segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023
Crise e a dependência portuguesa, a União Ibérica e Invasões estrangeiras
domingo, 26 de fevereiro de 2023
Crise do século XVII na Europa
O Estado absolutista
Durante a Baixa Idade Média, a grande mudança política que ocorreu na Europa foi a centralização do poder monárquico. Os reis passaram a assumir poderes que antes eram exercidos pelos senhores feudais em cada domínio. Criaram impostos e moedas de circulação em todo o reino, um corpo de funcionários administrativos e um exército permanente e profissional. Esse processo de fortalecimento da figura do rei é conhecido como formação do Estado moderno.
A centralização do poder real atingiu seu ponto culminante nos séculos XVI e XVII com a monarquia absolutista. Os componentes essenciais do poder absoluto eram: vasta autonomia do rei para criar impostos e vender cargos; ampla burocracia encarregada de administrar a justiça, as finanças, as colônias, o comércio e outros departamentos do Estado; um exército permanente; e uma única Igreja permitida no reino. A expressão “uma fé, uma lei, um rei” resume as bases do regime absolutista.
A consolidação do poder real contou também com um componente subjetivo, que tinha relação com a imagem do rei diante de seus súditos. Era necessário que a figura do rei fosse idolatrada, mitificada e identificada com o Estado. Nesse trabalho de propaganda política, a história cumpriu um papel muito importante. Escritores financiados pelo rei tinham a tarefa de produzir relatos que enalteciam os feitos heroicos do monarca e o divinizavam.
“Com efeito, a história, ao longo do século XVII, acabou por se transformar num eficiente instrumento de propaganda do Estado monárquico. [...]. Dificilmente em qualquer tempo a história foi tão refém do poder.”
LOPES, Marcos Antônio. Declínio e ascensão da história política. Síntese Nova Fase. Belo Horizonte, v. 22, n. 71, 1995. Disponível em <http://mod.lk/tihoo>. Acesso em 20 mar. 2020.
O regime absolutista, com os componentes que citamos acima, caracterizou a Europa do chamado Antigo Regime. Mas foi na França do século XVII que a monarquia apresentou, de maneira mais completa, as características do Antigo Regime. O grande símbolo do absolutismo francês foi o rei Luís XIV, que governou de 1643 a 1715, o mais longo reinado de que se tem notícia. Seu governo serviu de modelo para monarcas de outros países europeus, que procuravam governar inspirados na realeza francesa.
Os teóricos do absolutismo
A construção do poder absoluto dos reis também foi obra de pensadores. Eles elaboraram teorias que legitimavam o poder dos monarcas, justificando-o pela razão ou pela fé. Thomas Hobbes e Jacques Bossuet foram dois dos intelectuais que se dedicaram a essa tarefa.
Thomas Hobbes (1588-1679). Filósofo inglês, Hobbes defendia a ideia de que a natureza humana era má e egoísta. Em sua principal obra, Leviatã, Hobbes afirma que só um Estado forte seria capaz de limitar a liberdade individual, impedindo a “guerra de todos contra todos”. Em resumo, o indivíduo deveria dar plenos poderes ao Estado, renunciando à sua liberdade a fim de proteger a própria vida. Para Hobbes, o Estado poderia ser dirigido por um monarca ou por uma assembleia, desde que todos aceitassem sua soberania.
Jacques Bossuet (1627-1704). Bispo e teólogo francês, Bossuet foi um dos mais importantes intelectuais da corte de Luís XIV. Em seu livro Política tirada da Sagrada Escritura, Bossuet desenvolveu a doutrina do direito divino dos reis, segundo a qual o poder do soberano expressava a vontade de Deus. Sendo o poder monárquico sagrado, qualquer rebelião contra ele era criminosa. Na França, o mito fundador de uma realeza sagrada, no início da Idade Média, estava presente no imaginário coletivo. Com Bossuet, contudo, a tese da origem divina do rei ganhou autoridade intelectual.
É possível perceber uma diferença no pensamento dos dois teóricos: enquanto Hobbes defendia o absolutismo com base na razão, no argumento de que era necessário garantir a segurança dos indivíduos, o bispo Bossuet fundamentava sua defesa no direito divino dos reis, ou seja, na religião.
