segunda-feira, 15 de maio de 2023

Fenícios

A civilização marítima dos fenícios (os fenícios/os púnicos)

Para começar os estudos, clique no link abaixo e veja o vídeo.





Os fenícios fazem parte de uma das mais importantes civilizações da Antiguidade – a civilização fenícia.


Civilização é o estado de cultura social, caracterizado por um relativo progresso no domínio das ciências, da religião, da política, das artes, dos meios de expressão, das técnicas econômicas e científicas, e de um grau de refinamento dos costumes.


Os fenícios conviveram e comerciaram com vários povos. Tiveram como vizinhos os hebreus que também viviam na região onde está o atual Estado de Israel.


Com os persas, além do comércio, os fenícios ainda tiveram que enfrentá-los como inimigos devido à expansão do Império Persa.

O império marítimo 

Os fenícios são conhecidos como o povo do mar. Isso porque eles foram grandes mercadores marítimos, contribuíram para o desenvolvimento da Astronomia, expandiram seu território por vários continentes (abrindo importantes entrepostos comerciais entre o Ocidental e o Oriente).


Localização territorial 

A Fenícia situa-se numa faixa de terra correspondente à costa do atual Líbano, abrangendo, ao norte, uma parte da Síria e, ao sul, uma parte de Israel. 


Posição geográfica benefício a navegação. 


Os fenícios foram muito dedicados ao comércio marítimo devido à sua posição geográfica, no cruzamento das rotas comerciais do Oriente e do Ocidente. 


O cedro e a navegação 

As florestas de cedro, abundantes nas encostas das montanhas,  forneciam a madeira para a construção de navios. Por volta do século VIII a. C., os fenícios possuíam a marinha mais poderosa do mundo mediterrâneo e dominavam a arte da navegação. 


Povo de origem próxima a dos hebreus 

Os fenícios falavam uma língua semítica, aparentada do hebraico e do aramaico.

Organização política 

Os fenícios se organizavam politicamente em cidades-Estado, que emergiram por volta de 1200 a. C. As maiores cidades-Estados eram Arados, Bíblos, Beritos (atual Beirute), Sidon e Tiro. Como não havia centralização política, a unidade cultural entre diferentes cidades era definida pelo uso da mesma língua (semítica), do mesmo alfabeto e pelo culto aos mesmos deuses, embora cada cidade também prestasse homenagens a divindade específicas.


Expansionismo e colonialismo fenício

Nos séculos IX e VIII a. C., os fenícios se expandiram pelo Mar Mediterrâneo e fundaram colônias por toda a costa,  sendo Cartago, de cerca de 814 a. C., ao norte da África,  a mais famosa. Essa expansão territorial tinha o objetivo de estabelecer uma rede de entrepostos e portos para viabilizar o comércio de longa distância (Ocidente X Oriente).


Em que continentes os fenícios fundaram colônias?

Os fenícios expandiram seus domínios fundando colônias pela chamada Ásia Menor, o norte da África e depois se espalharam pelo Mediterrâneo, ocupando a ilha da Sicília,  a Sardenha e o sul da Península Ibérica, território do continente europeu.


Um dos principais pontos dessa rede de comércio encontrava-se no sul da Península Ibérica, atual região da Andaluzia.  Lá,  a presença fenícia foi atestada por uma diversidade de artefatos encontrados em escavações feitas em toda a costa. 

O que os fenícios vendiam? O que eles desejavam obter no comércio? 

Os fenícios  forneciam cerâmica e sal às populações nativas, além de outros produtosem troca de ouro, prata, estanho e outros metais

O que possibilitou aos fenícios criar uma rede de comércio marítimo? 

A posição geográfica do território fenício, às margens do Mar do Mediterrâneo,  era um incentivo a exploração oceânica.  A região constituía um ponto estratégico de entrecruzamento das rotas comerciais do Oriente e do Ocidente,  possibilitando a criação de uma rede de comércio que dominava o Mediterrâneo e chegava à Península Ibérica.  

No século VIII a. C., os fenícios possuíam uma marinha poderosa e dominavam a arte da navegação, tendo sido os primeiros a fazer a circum-navegação do continente africano.


Vídeo sobre a navegação fenícia (clique no link)


A religião politeísta dos fenícios 


Devido à ausência de fontes históricas, pouco se sabe sobre a religião dos fenícios. A única fonte disponível é o Antigo Testamento, em que é descrita de forma negativa pelos hebreus. Os fenícios eram politeístas e cultuavam diversos deuses. Os principais deuses eram Baal, que representava o Sol e o poder gerador da natureza e a deusa Astarte, divindade da Lua e da fecundidade.


