golbery do Couto e Silva e instituído em 1964. O SNI realizava as atividades de inteligência e gestão de informações do regime, produzindo fichas de identificação dos suspeitos de planejar ou realizar ações contra o governo.
Serviço Nacional de Informações (SNI), idealizado pelo general Golbery do Couto e Silva e instituído em 1964.
Nas eleições para governador, em outubro de 1965, a oposição conquistou vitórias em cinco dos dez estados onde houve disputa eleitoral. Em resposta, os militares restringiram ainda mais a democracia por meio do Ato Institucional nº 2 (AI-2). Veja, a seguir, as principais medidas desse ato.
Estabeleceu eleições indiretas para presidente e governador, reduziu as atribuições do Congresso Nacional e concedeu ao presidente o poder de baixar decretos relativos a questões de segurança nacional.
Extinguiu os partidos políticos e criou o sistema bipartidário: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), o partido do governo, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que fazia a oposição consentida.
Repressão política via Atos Institucionais.
As reformas realizadas por Castello Branco foram incorporadas a uma nova Constituição, apresentada pelo presidente da república e aprovada pelo Congresso Nacional, que foi convocado para isso por meio do AI-4. O novo texto constitucional, contudo, só entrou em vigor em 15 de março de 1967, com a posse de um novo presidente.
AI-3 e AI-4
Pouco antes, em fevereiro daquele ano, Castello Branco também instituiu a Lei de Imprensa, que limitou a liberdade de expressão e de informação nos meios de comunicação e previu punições aos acusados de violar os artigos da lei. A Lei de Imprensa só foi revogada em 2009.
Protesto de jornalistas contra a Lei de Imprensa no Teatro Paramount, em São Paulo, 1967.
O governo Costa e Silva
Indicado pelos militares, o general Arthur da Costa e Silva foi eleito presidente da república em outubro de 1966 e empossado em março do ano seguinte. Apoiado por uma ala do exército conhecida como “linha dura”, seu governo ficou marcado pelo crescimento dos movimentos de oposição e pela violência da repressão policial.
O movimento estudantil, mesmo na clandestinidade, continuava se organizando e atuando por melhores condições de ensino e contra o regime. Os estudantes secundaristas também começaram a se organizar reivindicando o fim da ditadura e o aumento do número de vagas nas universidades públicas.
Em março de 1968, durante um protesto no centro do Rio de Janeiro, o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto foi morto pela polícia. Milhares de pessoas acompanharam seu enterro e compareceram à missa de sétimo dia. As homenagens ao estudante se transformaram em manifestações de repúdio à violência da ditadura.
Edson Luís de Lima morto
Em junho do mesmo ano, o movimento estudantil organizou uma grande manifestação contra o regime militar. O protesto, que ficou conhecido como a Passeata dos Cem Mil, contou com a participação de artistas, estudantes, padres, intelectuais e outros setores da sociedade brasileira.
Passeata dos Cem Mil
O AI-5: os anos de chumbo
As manifestações contra o regime não ficaram restritas às ruas. Em setembro de 1968, o deputado da oposição Márcio Moreira Alves (MDB) proferiu um discurso na Câmara dos Deputados conclamando a população a boicotar os desfiles de 7 de setembro, além de chamar os quartéis de “covis de torturadores”.
As Forças Armadas, enfurecidas com o discurso do deputado, encontraram o pretexto para decretar o Ato Institucional no 5 (AI-5), que autorizava o presidente a fechar o Congresso Nacional, intervir em estados e municípios, suspender direitos políticos de qualquer cidadão por dez anos e suprimir o direito ao habeas corpus.
O AI-5 contribuiu para radicalizar a luta contra o regime. Grupos políticos de resistência intensificaram as ações armadas, na forma de guerrilha, para derrubar a ditadura. Começava o período conhecido como “anos de chumbo”.
