Duas revoluções na China
Mao Tsé-tung e a Revolução Chinesa
Ao longo do século XIX, a China foi alvo da cobiça das potências imperialistas estrangeiras, interessadas nos recursos naturais do território e no mercado chinês. A presença constante de britânicos, franceses, russos, estadunidenses e japoneses no país despertou o nacionalismo e a revolta dos chineses contra o governo imperial, submisso às nações estrangeiras.
A China foi alvo do Imperialismo. O Imperialismo consiste em uma prática de expansão política, cultural, econômica e territorial que parte de uma nação buscando dominar outras. Assim, estados com muito poder, principalmente bélico e econômico, exercem suas forças para conquistar territórios e aumentar sua influência sobre outras regiões do globo.
Imperialismo
A insatisfação com a exploração estrangeira levou à formação do Partido Nacionalista, mais tarde nomeado de Kuomintang. Liderado pelo médico Sun Yat-sen, o partido reunia a burguesia chinesa e pregava uma república democrática e nacionalista. Em 1911, os nacionalistas depuseram o último imperador e proclamaram a república.
A república, porém, não estabilizou o país. O presidente e ex-ministro do governo imperial, Yuan Chek’ai, preparava a restauração monárquica com ele no trono. Diante dessa ameaça, diversas províncias proclamaram sua autonomia. Nesse contexto, foi fundado, em 1921, o Partido Comunista da China (PCC), tendo como um de seus líderes Mao Tsé-tung. O novo partido agregava intelectuais, estudantes, trabalhadores urbanos e rurais.
Nacionalistas × comunistas
Seguindo a orientação da União Soviética, a partir de 1923, os comunistas se aliaram ao Kuomintang contra os grandes proprietários rurais e seus chefes militares – conhecidos como senhores da guerra –, que pretendiam transformar as províncias em feudos independentes. Assim, sindicatos e milícias operárias e camponesas se formaram em várias partes do país.
Porém, a aliança entre comunistas e o Kuomintang durou até 1927, quando o novo líder nacionalista, Chiang Kai-shek, tomou o poder. Ele desarmou as milícias operárias e camponesas e massacrou os comunistas em Xangai, Nanquim e Pequim. Atacado, o PCC iniciou a formação do Exército Vermelho. Enquanto o Kuomintang dominava as cidades, os comunistas conquistavam as áreas rurais e colocavam em prática as táticas de guerrilha.
A guerra civil só foi interrompida durante a invasão japonesa (1937-1945). Depois, o conflito continuou até 1949, quando os comunistas, controlando a maior parte do território libertado do domínio japonês, derrotaram o governo capitalista. Apoiado pelos camponeses, o Partido Comunista chegou ao poder e estabeleceu a República Popular da China, sob a liderança de Mao Tsé-tung.
Mao Tsé-tung
A República Popular da China
Revolução Chinesa
O governo comunista estatizou a atividade industrial, confiscou as grandes propriedades e parte dos bens dos camponeses médios e criou fazendas coletivas, nas quais os camponeses mantinham apenas a propriedade sobre os animais e os objetos pessoais e familiares.
Em 1958, a fim de incrementar a produção, foram criadas cooperativas rurais e novas indústrias. Essas iniciativas econômicas ficaram conhecidas como o Grande Salto para a Frente. O programa de comunização da agricultura estabelecido pelo Grande Salto, porém, desorganizou a produção e resultou na morte de milhões de camponeses, vítimas da escassez de alimentos que atingiu o país entre 1958 e 1960.
Propaganda Maoista - O Grande Salto
Revolução Cultural Chinesa - Lançada por Mao Tsé-Tung, Presidente do Partido Comunista da China (PCC), seu objetivo declarado era preservar o comunismo chinês purgando os restos de elementos capitalistas e tradicionais da sociedade chinesa, e reimpor o Pensamento Mao Tsé-Tung (conhecido fora da China como Maoísmo) como a ideologia dominante no PCC.
Revolução Cultural Chinesa
Mao Tsé-tung defendia: O período entre 1949-1976 foi dominado pela figura de Mao Tse-tung, que defendia uma visão revolucionária do comunismo, em que todos os aspectos da sociedade, cultura, economia e política deveriam estar a serviço de causas ideológicas.
Após a morte de Mao, em 1976, o regime socialista na China sofreu profundas mudanças. O novo dirigente, Deng Xiaoping, introduziu um programa de reformas econômicas de inspiração capitalista, preservando o domínio do Partido Comunista no país. Novas leis autorizaram a instalação de multinacionais no território e restabeleceram a propriedade privada. O Estado, porém, manteve o controle dos salários, dos preços dos itens de consumo e do valor da moeda, bem como da imprensa e da vida política no país. Esse sistema vigora na China até hoje.
Pôster da Revolução Cultural Chinesa de 1969. Nele, pode-se ler: “Pessoas do mundo todo se unem e derrotam os agressores americanos e todos os seus cães de corrida”.
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