Na religião, cada cidade-Estado tinha o seu deus protetor e o rei era o sacerdote.

Cada cidade também tinha os seus deuses tutelares, e o rei era o sacerdote responsável pelo culto aos deus local.  Dezena de funcionários trabalhavam nos templos religiosos, entre os quais grupos de prostitutas sagradas (geralmente relacionadas ao culto da deusa Astarte (deusa da fertilidade) ), que ofereciam seus préstimos (benefícios) aos estrangeiros e aos cidadãos ricos a fim de arrecadar dinheiro para o templo.


O politeísmo e a possibilidade de sacrifícios humanos 

Há relatos na Bíblia sobre uma cerimônia anual em que centenas de crianças de ambos os sexos eram atiradas ao fogo em sacrifício ao deus Baal. Arqueólogos encontraram centenas de corpos de crianças, incluindo recém-nascidos, enterrados embaixo do Tophet, o altar onde se realizava os cultos nas cidades fenícias. Porém, é dificil saber se o local era um cemitério comum ou se as crianças foram imoladas em algum ritual religioso. É possível que em situações-limite, ameaçados por uma grande dificuldade ou catástrofe iminente, os fenícios, desesperados, tenham sacrificados seus próprios filhos na esperança de aplacar a fúria do deus Baal.


A difusão do alfabeto

Ao contrário da ideia que se difundiu, os fenícios não foram os responsáveis pela invenção do alfabeto, mas pelo seu aperfeiçoamento e difusão.

Os egípcios já haviam adaptado a escrita hieróglifica para representar letras.

A inovação que os fenícios trouxeram foi que o alfabeto, composto de 22 signos (ou símbolos), representava fonemas* e não apenas letras. Por esse motivo, o alfabeto fenício podia ser usado para escrever em diferentes línguas.

Ele se difundiu especialmente por meio das transações comerciais: da Fenícia alcançou a Europa e a Ásia, onde originou diferentes tipos de escrita alfabética.


Comparação entre os alfabetos

A perda da independência

Ameaçadas desde o século VIII a.C. pela expansão assíria (povo da Mesopotâmia), as cidades-Estados fenicias perderam sua independênciaa partir do século VI a.C., sendo domindas sucessivamentes pelos persas (próximo povo a ser estudado), pelos macedônios e pelos romanos.



Com a desintegração do império Persa (próximo conteúdo) e o aumento da pressão sobre as províncias pelo pagamento de tributos aos dominadores, as cidades fenícias se dividiram e parte delas passou a apoiar a política expansionista macedônica. Com a conquista macedônica, no século IV a. C, terminava definitivamente o sonho das cidades-Estados fenícias de recuperar sua antiga independência.



Para revisar


Exercícios de fixação de conteúdo 

01 - O que é uma civilização? Dê exemplo de uma civilização da antiguidade?

02 - Os fenícios eram conhecidos como: Por que eles eram conhecidos assim?

03 - Onde ficava a Fenícia?

04 - Por que a posição geográfica foi fundamental para os planos e objetivos dos fenícios?

05 - Por que o cedro foi importante para os fenícios?

06 - Como era a organização política dos fenícios?

07 - Os fenícios não possuíam uma centralização política. Como a Fenícia conseguia manter uma harmonia entre as cidades-Estados da região?

08 - Por que os fenícios expandiram seus territórios ao longo do Mar Mediterrâneo?

09 - Em quais continentes os fenícios fundaram colônias?

10 - O que os fenícios forneciam e o que eles desejavam acumular nas relações comerciais?

11 - Como era a religião na Fenícia? Quem fazia a função do sacerdócio?

12 - Qual era a relação das cidades-Estados e a religião?

13 - Em relação ao alfabeto, como os fenícios contribuíram para a sua difusão?

14 - Como as cidades-Estados (cidades independentes) começaram a perder a sua independência?

15 - O que é uma cidade-Estado?

Próxima aula

Os Persas

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Revolução Francesa e as suas contribuições para a formulação do mundo contemporâneo (Revolução Francesa parte 03)

Revolução Francesa foi: A Revolução Francesa foi um período de intensa agitação política e social na França entre 1789 e 1799, que teve um i...