segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

A Segunda Guerra Mundial e os crimes de guerra (Holocausto)

Crimes de guerra ocorridos ao longo da Segunda Guerra Mundial - Parte 01

Após a rendição nazista, os crimes cometidos pelas forças do Eixo e pelas tropas aliadas começaram a ser revelados e divulgados no mundo. O choque causado por essas revelações resultou na criação de um conceito que não existia no direito internacional até aquele momento: o de crimes de guerra. Antes disso, as atrocidades cometidas nas guerras eram vistas como “efeitos colaterais” dos conflitos, um custo que não era possível evitar. 

A partir de então, um indivíduo poderia ser julgado e condenado pelas ações do país que representa ou de seus soldados. As leis que classificam os crimes de guerra foram definidas pelas Convenções de Genebra, e eles são de três tipos.

  • Crimes contra a paz. Ações de planejamento e execução de uma guerra de agressão ou de violação de tratado, sem razões que a justifiquem.
  • Crimes de guerra no sentido estrito. Execução, maus-tratos e violência contra prisioneiros, deportação de civis, pilhagem do patrimônio e ataques à população civil.
  • Crimes contra a humanidade. Assassinato, extermínio e escravização de civis; perseguição por motivos religiosos, étnico-raciais ou políticos.

Os três tipos de crimes de guerra foram cometidos na Segunda Guerra, mas o que deixou marcas mais profundas na memória relacionada a esse período foram os crimes contra a humanidade, praticados por ambos os lados do conflito. Entre os crimes nazistas, destaca-se a perseguição aos ciganos, homossexuais, eslavos e judeus; entre os crimes dos Aliados, os de maior gravidade foram os bombardeios às cidades de Hiroshima e Nagasaki.

Holocausto

Foi durante a campanha nazista no território soviético, em 1941, que o alto comando do Reich ordenou o início do extermínio em massa do povo judeu, também conhecido como Holocausto. O extermínio dos judeus fazia parte da ideologia nazista de purificação da raça e ampliação do espaço vital destinado ao desenvolvimento do povo alemão.

Essa medida foi oficializada na Conferência de Wannsee, no dia 20 de janeiro de 1942, realizada em uma mansão no subúrbio de Berlim. Nela, oficiais do alto escalão do Estado nazista definiram os detalhes da operação chamada de “solução final para o problema judaico”. A ata da Conferência, redigida pelo oficial nazista Adolf Eichmann, informava o número de judeus vivendo na Europa na época (11 milhões) e o modo como eles deveriam ser exterminados. 

A maioria foi morta em territórios ocupados pelo Reich na Polônia e na União Soviética em ataques realizados pelas unidades móveis de extermínio (Einsatzgruppen) e nos campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau, Sobibór e Treblinka. Nesses campos de concentração, os prisioneiros realizavam trabalhos forçados e viviam sob péssimas condições de higiene e alimentação. Lá, eles também eram executados em câmaras de gás ou fuzilados, fora os que morriam por esgotamento físico. O genocídio promovido pelos nazistas resultou na morte de cerca de 6 milhões de judeus.

Além desses grupos, o Holocausto também vitimou ciganos, negros, eslavos, homossexuais e testemunhas de Jeová. Estima-se que meio milhão de ciganos e 200 mil homossexuais tenham sido mortos nas áreas ocupadas pelos alemães.

Sobreviventes do Holocausto identificam-se em foto tirada em Auschwitz quando os prisioneiros do campo foram libertados pelas tropas soviéticas, em 27 de janeiro de 1945. Foto de 2015. O campo de concentração e extermínio do complexo de Auschwitz, na Polônia, esteve ativo de maio de 1940 a janeiro de 1945 e nele foram mortas cerca de 1,3 milhão de pessoas.

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