Vídeo de suporte pedagógico
Governo Castelo Branco
Vídeo 01
https://www.youtube.com/watch?v=rLr7RDjl_XI
Vídeo 02
https://youtu.be/q7PvBesB4AI?si=2JixtGJ9m5q5z2v7
Mapão (orientações de estudo para a avaliação com esse assunto)
https://historiaecio.blogspot.com/2023/10/mapao-golpe-civil-militar-de-1964-e.html
Avaliação sobre esse assunto (baseado no texto do blog e no mapão de orientação)
https://forms.gle/hAqvQTrxuD95pNHL9
Próxima aula:
Governo Costa e Silva
quarta-feira, 18 de outubro de 2023
Povo hebreu e a dominação romana
Povo hebreu e a dominação romana
Os hebreus na Palestina
Quando as tropas romanas conquistaram o território habitado pelos judeus, no século I a.C., vários outros impérios já tinham dominado anteriormente a região: assírios, babilônios, persas e macedônios. Os judeus também não foram os primeiros habitantes da Palestina, nome que os romanos davam ao território. Os hebreus, como eram chamados os ancestrais dos judeus, estabeleceram-se na região após derrotar outros povos que lá viviam.
O que sabemos sobre a história dos hebreus tem como principal fonte de estudo o Antigo Testamento da Bíblia. Diferentemente da maior parte dos povos da Antiguidade, os hebreus eram monoteístas, ou seja, acreditavam na existência de um deus único, Yahweh (Javé ou Jeová). A base de sua crença se encontra na Torá, os cinco primeiros livros da Bíblia, os quais contêm os 613 mandamentos para a vida judaica.
Originalmente, os hebreus viviam em grupos familiares de pastores seminômades na região da Mesopotâmia. Mas não constituíam um povo no sentido que entendemos hoje, formado por uma comunidade de pessoas que partilham uma identidade comum. Eles se organizavam como uma grande família tribal, liderada por um patriarca.
Conta a Bíblia que, por volta de 1900 a.C., Abraão, líder dos hebreus, recebeu uma ordem de Deus para conduzir seu grupo familiar até Canaã (ou Palestina histórica). Segundo os historiadores, porém, a migração dos hebreus para Canaã foi motivada pela chegada do povo arameu à Mesopotâmia.
Acredita-se que a tomada de Canaã tenha durado vários anos, pois os hebreus tiveram de enfrentar povos que já habitavam a região, como os cananeus. O que as fontes históricas indicam é que, por volta do século XIII a.C., a Palestina, até então habitada pelos cananeus, foi ocupada por pastores nômades vindos das montanhas, provavelmente os hebreus.
Em Canaã, formaram-se doze tribos. Cada uma delas era liderada por um chefe político e militar, em geral um ancião da família mais importante. Em períodos difíceis, um líder era escolhido para exercer autoridade sobre todas as tribos, o juiz. Durante o chamado período dos juízes, as mulheres também podiam exercer a liderança das tribos.
Os Dez Mandamentos
Conta a Bíblia que, pouco mais de 400 anos após a saída de Abraão da Mesopotâmia, uma seca prolongada em Canaã levou os hebreus a migrarem para o Egito, que na época estava sob o domínio dos hicsos. Após a expulsão dos hicsos, os hebreus foram acusados de colaborar com o invasor e por isso foram escravizados. Por volta de 1250 a.C., Moisés, hebreu criado pela filha do faraó, libertou seu povo do cativeiro e o conduziu de volta a Canaã. Narra a Bíblia que, durante a viagem, Moisés recebeu de Deus, no Monte Sinai, duas placas de pedra (as Tábuas da Lei), nas quais foram escritos os Dez Mandamentos. Também conhecidos como Decálogo, os Dez Mandamentos tornaram-se o código de leis do povo hebreu.
A fundação do Reino dos Hebreus
De acordo com a Bíblia, por volta do século XI a.C., os hebreus guerreavam com os filisteus pelo controle de Canaã. Visando organizar a luta contra o inimigo, as doze tribos se unificaram sob a autoridade de Saul, o primeiro rei dos hebreus. Saul foi sucedido por Davi, que reinou por volta de 1010 a.C. a 971 a.C. O novo rei derrotou os filisteus, conquistou a cidade de Jerusalém e a transformou na capital do reino.
O Reino dos Hebreus chegou ao auge no reinado de Salomão, filho de Davi. Ele fortaleceu o exército e estabeleceu relações comerciais com os fenícios e com reinos da Arábia e da África. Salomão ordenou a construção de reservatórios para irrigação, de aquedutos para o abastecimento de água e do Primeiro Templo de Jerusalém. O dinheiro para as obras foi obtido com a cobrança de altos impostos.
Com a morte de Salomão, em 931 a.C., seu filho Roboão assumiu o reino e manteve a política de altos impostos. Diante disso, as dez tribos do norte se rebelaram e criaram o Reino de Israel, com capital em Samaria. No sul, formou-se o Reino de Judá, que manteve sua capital em Jerusalém.
Após a divisão política, as rivalidades e as diferenças entre o norte e o sul se aprofundaram. O Reino de Israel se distanciou da identidade hebraica e desapareceu após a conquista assíria. Os hebreus do Reino de Judá, ao contrário, procuraram manter a tradição religiosa de seus ancestrais. Por isso, a partir daquele momento, os hebreus de Judá passaram a ser conhecidos como judeus, e o território onde viviam ficou conhecido como Judeia.
A conquista romana da Judeia
Após sucessivos domínios estrangeiros (reveja a linha do tempo), a Judeia, às vésperas da conquista romana, era um Estado religioso independente. No ano 63 a.C., após dominar a Síria, a Fenícia e o norte da Palestina, o general romano Pompeu se dirigiu a Jerusalém. Após três meses de cerco, a capital judaica foi tomada pelos romanos. Cerca de 12 mil judeus morreram no conflito, e, embora apenas alguns romanos tenham perecido, muitos ficaram feridos.
Inicialmente, a Judeia não era uma província romana, mas um protetorado, ou seja, um Estado que mantinha certa autonomia e devia pagar tributos a Roma. A relação com os romanos se transformou em submissão e aliança a partir de Herodes, judeu-árabe que disputava o governo da Judeia. Protegido por tropas romanas, Herodes cercou Jerusalém, derrotou seus inimigos e assumiu o trono em 37 a.C. No governo, ampliou o reino judeu, anexando toda a Palestina.
Querendo mostrar sua lealdade a Roma, Herodes ordenou a construção de um grande circo em Jerusalém para a realização de lutas, corridas de carros e outros espetáculos populares romanos. No circo havia inscrições de louvor ao imperador Augusto e às suas glórias militares. Outra demonstração de lealdade a Roma foi a construção da cidade de Cesareia, às margens do Mar Mediterrâneo, abrigando palácios, um templo dedicado a Augusto e um porto.
Os novos costumes eram estranhos à tradição religiosa hebraica e despertaram a ira de grande parte da população. Visando agradar os judeus e exaltar a sua própria imagem, Herodes ordenou a reconstrução do Segundo Templo de Jerusalém, erguido quando os judeus voltaram do exílio na Babilônia. As obras de ampliação e remodelação do templo, dedicado ao Deus dos hebreus, empregaram mil carretas para o transporte de pedras e cerca de 10 mil operários, e foram concluídas em 19 a.C.
As condições que levaram à revolta
As majestosas construções do governo de Herodes foram financiadas com altos impostos cobrados da população, que era duplamente tributada, pois tinha de pagar impostos ao templo e a Roma. A insatisfação do povo não culminou em uma revolta armada contra o governo provavelmente por causa do terror que o rei empregava contra seus opositores e por sua aliança com Otávio Augusto.