O esgotamento do mercantilismo
O mercantilismo foi a política econômica adotada pelos Estados modernos. Visando fortalecer o reino e obter uma balança comercial favorável, os governos das principais economias europeias criaram leis que garantiam o monopólio da Coroa sobre o comércio de alguns produtos, estabeleciam taxas elevadas sobre as importações, controlavam preços e salários, protegiam determinadas manufaturas, entre outras medidas. As práticas mercantilistas variaram de um país para outro e ao longo dos anos.
Com as grandes navegações e as conquistas ultramarinas, as colônias foram organizadas para atender ao principal objetivo do mercantilismo, que era fortalecer o Estado nacional. Em geral, as colônias cumpriram esse papel fornecendo à metrópole metais preciosos e gêneros agrícolas de alto valor comercial na Europa. Para isso, estabeleceu-se o exclusivo comercial metropolitano, que garantia à Coroa o monopólio do comércio colonial. O rei, por meio de uma carta de concessão, transferia aos mercadores do reino o direito de comercializar com as colônias, mediante o pagamento de um tributo.
No século XVII, a crescente disputa por mercados e possessões coloniais entre as principais potências europeias indicava que o mercantilismo era incompatível com a expansão da economia capitalista. Espanha e Portugal expandiram seus impérios coloniais enfrentando pouca concorrência estrangeira ao longo do século XVI. Porém, com o crescimento das manufaturas e do comércio marítimo de outros países europeus, principalmente França, Inglaterra e Holanda, as possessões espanholas e portuguesas viraram alvo desses novos agentes do mercado mundial. A disputa por colônias e entrepostos comerciais entrou em choque com as restrições do mercantilismo.
As guerras entre Espanha, Holanda e Inglaterra
No século XVI, os Países Baixos faziam parte do império do rei espanhol Filipe II. As províncias do norte tinham como centro a cidade de Amsterdã, onde surgiu uma próspera burguesia comercial e manufatureira. Na região de Flandres, mais ao sul, destacava-se a cidade de Antuérpia, o maior centro do comércio de especiarias e de operações bancárias naquele período.
Em 1581, as sete províncias do norte, protestantes e lideradas pela Holanda, se declararam independentes da Espanha e formaram a República das Províncias Unidas. As províncias do sul, de maioria católica, se mantiveram fiéis a Filipe II. O governo espanhol não aceitou a independência, deflagrando um longo conflito.
A guerra terminou em 1648, quando a Espanha reconheceu a independência das Províncias Unidas, que passaram a ser conhecidas como Holanda. Durante o conflito, Filipe II apoderou-se de Antuérpia e expulsou os judeus e os protestantes que lá viviam, muitos deles ricos comerciantes e banqueiros. A cidade, empobrecida, foi superada por Amsterdã, que se transformou no maior centro comercial, financeiro e manufatureiro da Europa.
Entre 1652 e 1654 foi a vez de a Inglaterra combater a Holanda para retirar dela o domínio nos mares do norte. Concluído o conflito, a Inglaterra se voltou contra a Espanha, principal inimiga dos protestantes, numa guerra que se estendeu até 1660.
O prolongamento dos conflitos gerou elevados custos para as Coroas europeias. Para cobrir os gastos com suas frotas navais e seus exércitos, essas nações aumentaram os tributos cobrados da população, causando revoltas entre os trabalhadores.
sábado, 25 de fevereiro de 2023
Trabalho e divisões sociais nas colônias espanholas
A mão de obra indígena
A mão de obra indígena foi predominante na maior parte da América espanhola. As populações ameríndias ocuparam tanto o papel de aliados políticos dos castelhanos*, como de trabalhadores livres ou compulsórios, incluindo entre estes últimos os escravizados. Entre as principais formas de explorar o trabalho indígena estavam a encomienda e a mita.
* Castelhano: relativo ao antigo Reino de Castela, o qual, após a formação da Espanha, prevaleceu sobre as demais regiões do país; espanhol.
