domingo, 9 de abril de 2023

Revolução Francesa (1789 - 1799) Parte 01 - Motivos


A Revolução Francesa (1789 - 1799) - Parte 01


A Revolução Francesa


Clique no link e veja o vídeo ilustrativo sobre a Revolução Francesa


O que foi a Revolução Francesa?

A Revolução Francesa foi um período de intensa agitação política e social na França, que teve um impacto duradouro na história do país e, mais amplamente, em todo o continente europeu. A monarquia absolutista que tinha governado a nação durante séculos entrou em colapso em apenas três anos.

A influência da Guerra dos Sete anos


Guerra dos Sete Anos (1756 - 1763), além da derrota, prejudicou muito a situação econômica e política da França.


A Guerra dos Sete Anos (1756 a 1763) foi um conflito ocorrido entre a Inglaterra e França por terras na América do Norte e no continente asiático. Envolveu também a Prússia, Áustria, Portugal e Espanha.

Como consequência desta guerra, a França perde seus territórios coloniais, a Prússia emerge como potência europeia e a Inglaterra, vencedora do conflito, torna-se o país mais poderoso do mundo.

Motivos que levaram ao início da Revolução Francesa


Desigualdade social


A Revolução Francesa, iniciada em 1789, com a queda da Bastilha, foi motivada pela desigualdade social, pela crise econômica, colapso político, alta carga tributária, desemprego e pela fome, sendo inspirada nos ideais do Iluminismo. Em 14 de julho de 1789, a população parisiense rebelada atacou a Bastilha, antiga prisão e símbolo do absolutismo francês.


Fome



Desigualdades sociais - o Terceiro estado "levando os outros Estados nas costas".


Crise econômica e política - tentativa de solução eram reformas


A crítica situação econômica, às vésperas da revolução de 1789, exigia reformas, mas gerava uma crise política. Esta se agravou quando os ministros sugeriram que a nobreza e o clero deveriam pagar impostos.


Primeira tentativa de resolver os problemas - Assembleia dos Notáveis (1787)

Primeiro e Segundo Estado se reuniram para tentar resolver a crise e manter os seus privilégios. Só que a decisão dos ricos foi aumentar os impostos dos trabalhadores sofridos (Terceiro Estado). Devido ao contesto de desigualdade, altos impostos, fome e miséria, cada vez mais a população comum se revoltava. Sem solução, dois anos depois, o rei convocou a Assembleia dos Estados Gerais.




Convocação da Assembleia dos Estados Gerais


Neste contexto, em situação complicada, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais, uma assembleia formada pelos três estamentos da sociedade francesa.



Estados Gerais


Para relembrar, o que era uma sociedade estamental do antigo regime?



Primeiro Estado - composto pelo clero;
Segundo Estado - formado pela nobreza;
Terceiro Estado - composto por todos aqueles que não pertenciam ao Primeiro nem ao Segundo Estado, no qual se destacava a burguesia.

Era uma sociedade onde a divisão era baseada em estamentos, ou seja, em grupos baseados na origem de nascimento e sem mobilidade social (as pessoas não mudavam de posição).


Grande empasse na Assembleia dos Estados Gerais


O Terceiro Estado, mais numeroso, pressionava para que as votações das leis fossem individuais e não por Estado. Somente assim, o Terceiro Estado poderia passar normas que os favorecessem, como por exemplo, não ter que pagar mais impostos para tentar tirar o país da crise econômica devido a péssima gestão política.




Votação por Estado - "2 x 1".


A votação ocorreu, Primeiro e Segundo Estado recusaram a proposta, se uniram e impuseram a votação por Estado e não a votação individual, como desejava o Terceiro Estado (mais numeroso). Com isso, o aumento de impostos e outras pautas reprovadas pelos burgueses foram aprovadas.


Consequência da votação da Assembleia dos Estados Gerais (união da burguesia com parte do baixo clero)


Desta forma, reunidos no Palácio de Versalhes (sede do governo), o Terceiro Estado e parte do Primeiro Estado (baixo clero) se separam da Assembleia dos Estados Gerais. Em seguida, declaram-se os legítimos representantes da nação, formando a Assembleia Nacional Constituinte e jurando permanecer reunidos até que ficasse pronta a Constituição.


O juramento na Sala de Jogo de Paume, de Jean-Louis David, ilustra a união entre parte do Primeiro Estado e o Terceiro.
 

Ameaça de golpe e fechar a assembleia.


Enquanto os debates seguiam na Assembleia Constituinte, diversos boatos circulavam pela França anunciando que a aristocracia, aliada ao rei, pretendia dar um golpe e fechar a assembleia. Alarmados, os setores pobres passaram a protestar de forma mais constante e violenta. A crise política, agravada pela escassez de alimentos, fez multiplicar nas cidades os saques aos comboios de grãos e armazéns e os ataques às alfândegas municipais.


“Jornadas populares” e a queda da Bastilha.


Entre os dias 13 e 14 de julho de 1789, Paris foi palco de uma série de manifestações e revoltas, que foram chamadas de “jornadas populares”. O ápice das revoltas ocorreu no dia 14 de julho, quando os parisienses tomaram a Bastilha, prisão e arsenal militar e maior símbolo do absolutismo francês. A revolução começava e não tinha uma liderança definida.




O que era a Bastilha?


A Bastilha, mais conhecida por ter sido uma prisão e também depósito de pólvora e armas - assim funcionando desde o início do século XVII até o final do século XVIII.


Queda da Bastilha - início da Revolução Francesa


Resultados da Assembleia Constituinte


Assembleia Constituinte

Em agosto de 1789, a Assembleia Nacional Constituinte (uma reunião entre os líderes descontentes com a situação vivida pelos franceses) aboliu o dízimo eclesiástico e todas as obrigações feudais que pesavam sobre os camponeses. Em seguida, aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que estabeleceu a igualdade de todos os homens perante a lei e o direito à liberdade, à crença religiosa, à propriedade, à segurança e a resistir contra todo tipo de opressão.

Em setembro de 1791, os deputados aprovaram uma Constituição para a França, que estabeleceu: a subordinação do monarca à Constituição; a divisão do Estado em três poderes independentes (Executivo, Legislativo e Judiciário); o voto censitário e masculino; a manutenção da escravidão nas colônias; e o fim das restrições mercantilistas e dos encargos feudais, favorecendo o livre-comércio. As medidas aprovadas demonstraram o domínio da grande burguesia nessa primeira fase da revolução.


O fim da Monarquia absolutista na França e o início da Monarquia Constitucional.


Com a elaboração da Nova Constituição e todas as medidas impostas por ela, o rei tinha os seus poderes limitados pela Carta Magma do país e deveria governos junto com os outros poderes e respeitando a lei.

Na próxima aula, veremos a segunda parte da Revolução Francesa, onde estudaremos melhor a Monarquia Constitucional, a Convenção Nacional (1792-1795), a fase do Terror (1793-1794), o Diretório (1794-1799) e as consequências da Revolução Francesa.


Para revisar, clique no link abaixo e veja o vídeo.




FIM


Próxima aula:

Revolução Francesa (Parte 02).



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