sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

O trabalhismo de Vargas

O trabalhismo na Era Vargas


Para se fortalecer (ficar mais popular), Getúlio Vargas se aproximou dos trabalhadores concedendo alguns benefícios.


Muitos olhavam para Getúlio Vargas e viam ele como o "Pai dos Pobres", será?

O que é o trabalhismo?

Trabalhismo foi uma prática política característica do Estado Novo (1937-1945), baseada na valorização do trabalho nas esferas política e econômica. 

Qual objetivo do trabalhismo?

Tal prática tinha como propósito assegurar os direitos trabalhistas e ao, mesmo tempo, estabelecer vínculos entre trabalhadores e o Estado. Essa política agradou muitos trabalhadores e trouxe grande prestígio ao presidente Getúlio Vargas. No entanto, o trabalhismo de Vargas aumentou a intervenção do Estado nas atividades políticas dos trabalhadores, restringindo a autonomia pela qual lutavam.


Fugindo da política liberal (que quebrou a bolsa de Nova Iorque e gerou uma grande depressão econômica no mundo capitalista), a política de Vargas passou a regulamentar as relações de trabalho. Regulamentação exigida por movimentos trabalhistas ao longo de vários anos, em diversas partes do planeta.


Getúlio Vargas construiu a sua imagem muito próxima aos trabalhadores e a fatia mais pobre da população.

O trabalhismo na Era Vargas foi bom ou ruim para os trabalhadores?

Por um lado Vargas legalizou direitos importantes, pelos quais os trabalhadores vinham lutando há décadas, como salário mínimo e as férias remuneradas, por outro lado, eliminou direitos igualmente importantes, como a possibilidade de formar sindicatos livre e organizar greves.

O controle social

Getúlio Vargas utilizou diversos mecanismos de controle social. Durante o Estado Novo, o governo procurou interferir em vários aspectos da vida do povo brasileiro. A repressão política e a censura, aliadas ao uso em massa da propaganda e dos meios de comunicação, tornaram-se as principais características do regime ditatorial de Vargas.

Houve perseguição a quem se opunha ao governo. Políticos liberais e comunistas, partidos ou associações estavam sob constante vigilância da Polícia Política chefiada por Filinto Müller (1900-1973). Muitos opositores do regime foram presos, torturados, exilados ou assassinados. 

No campo ideológico, a censura e a propaganda foram importantes para o governo construir e divulgar a imagem do país como uma "unidade nacional", em que o povo e os governantes se relacionavam de forma harmoniosa, visando o bem comum da pátria e da sociedade.

Getúlio Vargas fez muito para tentar controlar e manter uma unidade nacional dentro dos padrões que ele defendia.


Censura: Análise, feita por censor, de trabalhos artísticos, informativos etc., ger. com base em critérios morais ou políticos, para julgar a conveniência de sua liberação à exibição pública, publicação ou divulgação.


Propaganda na Era Vargas - Objetivo de passar uma boa imagem do regime.

Vargas, trabalhismo e o controle das organizações de classes de trabalhadores.

Além do uso da violência física e da propaganda ideológica, o controle do Estado sobre a sociedade também se deu por meio do controle das organizações de classe dos trabalhadores. Os sindicatos passaram a ser vigiados por pessoas ligadas ao governo, conhecidas pejorativamente como pelegos, por atuarem em conformidade com o interesses do governo. Assim, a participação política dos trabalhadores acabava ocorrendo por meio de órgãos oficiais do governo.


Violência física, propaganda ideológica, censura, o controle do Estado sobre a sociedade, controle das organizações de classe dos trabalhadores... Algumas ferramentas do Estado Novo.


Pelego: Significa o mesmo que capacho, ou seja, uma pessoa que é dominada por outra, sendo persuadida a fazer determinada coisa sem a sua vontade. Um trabalhador que não participa das greves ou enfraquece o ato.

Por outro lado, o governo adotou medidas importantes que amenizaram a situação dos trabalhadores, como a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), considerada uma das grandes realizações do Estado Novo. Criada em 1943, garantiu direitos como salário mínimo, férias remuneradas, jornada de trabalho de oito horas diárias, pagamento de horas extras e descanso semanal remunerado, além de leis específicas para mulheres e jovens trabalhadores.


CLT

Embora a CLT tenha sido resultado de uma luta operária de várias décadas, o Estado Novo apresentou-a como um benefício oferecido pelo Estado aos trabalhadores, aumentando ainda mais o prestígio de Getúlio Vargas. Com tais medidas, o presidente conquistou o apoio das massas passando a ser chamado de "pai dos pobres" ou "protetor dos trabalhadores".


Festa do Dia do Trabalho em São Januário (Estádio do Clube de Regatas Vasco da Gama).

As medidas em relação aos trabalhadores, somadas às propagandas favoráveis ao governo e ao controle sobre as notícias e imagens vinculadas a Vargas circulando pela mídia, fizeram parte da chamada política populista adotada em seu governo. Tal política visava relacionar a figura do presidente a boas práticas públicas, com intuito de impulsionar o apoio popular a seu governo e desincentivar ações contrárias a ele. 


Nos desfiles em comemoração ao Dia do Trabalho, além de incentivar o nacionalismo e o civismo, Vargas promovia sua própria imagem, como meio de aumentar sua influência sobre o povo. Fotografia de 1942

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