A encomienda era uma instituição jurídica comum nas terras do Vice-Reino da Nova Espanha. Por meio dela, os encomenderos eram autorizados a cobrar tributos de um certo número de indígenas, que eram pagos com o trabalho na agricultura e nas minas. Os encomenderos, por sua vez, ficavam encarregados de catequizar os indígenas. O regime de encomienda rendia altos tributos ao governo da Espanha, chegando a totalizar 20% de toda a receita da Coroa.
A mita era uma instituição de origem inca adaptada pelos espanhóis em suas colônias. Por meio dela, os colonizadores encarregavam os chefes indígenas de selecionar, nas comunidades, os homens que deveriam ser encaminhados ao trabalho, principalmente nas minas, onde deveriam permanecer por quatro meses. Os índios recrutados recebiam um pagamento e, durante o recrutamento, só podiam se ausentar do trabalho nas folgas autorizadas.
A mão de obra africana
Na América espanhola, a mão de obra africana foi utilizada de maneira pontual. No caso do México, do Peru e da Bolívia, onde a população indígena era muito numerosa, os africanos escravizados, minoritários, trabalhavam como capatazes nas minas de prata ou como ajudantes de espanhóis ricos. Nas Antilhas e nas zonas costeiras do Caribe, principalmente nos litorais da atual Venezuela e Colômbia, os escravizados de origem africana formavam a maioria da mão de obra utilizada na produção de açúcar.
O trabalho nas minas
Os trabalhadores indígenas foram a principal mão de obra empregada nas minas de prata e estavam submetidos a diversos tipos de exploração e de violência por parte dos colonizadores. Além das longas jornadas de trabalho e dos acidentes, os indígenas conviviam com temperaturas extremas, umidade, escuridão e pouco oxigênio, além do risco de contrair doenças pulmonares causadas pela inalação de impurezas. A realidade era tão dura que um padre chegou a denominar as minas de Potosí de a “boca do inferno”.
Na tentativa de amenizar os sofrimentos, os indígenas consumiam bebidas alcoólicas e mascavam folhas de coca. Essas folhas (já consumidas pelos incas, mas apenas em rituais religiosos) funcionavam como um estimulante natural, diminuindo a fome, o sono e o cansaço. Mesmo correndo grande risco, os indígenas resistiram de inúmeras formas: fugiam, danificavam estruturas dos túneis e contrabandeavam minério e mercúrio.
Os africanos escravizados tinham dificuldades de adaptação ao clima e à elevada altitude; por isso, nas áreas da mineração, o trabalho africano foi pouco numeroso.
A extração da prata
Em um primeiro momento, os espanhóis utilizaram técnicas incas para explorar as minas de Potosí, como os fornos de pedra ou de barro. Esses fornos tinham chaminés que direcionavam o vento para atiçar o fogo, fazendo-o alcançar temperaturas que permitiam fundir o metal e extrair a prata. Boa parte desse trabalho era feita por indígenas, que se comprometiam a entregar uma quantidade de prata aos espanhóis e ficar com o excedente.
As técnicas indígenas, porém, eram capazes de extrair apenas a prata localizada na superfície, que se esgotou rapidamente. Assim, por volta de 1570, os espanhóis implantaram a técnica do amálgama, já utilizada em minas da Europa e do México. Essa nova técnica utilizava o mercúrio, metal líquido que tem a propriedade de se unir à prata, formando uma pasta (amálgama) e separando-a de impurezas.
O novo método era mais lucrativo, pois extraía prata até dos restos do metal descartados pela técnica indígena. Entretanto, ele exigia a abertura de túneis cada vez mais profundos, o que piorou muito as condições de trabalho. Além disso, cada vez mais os espanhóis passaram a explorar a mão de obra indígena nas minas por meio da mita.
A sociedade colonial
A sociedade na América espanhola era composta de cinco grupos de condições distintas: espanhóis, criollos, mestiços, indígenas e negros africanos escravizados.
Espanhóis. Conhecidos como chapetones, ocupavam os postos públicos mais destacados no vice-reino, na Igreja e no exército, além de serem donos de grandes negócios.
Criollos. Descendentes de espanhóis nascidos na América, possuíam grandes propriedades e atuavam no comércio ou participavam dos cabildos. Muitos de seus filhos iam estudar na Espanha e, ao voltar, exerciam as carreiras de médico, advogado, entre outras.
Mestiços. Filhos de espanhóis com indígenas, dedicavam-se ao pequeno comércio, ao serviço doméstico e ao trabalho no campo como vaqueiros ou administradores de propriedades.
Indígenas. Em geral, não tinham propriedades e trabalhavam na agricultura, nas minas e na construção e reparo de obras públicas. A maioria era analfabeta — com exceção das crianças, especialmente os meninos, que eram alfabetizadas no processo de catequização.
Africanos escravizados. Eram propriedades dos colonos, trabalhavam principalmente nos engenhos de açúcar e eram submetidos a diversos castigos.
Ao longo do tempo, espanhóis, criollos, mestiços, indígenas e negros escravizados formaram novas famílias. Ao se miscigenar, esses sujeitos deram origem a novos grupos sociais e a novas desigualdades na América hispânica.
Um dos critérios de hierarquização social mais comum foi o da “pureza de sangue”, combinada com o local de nascimento. Um criollo, por exemplo, mesmo sendo filho de nobre espanhol, não poderia alcançar os postos mais elevados da administração colonial pelo fato de ter nascido na América.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023
Colonização espanhola na América
Os primeiros órgãos da administração colonial na América Espanhola
De maneira geral, o objetivo principal das ações colonizadoras iniciadas após a expansão marítima europeia foi promover a exploração das terras colonizadas para a obtenção de riquezas, que foram canalizadas tanto para o governo do país responsável pela empresa colonizadora quanto para suas elites econômicas. Esse era o objetivo essencial da colonização na era mercantilista.
Visando garantir que a colonização promovesse o próprio enriquecimento, os governos de Portugal e da Espanha estabeleceram o exclusivo metropolitano. Ele determinava que as colônias só poderiam comercializar com as respectivas metrópoles. O monopólio sobre o comércio das colônias foi mais rígido no caso espanhol. Mesmo assim, comerciantes estrangeiros e das colônias sempre encontravam brechas para burlar a lei.
Guiada pelos interesses mercantilistas, cerca de dez anos após a chegada de Colombo à América, a Coroa espanhola criou o primeiro órgão encarregado de administrar as colônias americanas: a Casa de Contratação. Fundado em 1503, em Sevilha, o órgão regulamentava a administração colonial, nomeava os funcionários e fiscalizava a cobrança do quinto, imposto que recaía sobre a mineração e as transações comerciais da colônia.
A Casa de Contratação também se encarregava de garantir o exclusivo metropolitano, fiscalizando os navios que partiam das colônias e chegavam ao reino espanhol. Para isso, foi criado o regime de porto único. Os metais e outros produtos saíam dos portos de Porto Belo (América Central) e Veracruz (México), em frotas de navios vigiadas por galeões armados, e entravam na Espanha pelo porto de Sevilha. A partir do século XVIII, o porto de Sevilha foi substituído pelo de Cádiz.
Em 1524, após a queda do Império Asteca, foi criado o Conselho das Índias, órgão encarregado de tomar as decisões relativas às colônias. Suas reuniões podiam ser encabeçadas pelo próprio rei, que indicava pessoas de sua mais alta confiança para os principais cargos do conselho.
O Conselho das Índias - Dar recomendações e aconselhamentos ao rei sobre o processo de colonização de exploração dos novos territórios.
A criação desses órgãos visava transferir para o Estado e para as elites políticas e econômicas da Espanha os lucros com a colonização na América.
A criação dos vice-reinos
Consumada a queda dos principais impérios indígenas pré-colombianos, a Coroa espanhola começou, de imediato, a organizar a presença direta de seus representantes na administração colonial, visando consolidar a conquista e garantir a exploração econômica dos territórios.
