As navegações inglesas
Onde fica a Inglaterra?
Os ingleses, mesmo de fora do Tratado de Tordesilhas, também interessados nas valiosas mercadorias orientais, começaram a investir na busca de um novo caminho marítimo para as Índias.
Exemplos de especiarias
Tratado de Tordesilhas (1494)
Em 1497, o genovês Giovanni Caboto, navegando a serviço da Inglaterra, comandou a missão encarregada de encontrar a chamada passagem noroeste, que ligaria o Oceano Atlântico ao Pacífico. Ele atingiu a Terra Nova (veja o mapa). Outras viagens inglesas seguiram a rota noroeste, mas foram barradas pelos mares congelados.
Giovanni Caboto - "descobridor" do atual Canadá
Um dos principais responsáveis pela exploração britânica das terras do Atlântico sul foi o armador e comerciante de escravos William Hawkins. Além de comercializar vinho e açúcar das Ilhas Canárias e pimenta e marfim de Gana, Hawkins fez viagens ao Brasil, entre 1530 e 1532, para adquirir pau-brasil.
Entre 1577 e 1581, financiado pela Coroa inglesa, o corsário Francis Drake fez uma viagem de circum-navegação da Terra seguindo a mesma rota de Fernão de Magalhães. Ele retornou à Inglaterra com toneladas de ouro e prata e outros produtos saqueados de navios e da América hispânica.
Recebido na Inglaterra com todas as honras, Francis Drake prosseguiu sua carreira de pirata com a missão oficial de saquear as Índias Ocidentais espanholas. Assim, em 1585, ele tomou Santo Domingo e Cartagena das Índias, na América, o que lhe rendeu um fabuloso butim em ouro e prata.
As viagens marítimas inglesas
Conheça a história do pirata inglês que derrotou os temidos espanhóis. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=zs6w7pizpbA
A formação das treze colônias
Ao realizar as viagens marítimas, os navegantes ingleses encontraram terras na América do Norte. Entre 1584 e 1587, a Coroa inglesa fez as primeiras tentativas de colonizá-las, autorizando nobres a organizar expedições de exploração e ocupação das novas terras.
A primeira tentativa de colonização britânica não deu certo
No entanto, doenças, fome e ataques indígenas levaram essas iniciativas ao fracasso. Mantendo o impulso colonizador, a Coroa inglesa estabeleceu parcerias com companhias comerciais, como a de Londres e a de Plymouth. Por meio de contratos, o governo inglês reconhecia o direito dessas companhias às terras eventualmente conquistadas e garantia a elas o monopólio do comércio realizado entre a região e a Europa.
Fome
Doença
Ataques indígenas (tentavam proteger as suas terras os invasores)
Muitos trabalhadores ingleses migraram para a América do Norte na condição de servos temporários. Em geral, eram pessoas pobres, que não tinham dinheiro para pagar a viagem. Por isso, eles aceitavam trabalhar sem remuneração, em troca do pagamento das despesas de viagem. Geralmente, depois de sete anos, os servos ficavam livres para trabalhar em seu próprio negócio.
A chegada
A primeira iniciativa independente de colonizar a América do Norte ocorreu em 1620, quando 102 ingleses desembarcaram do navio Mayflower e fundaram a cidade de Plymouth, no atual estado de Massachusetts. Eles ficaram conhecidos como “pais peregrinos” (pilgrim fathers). No rastro desses primeiros colonos, vieram outros, como franceses, holandeses, irlandeses e alemães, formando as treze colônias da América do Norte.
Mayflower
Fundaram a cidade de Plymouth, no atual estado de Massachusetts.
Pais peregrinos
No grosso modo, a principal diferença no projeto de chegada no Novo Mundo.
As colônias do norte, do centro e do sul
As treze colônias inglesas podem ser divididas em dois grupos: as colônias do norte e do centro e as colônias do sul.
O Norte apresentava clima temperado semelhante ao da Inglaterra. Por essa razão, tinha fraco potencial para o cultivo de produtos tropicais ou semitropicais, valorizados no comércio internacional. Essas colônias tinham características socioeconômicas semelhantes às da metrópole: policultura agrícola voltada ao consumo local ou ao mercado interno e praticada em pequenas propriedades, com o predomínio da mão de obra livre e, em alguns casos, servos temporários; fabricação de navios usados no comércio marítimo local ou transatlântico; pesca e comércio de peles e de madeira. Também havia pequeno número de escravos indígenas e negros nessas colônias.
As colônias do sul apresentavam clima subtropical, que permitiu o cultivo de produtos agrícolas valorizados no mercado europeu. O tabaco e o algodão, por exemplo, eram cultivados em grandes propriedades rurais, nas quais se utilizavam, predominantemente, trabalhadores escravos trazidos da África. De modo geral, podemos dizer que as colônias inglesas do sul possuíam economia e estrutura social semelhantes às do litoral nordestino do Brasil ou das colônias europeias no Caribe.
Relações entre indígenas e colonos
Nas treze colônias, as relações entre colonos e indígenas foram muito mais conflituosas que amistosas. De norte a sul, os ingleses invadiram progressivamente os territórios habitados pelos indígenas, que reagiram com ataques esporádicos ou guerras. Nesse contexto, a população nativa diminuiu vertiginosamente, caindo de aproximadamente 10 milhões de pessoas no começo do século XVI para apenas 600 mil indivíduos no final do século XVIII. Enquanto isso, a população de origem europeia na América do Norte cresceu de cerca de 2.500 para 3 milhões de pessoas.
Diferentemente do que ocorria nas colônias espanholas e portuguesas na América, a colonização promovida pelos protestantes ingleses não apresentou esforços sistemáticos de evangelização dos povos indígenas. O caráter comercial da empresa colonizadora dirigida pela Coroa inglesa não incentivava a integração política ou social do ameríndio ao reino britânico. O resultado desse modelo de colonização foi a formação de uma sociedade de matriz europeia com pouca mestiçagem e quase nenhuma integração entre ameríndios e brancos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário