A Conjuração Baiana
Conjuração baiana
O que foi a Conjuração Baiana?
A Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates foi um movimento político popular ocorrido em Salvador, Bahia, em 1798.
É também conhecida como "Conspiração dos Búzios" ou "Revolta dos Alfaiates", por ter como principais líderes os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos Santos Lira.
Composição:
A Conjuração Baiana foi composta, em sua maioria, por escravizados, negros livres, brancos pobres e mestiços, que exerciam as mais diferentes profissões, como sapateiros, pedreiros, soldados, etc.
Principais líderes
Seus objetivos:
Tinha como objetivos separar a Bahia de Portugal, abolir a escravatura e atender às reivindicações das camadas pobres da população.
Influenciada por:
Influenciada pela Revolução Francesa e pela Revolução Haitiana, a Conjuração Baiana foi fortemente reprimida. Seus membros foram presos e, em 1799, os líderes do movimento foram condenados à morte ou ao degredo.
Contexto:
As revoltas dos colonos também atingiram outras regiões do Brasil, como Salvador, na Bahia. Em fins do século XVIII, o aumento dos preços do açúcar no mercado internacional, provocado principalmente pelas guerras de independência no Haiti, estimulou muitos proprietários da Bahia a ampliar o cultivo de cana e a reduzir as plantações de gêneros alimentícios. Como resultado, o preço dos alimentos subiu e grande parte da população começou a enfrentar a fome.
A escassez de alimentos criou um ambiente propício para a revolta, que ficou conhecida como Conjuração dos Alfaiates. A presença das ideias iluministas e as notícias sobre a Revolução Francesa e a independência do Haiti, divulgadas em Salvador principalmente pela Sociedade Maçônica Cavaleiros da Luz, também contribuíram para impulsionar o movimento.
A Conjuração Baiana teve caráter popular e forte conteúdo de oposição à elite econômica e social. A revolta reuniu pequenos comerciantes, soldados, artesãos, alfaiates, negros libertos, mulatos e escravos, além de alguns homens brancos mais abastados.
O primeiro ato da conjuração ocorreu no dia 12 de agosto de 1798, quando alguns locais públicos de Salvador amanheceram cobertos de cartazes chamando o povo à revolução. Vários deles atacavam a administração portuguesa, reivindicavam melhores remunerações aos soldados e denunciavam a corrupção das autoridades.
“O poderoso e magnífico povo bahiense republicano desta cidade da Bahia Republicana considerando nos muitos e repetidos latrocínios feitos com os títulos de imposturas, tributos e direitos que são celebrados por ordem da Rainha de Lisboa, e no que respeita a inutilidade da escravidão do mesmo povo tão sagrado e digno de ser livre, com respeito à liberdade e à igualdade ordena, manda e quer que para o futuro seja feita nesta cidade e seu termo a sua revolução para que seja exterminado para sempre o péssimo jugo ruinável da Europa [...]. O povo será livre do despotismo do rei tirano, ficando cada um sujeito às leis do novo código e reforma de formulário [...].”
A luta pela liberdade
Conheça a seguir as principais reivindicações dos conjurados baianos.
*O fim do domínio português na Bahia.
*A proclamação da república.
*A liberdade de comércio.
*O fim da escravidão.
*O fim das diferenças raciais.
O movimento, porém, foi rapidamente contido. Com a ajuda de delatores, alguns deles membros da elite baiana que participaram da conspiração, as investigações levaram os principais envolvidos à prisão.
A condenação recaiu apenas sobre os negros e os mulatos, que foram punidos com rigor. Os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas do Amorin e os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino foram condenados à morte e executados na forca em 1799.
Assim como ocorreu na Conjuração Mineira, os condenados tiveram os corpos esquartejados e expostos em locais públicos.
Página da HQ Revolta dos Búzios, de Maurício Pestana, publicada em 2014, que conta a história da Conjuração Baiana.
Foto quadro - Conjuração baiana
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