Para alcançar esses objetivos, a América espanhola foi dividida em vice-reinos. O Vice-Reino da Nova Espanha foi o primeiro a ser organizado, em 1535, seguido pelo Vice-Reino do Peru, em 1543. Os vice-reis eram membros da nobreza ou da burguesia espanhola. Na América, eles representavam o rei e, portanto, eram as mais altas autoridades coloniais. Os vice-reis cuidavam dos assuntos administrativos, militares e religiosos. Eles ainda presidiam as audiências, nas quais exerciam o papel de autoridade judicial.
Outro órgão muito importante era o cabildo. Espécie de conselho municipal, os cabildos tratavam de vários assuntos, como segurança, abastecimento e uso dos espaços públicos.
Cabildo em Buenos Aires - espécie de uma Câmara Municipal, responsável pela administração da cidade e manutenção do espaço público.
Criollos, a elite local descendente de espanhóis (chapetones), que, apesar de ser formada por ricos proprietários de terras, de minas e do comércio, eram considerados de segunda grandeza, abaixo dos chapetones.
A América espanhola no século XVIII
As principais atividades econômicas
Entre todas as atividades econômicas desenvolvidas nas colônias americanas, certamente a que gerou mais lucros e tributos à Coroa espanhola foi a mineração da prata, iniciada a partir de 1540. A atividade mineradora impulsionou outros empreendimentos, como a extração de carvão e a criação de mulas que serviam de transporte.
Em 1545, foram descobertas as minas de Potosí, localizadas na Bolívia atual, que na época pertencia ao Vice-Reino do Peru. Elas se tornaram uma das mais ricas e produtivas áreas de exploração mineral do mundo durante os séculos XVI e XVII. Para se ter uma ideia de sua importância, boa parte das moedas que circulavam pelo mundo nesse período era feita com a prata extraída das minas de Potosí.
Boa parte das moedas que circulavam pelo mundo era feita com a prata extraída das minas de Potosí.
A prata americana chegava à Espanha pelo porto de Sevilha, onde era registrada na Casa de Contratação. Em seguida, o produto era taxado e um quinto ia para os cofres da Coroa espanhola. Da Espanha, a prata americana se dispersou pelo restante da Europa e pela Ásia. Porém, uma parcela significativa do metal ficou na América.
Apesar de proibidos pela Espanha, colonos do Peru e do México faziam comércio entre si. Outra parte da prata circulava nas colônias inglesas e no Brasil, onde ainda não haviam sido descobertas minas relevantes. No caso das colônias inglesas, a prata espanhola supria parte da necessidade de moedas que havia na região. Já nas terras portuguesas, a prata chegava através do comércio de produtos e de escravizados.
A pecuária, a agricultura e o comércio
A pecuária e a produção de gêneros alimentícios tiveram papel fundamental na economia interna das colônias espanholas. Para desenvolver a agricultura, os espanhóis aplicaram técnicas agrícolas europeias e aproveitaram conhecimentos indígenas, além de introduzir no continente animais, como bois, ovelhas e cavalos. Entre os principais alimentos cultivados estavam o milho, o cacau e a batata.
Para desenvolver a agricultura, os espanhóis aplicaram técnicas agrícolas europeias e aproveitaram conhecimentos indígenas, além de introduzir no continente animais.
O comércio internacional de produtos de luxo, como a seda, foi outra atividade bastante lucrativa. O comércio da seda, trazida das Filipinas através do Pacífico, chegou a ser tão volumoso e estava tão fora do controle tributário do governo espanhol que foi proibido a partir de 1631.
A produção de tabaco, cana-de-açúcar, anil e algodão, por sua vez, visava abastecer o mercado europeu. O primeiro centro importante de cultivo de cana-de-açúcar foram as terras da Nova Espanha (México), envolvendo, desde o início, homens de muito dinheiro, com recursos para investir em sistemas de irrigação e na instalação dos engenhos.
O principal centro produtor de açúcar, porém, foram as ilhas do Caribe (Cuba e Hispaniola). Com o uso da mão de obra de africanos escravizados nas grandes propriedades, a partir do século XVII a região se especializou na produção de açúcar, melaço e rum para a exportação.
Atividades econômicas na América espanhola
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