segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Primeira República e a sociedade tradicional desigual

Na mesma época em que a classe média urbana se modernizava, grandes áreas do interior do Brasil permaneciam organizadas com base na tradição rural e no conservadorismo. Veja a seguir alguns grupos sociais que formavam parte dessa população.

* As oligarquias locais;

* Os líderes religiosos;

* Sertanejos.

As oligarquias locais, cujos principais representantes eram os coronéis, dominavam a cena política das regiões distantes dos maiores centros do país. No Nordeste, os "coronéis" eram grandes proprietários rurais que, em geral, controlavam a produção da cana-de-açúcar e de cacau; no Centro-Oeste, eles eram grandes pecuaristas; no Sul do país, eram, principalmente, produtores de erva-mate e de charque.


Coronelismo é o nome dado ao período da Primeira República em que a política do Brasil era comandada e controlada pelos coronéis, ou seja, pelos fazendeiros ricos via Política dos Governadores e Voto de Cabresto.


O Voto de Cabresto era  voto direcionado pelo Coronel, por meio de compra de voto, ameaça ou violência. O processo eleitoral na Primeira República não era secreto, então havia a possibilidade de identificar o eleitor e em quem ele tinha votado. Surge também a figura do jagunço. Um funcionário do coronel contratado para fiscalizar a votação. Se um eleitor mudasse o voto na hora, o jagunço estava autorizado a agir com violência. 


No interior do país, os líderes religiosos exerciam grande influência sobre a população e ocupavam uma posição de destaque na sociedade. Esses religiosos, muita das vezes, faziam a intermediação entre a população pobres e os grandes proprietários rurais (os "coronéis"), levando até eles as reivindicações dos trabalhadores.


O clientelismo era uma prática muito comum na Primeira República. Caracterizado pela troca de favores. A garantia de votos e benefícios tem sido utilizada mais uma vez por aqueles que já estão nas posições de poder.


Camponeses, seringueiros, mineiros e vaqueiros, chamados também de sertanejos, formavam a maior parte da mão de obra das áreas rurais brasileiras. Trabalhavam muitas horas por dia para os grandes proprietários e, em troca, recebiam baixos salários. No Sertão nordestino, por exemplo, as famílias pobres enfrentavam a seca e a fome sem receber qualquer tipo de auxílio do governo. Sem muitas oportunidades de melhoria de vida, muito deles migravam para outras regiões. 

Neste contexto, a desigualdade entre os grupos sociais ficava cada vez maior, ou seja, os ricos ficavam cada vez mais poderosos e a massa (os grupos sociais maiores) ficavam cada vez mais pobres.


Desigualdade social é a medida do abismo entre a parcela mais rica e a mais pobre da população. É mensurada principalmente pelo Índice de Gini, que funciona como uma escala da concentração de renda em determinados grupos, usando como régua dois critérios principais: a população e a renda.


Qual é o motivo do crescimento da desigualdade social? Ela decorre, principalmente, da má distribuição de renda e da falta de investimento na área social, como educação e saúde. Desta maneira, a maioria da população fica a mercê de uma minoria que detém os recursos, o que gera as desigualdades.

Os grandes coronéis, empresários, algumas lideranças religiosas se apropriaram da política visando o uso da “coisa pública”, ou seja, do Estado, em benefício de interesses privados e em prejuízo da coletividade tornou-se um dos problemas históricos da nossa república. Infelizmente, isso acontece até os dias de hoje,  os escândalos de corrupção que são constantemente noticiados nos jornais impressos e televisivos representam apenas uma parte do caráter invertido da república brasileira, esvaziada de seu sentido público e democrático.


A Corrupção é sistêmica em nosso país. Muitos visam exercer os cargos públicos para o uso da máquina pública em benefício próprio. 

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