O Brasil e a crise do antigo sistema colonial
A crise portuguesa se aprofunda
A situação de Portugal no contexto internacional do século XVIII era delicada. As monarquias ibéricas, pioneiras no processo de colonização da América, passaram a enfrentar a concorrência de potências em ascensão, como Holanda, França e Inglaterra. Portugal, por exemplo, sofria os efeitos da concorrência no comércio do açúcar e de africanos escravizados.
A rivalidade entre essas potências caracterizou todo o século XVIII, com destaque para a disputa entre França e Inglaterra. Enquanto os ingleses conquistavam vantagens no mundo ultramarino, os franceses exerciam influência sobre outras monarquias europeias, como a Espanha.
Enquanto foi possível, os reis lusos se mantiveram neutros diante desses conflitos. A fragilidade da economia portuguesa, no entanto, restringia a capacidade do governo português de resistir por muito tempo às pressões externas.
Assim, pressionados desde a metade do século XVII, os portugueses vinham se aproximando da Inglaterra e assinando tratados comerciais que beneficiavam a nação britânica.
Retrato de Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, pintura de autoria desconhecida, século XVIII.
Além disso, em 1759, com o intuito de reforçar a centralização político-administrativa, os jesuítas foram expulsos de Portugal e de todos os seus domínios coloniais. Dois anos depois, Pombal criou o Real Erário com as tarefas de garantir a cobrança do quinto na América portuguesa e combater a sonegação e o contrabando. Em 1763, transferiu a sede do governo do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro, aproximando o centro político da colônia das áreas mineradoras.
As medidas pombalinas sobre a América portuguesa também visavam arrecadar recursos para cobrir os gastos com a reforma de Lisboa. Isso porque a capital metropolitana havia sido atingida por um grande terremoto, em 1755, que a destruiu quase por completo. O marquês de Pombal, defensor das ideias da Ilustração, encarregou-se de contratar engenheiros para reconstruir e remodelar a cidade.
As medidas pombalinas, contudo, não foram suficientes para impedir a crise do domínio colonial português na América, que expressava, mais que a fragilidade portuguesa, a falência do Antigo Regime. A independência dos Estados Unidos (1776), os interesses das indústrias inglesas em conquistar o mercado das colônias e a insatisfação das elites de algumas capitanias com a exploração colonial apontavam para o fim da dominação portuguesa no Brasil. As conjurações Mineira e Baiana, no fim do século XVIII, mostrariam que o colapso do mercantilismo e do antigo sistema colonial era um movimento que os reinos ibéricos já não conseguiam deter.
Ilustração do século XIX representando o terremoto que causou a destruição de grande parte de Lisboa em 1755.
Foto quadro - O Brasil e a crise do antigo sistema colonial.
Exercícios pontuados
01 - Como estava a situação de Portugal, no contexto internacional, ao longo do século XVIII?
02 - A rivalidade entre essas potências caracterizou todo o século XVIII, com destaque para a disputa entre França e Inglaterra. Fale um pouco sobre a rivalidade entre esses pois países:
03 - Nesse contexto de rivalidade entre Inglaterra e França, qual foi a postura portuguesa?
04 - O que pregava o Tratado de Methuen de 1703?
05 - Por que o Tratado de Methuen (1703) foi prejudicial para Portugal?
06 - O que a progressiva queda na produção aurífera em Minas Gerais gerou para Portugal?
07 - Quem foi Sebastião José de Carvalho e Melo (o marquês de Pombal? O que ele fez para tirar Portugal da crise?
08 - Para sair da crise, quais eram as principais metas do marquês de Pombal para fortalecer a economia portuguesa?
09 - O que era o Real Erário português? Qual era a sua principal função?
10 - As medidas pombalinas sobre a América portuguesa também visavam:
11 - As medidas pombalinas sobre a América portuguesa deram certos? Justifique a sua resposta:
12 - Cite 03 fatores que apontam para o fim da dominação portuguesa no Brasil já no século XVIII:
Próxima aula
Conjuração Mineira
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