Herodes morreu em 4 a.C. Dez anos mais tarde, a Judeia foi reduzida à condição de província do império, administrada por governadores romanos. O mesmo ocorreu com a Galileia, no norte da Palestina. Nos anos seguintes, a Judeia foi cenário de conspirações e de uma feroz disputa pelo poder, da formação de facções religiosas e de protestos populares contra os privilégios das elites judaicas.
Duas facções religiosas foram protagonistas dos conflitos na Judeia desse período: os zelotes e os sicários. Os primeiros combatiam a dominação estrangeira e se empenhavam para que as leis da Torá fossem respeitadas em toda a Judeia. Os sicários diferenciavam-se dos zelotes por levar, sob as vestes, uma adaga, que usavam para cometer atentados contra membros da elite judaica que colaboravam com os romanos. Os integrantes dessas facções se espalharam por toda a Palestina.
Os dois grupos também expressavam a insatisfação popular com o enriquecimento da elite judaica. Somando por volta de 160 pessoas, entre sumos sacerdotes, grandes comerciantes e proprietários de terras, essa elite tinha acumulado fortunas por ter uma ligação estreita com o poder imperial romano: ela controlava os tributos, as mercadorias destinadas ao templo e os serviços oferecidos aos peregrinos em Jerusalém.
A revolta judaica e a queda de Jerusalém
A partir do ano 60, camponeses oprimidos pelos altos impostos, endividados e famintos se levantaram contra seus principais tiranos: o poder imperial romano e a elite judaica.
A rebelião eclodiu em 66 em praticamente toda a Palestina. Nero, imperador romano na ocasião, nomeou o general Vespasiano para reprimir a revolta. Os romanos primeiro derrotaram os rebeldes na Galileia e depois seguiram pela costa. Após controlar a maior parte do território, as tropas romanas se prepararam para a tomada de Jerusalém. Na cidade, uma coalizão reunindo rebeldes locais e refugiados da guerra travada na Galileia havia se formado para resistir à invasão romana.
No final de 69 d.C., Vespasiano foi declarado imperador de Roma, e Tito, seu filho, assumiu a operação. No início do ano seguinte, ele iniciou o cerco de Jerusalém. Ao mesmo tempo, uma guerra civil se espalhou pela cidade. De um lado, estavam os zelotes e outros rebeldes prontos para resistir até a morte; de outro, os grupos moderados, entre eles a elite sacerdotal e fundiária judaica, propondo a rendição.
Arrasada pela fome, Jerusalém não resistiu à ofensiva romana. Em agosto de 70, as forças de Tito derrubaram a última barreira da muralha e entraram na cidade. O que veio em seguida foi um cenário de destruição. As estimativas mais confiáveis falam em 600 mil mortos, a maior parte, judeus. O templo foi incendiado e destruído, e o ouro da cidade, saqueado. Cerca de 90 mil judeus foram feitos prisioneiros, vendidos depois como escravos ou levados para lutar nas arenas romanas. Começava a Grande Diáspora, ou seja, a dispersão do povo judeu pelo mundo.
Massada: o último reduto da resistência judaica
Massada é uma fortaleza natural encravada no Deserto da Judeia, a pouca distância do Mar Morto. As edificações da fortaleza, iniciadas no século II a.C., foram ampliadas e reforçadas no reinado de Herodes.
Quando a revolta judaica começou, um grupo de sicários se dirigiu para Massada, derrotou a guarnição romana aquartelada no local e tomou a fortaleza. Rebeldes zelotes se uniram a eles mais tarde. Quando Jerusalém caiu diante dos soldados de Tito, um grupo de sobreviventes fugiu para Massada e juntou-se aos rebeldes para organizar a resistência contra os romanos.
