Crimes
de guerra ocorridos ao longo da Segunda Guerra Mundial - Parte 01
Após a rendição
nazista, os crimes cometidos pelas forças do Eixo e pelas tropas aliadas
começaram a ser revelados e divulgados no mundo. O choque causado por essas
revelações resultou na criação de um conceito que não existia no direito
internacional até aquele momento: o de crimes de guerra. Antes
disso, as atrocidades cometidas nas guerras eram vistas como “efeitos
colaterais” dos conflitos, um custo que não era possível evitar.
A
partir de então, um indivíduo poderia
ser julgado e condenado pelas ações do país que representa ou de seus soldados.
As leis que classificam os crimes de guerra foram definidas pelas Convenções de
Genebra, e eles são de três tipos.
- Crimes
contra a paz.
Ações de planejamento e execução de uma guerra de agressão ou de violação
de tratado, sem razões que a justifiquem.
- Crimes
de guerra no sentido estrito.
Execução, maus-tratos e violência contra prisioneiros, deportação de
civis, pilhagem do patrimônio e ataques à população civil.
- Crimes
contra a humanidade.
Assassinato, extermínio e escravização de civis; perseguição por motivos
religiosos, étnico-raciais ou políticos.
Os
três tipos de crimes de guerra foram cometidos na Segunda Guerra, mas o que
deixou marcas mais profundas na memória relacionada a esse período foram os crimes contra a humanidade, praticados
por ambos os lados do conflito. Entre os crimes nazistas, destaca-se a perseguição aos ciganos, homossexuais,
eslavos e judeus; entre os crimes dos Aliados, os de maior gravidade foram os
bombardeios às cidades de Hiroshima e Nagasaki.
Holocausto
Foi
durante a campanha nazista no território soviético, em 1941, que o alto comando
do Reich ordenou o início do extermínio em massa do povo judeu, também conhecido como
Holocausto. O extermínio dos judeus fazia parte da ideologia nazista de
purificação da raça e ampliação do espaço vital destinado ao desenvolvimento do
povo alemão.
Essa
medida foi oficializada na Conferência de Wannsee, no dia 20 de
janeiro de 1942, realizada em uma mansão no subúrbio de Berlim. Nela, oficiais do
alto escalão do Estado nazista definiram os detalhes da operação chamada de “solução final para o problema judaico”.
A ata da Conferência, redigida pelo oficial nazista Adolf Eichmann, informava o
número de judeus vivendo na Europa na época (11 milhões) e o modo como eles
deveriam ser exterminados.
A maioria foi morta
em territórios ocupados pelo Reich na Polônia e na União
Soviética em ataques realizados pelas unidades móveis de extermínio (Einsatzgruppen)
e nos campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau, Sobibór e Treblinka. Nesses campos de concentração, os prisioneiros realizavam trabalhos
forçados e viviam sob péssimas condições de higiene e alimentação. Lá, eles
também eram executados em câmaras de gás
ou fuzilados, fora os que morriam por esgotamento físico. O genocídio
promovido pelos nazistas resultou na morte de cerca de 6 milhões de judeus.
Além
desses grupos, o Holocausto também
vitimou ciganos, negros, eslavos, homossexuais e testemunhas de Jeová.
Estima-se que meio milhão de ciganos e
200 mil homossexuais tenham sido mortos nas áreas ocupadas pelos alemães.
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