O historiador judeu Flávio Josefo (37-100 d.C.) conta que, no final do ano 72, os romanos concluíram a construção de uma gigantesca rampa para invadir a fortaleza. Diante da situação, o líder sicário Eleazar ben Yair organizou um plano de suicídio coletivo dos 960 judeus refugiados em Massada.
A narrativa de Josefo é dramática e muito questionada pelos pesquisadores. Pela análise de esqueletos humanos e de outros achados arqueológicos no sítio de Massada, o mais provável é que um grupo de sicários tenha cometido suicídio e a maior parte dos rebeldes tenha morrido em combate.
terça-feira, 17 de outubro de 2023
Mapão Golpe civil-militar de 1964 e governo Castelo Branco (1964 - 1967)
Golpe civil-militar de 1964 e governo Castelo Branco (1964 - 1967).
Abaixo estão os principais tópicos da avaliação sobre o Golpe civil-miltar de 1964 e sobre o primeiro governo do regime militar, o governo Castelo Branco.
* O que foi a Operação Brother Sam? Qual era o seu objetivo? Quais paises participaram dela?
* O que é uma ditadura?
* O que é um terrorismo de Estado? Quais são as suas principais características?
*O que foi o Golpe Civil-Militar de 1964?
* Qual presidente da república foi retirado do poder no Golpe civil-militar de 1964?
* Mencione quatro fatores utilizados pelos golpistas para derrubarem o presidente João Goulart da presidência do Brasil em 1964:
*Informe os primeiros feitos dos golpistas a partir do dia 1º de abril de 1964:
* Como teve início a Ditadura Militar no Brasil, que durou de 1964 a 1985?
* Cite quatro características do regime militar brasileiro entre os anos de 1964 - 1985:
* O que eram os Atos Institucionais?
* Editado em 9 de abril de 1964, o AI-1 permitiu:
* O Ato Institucional 02 abordava:
* Defina:
- bipartidarismo:
- Eleições indiretas:
* Após o golpe civil-militar de 1964, quem elegeu o marechal Castelo Branco como presidente do Brasil? Lembrando que ele foi eleito por uma eleição indireta...
* O marechal Humberto de Alencar Castello Branco, indicado pelos militares e eleito pelo Congresso Nacional, tornou-se o primeiro presidente do regime militar no Brasil. Ao ser empossado, declarou seu projeto de governar para desenvolver o capitalismo brasileiro e conter uma suposta “ameaça comunista”, controlando as massas trabalhadoras e reformando o aparelho do Estado. Mencione quatro ações do governo do marechal Castelo Branco:
* Dentro do sistema bipartidário, quais eram os únicos dois partidos autorizados pela ditadura militar?
* O que foi a Lei Antigreve? O que ela previa?
* Arrocho salarial é a consequência de uma política salarial cujos reajustes não acompanham a inflação. Pode ocorrer como política de governo ou decorrente da livre negociação entre empresas e trabalhadores. Pode atingir tanto o salário mínimo de um país como os salários acima dele. Se você fosse um trabalhador e recebesse salário, você iria gostar ou apoiar um governo que implantava uma política de arrocho salarial e não que permitia reclamações e manifestações? Justifique sua resposta:
* Em junho de 1964, o Congresso aprovou a Lei Antigreve, que proibia a paralisação de servidores públicos e dificultava a realização de greves no setor privado. Um movimento grevista, para ser iniciado, tinha de ser aprovado em assembleia pelo voto secreto de pelo menos dois terços da categoria, na primeira convocação, e um terço na segunda, com um intervalo mínimo de dois dias entre elas. Como ficou a situação do trabalhador brasileiro ao longo da Ditadura Militar?
* Dentro do contexto da Guerra Fria e do mundo bipolarizado, qual país apoiou a implantação do Golpe de 1964 e durante o Regime Militar brasileiro, manteve maior proximidade diplomática, política e econômica?
segunda-feira, 16 de outubro de 2023
Mapão crise do século XVII na Europa
Mapão sobre a crise do século XVII na Europa
Orientações para o seu estudo sobre a crise na Europa do século 17:
*Conceitue:
a) Idade Moderna:
b) Antigo Regime:
c) Sociedade do Antigo Regime:
d) Absolutismo monárquico:
e) Mercantilismo:
f) Capitalismo:
g) Doutrina do poder divino do rei:
*A economia do Antigo Regime era baseada:
* Como o Antigo Regime era organizado políticamente?
* Explique quais foram as duas teorias que justificavam a necessidade da existência do rei e o seu poder absoluto:
* A construção do poder absoluto dos reis também foi obra de pensadores. Eles elaboraram teorias que legitimavam o poder dos monarcas, justificando-o pela razão ou pela fé. Thomas Hobbes e Jacques Bossuet foram dois dos intelectuais que se dedicaram a essa tarefa. Explique as ideias de ambos:
a) Thomas Hobbes:
b) Jacques Bossuet:
* O regime absolutista, caracterizou-se na Europa do chamado Antigo Regime. Em qual país europeu o regime absolutista foi mais presente?
* Defina as características do mercantilismo abaixo:
a) Metalismo:
b) Protecionismo:
c) Balança comercial favorável:
d) Exclusivo comercial metropolitano (Pacto Colonial):
* Com as grandes navegações e as conquistas ultramarinas, as colônias foram organizadas para atender ao principal objetivo do mercantilismo, que era fortalecer o Estado nacional. Informe duas ações adotadas por Estados nacionais mercantilistas com o objetivo de fortalecer a sua economia:
* Em geral, as colônias cumpriram esse papel (de fortalecer o Estado nacional - a metrópole) fornecendo à mesma metrópole metais preciosos e gêneros agrícolas de alto valor comercial na Europa. Cite exemplos de medidas que Portugal implantou o exclusivo comercial metropolitano visando fortalecer a economia do reino portugues:
*No século XVII, alguns fatores indicavam que o mercantilismo era incompatível com a expansão da economia capitalista. Quais fatores eram esses?
*No século XVII, quais fatores dificultavam a expansão da economia capitalista no continente europeu?
* Informe alguns motivos que iniciaram a guerra entre os Países Baixos (Holanda) e Espanha ao longo do século XVI:
*Entre 1652 e 1654 foi a vez de a Inglaterra combater a Holanda. Quais motivos levaram ao enfrentamento dos dois paises?
* As guerras entre os Estados modernos, ao longo do século XVI, proporcionaram várias consequências. Quais foram essas?
* No século XVI, os Países Baixos faziam parte do império do rei espanhol Filipe II. Por que em 1581, as sete províncias do norte, protestantes e lideradas pela Holanda, se declararam independentes da Espanha e formaram a República das Províncias Unidas?
* Nas monarquias absolutistas, a política se misturava frequentemente com a religião, pois o rei desejava usar a fé dos súditos como instrumento de manipulação, controle e poder. Informe exemplo disso na prática:
* Informe três fatores que justificam a crise do século XVII na Europa:
* O que foi a União Ibérica? Por que ela aconteceu?
Material de apoio e consulta
Crise do século 17 na Europa
https://historiaecio.blogspot.com/2023/09/crise-do-seculo-xvii-na-europa.html
Vídeos sobre o século XVII
Vídeo 01 - Absolutismo
https://www.youtube.com/watch?v=4YogdtC09xk
Vídeo 02 - Teóricos absolutistas (Filósofo absolutistas)
https://www.youtube.com/watch?v=3HyCopxuiIk
Vídeo 03 - Parabólica (CONTEXTO GERAL DO SÉCULO XVII)
Império Espanhol - Espanha Imperial (Início, apogeu e declínio)
Império Espanhol Clique no link abaixo e veja o vídeo l https://youtu.be/Q7LALe9LNkw?si=7_bZfmz7Iw9f-5Tr ### Império Espanhol Os Árabes na E...
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