quinta-feira, 25 de maio de 2023

Vida na Mesopotâmia (sociedade, economia, religião e ciência) Parte 03

 

Viver na Mesopotâmia


As pessoas livres eram maioria nas sociedades mesopotâmicas. Entre elas havia grandes distinções sociais, que dependiam da origem familiar, do ofício que exerciam e do local em que viviam.


Os escravos constituíam uma minoria. Em geral, eram prisioneiros de guerra ou pessoas livres que haviam se vendido ou sido vendidas por suas famílias para os mercadores de escravos. A maioria das pessoas escravizadas vivia no meio urbano.


No campo, as pessoas se dedicavam à agricultura, à criação de gado e ao pequeno artesanato. Em certas áreas da Mesopotâmia, algumas famílias concentraram terras e formaram grandes propriedades, conquistando riqueza e destaque social.


Parte do que era produzido nas áreas rurais destinava-se ao pagamento de impostos aos palácios e templos. Outra parte era trocada entre famílias de diferentes aldeias e também com as cidades. Isso contribuiu para o desenvolvimento do comércio.


Nos centros urbanos, as tarefas de controlar a arrecadação de impostos, coordenar a construção de obras de irrigação, organizar exércitos e abastecer os templos e palácios exigia uma grande variedade de profissionais: artesãos, ferreiros, escribas, médicos, soldados e outros tipos de ocupação, nos quais as mulheres também estavam presentes.


Nas cidades, as pessoas que exerciam diferentes ofícios dividiam o mesmo espaço, como mostra o texto a seguir.


“A população das cidades distribuía-se pelo palácio real, pelos templos e pelos bairros. Na verdade, nenhum desses lugares era exclusivamente residencial, pois os imóveis serviam para várias atividades ao mesmo tempo. [...] Nas casas que formavam os quarteirões, misturavam-se moradias, oficinas de artesanato, armazéns, locais de comércio e currais, muitas vezes num único prédio.”


REDE, Marcelo. A Mesopotâmia. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 19.



Detalhe do Portão de Ishtar, construído no século VI a.C., durante o reinado de Nabucodonosor II. Dedicado à deusa Ishtar, era uma das várias portas que davam acesso à cidade da Babilônia. Ao longo do trajeto, paredes decoradas com mais de cem figuras de leões em tijolos envidraçados conduziam ao interior da cidade.


A economia: agricultura e comércio


A base da economia mesopotâmica era a agricultura. Os principais produtos cultivados eram linho, lentilha, trigo, gergelim e cevada. Em pequenas áreas, os camponeses produziam legumes e hortaliças.

A água necessária para irrigar as plantações era captada dos rios Tigre e Eufrates, que também possibilitavam a pesca e a criação de animais. Os mesopotâmicos criavam ovelhas para a produção de lã; cabras e vacas para a obtenção do leite e de seus derivados; mulas e bois para o transporte e a tração dos arados nos campos.


Por meio de trocas, os povos da Mesopotâmia adquiriam de outras regiões produtos como madeira, metais e pedras preciosas, fornecendo, inicialmente, artigos agrícolas e objetos artesanais. Com o crescimento das cidades e o aumento das atividades comerciais, os mercadores passaram a utilizar peças de metal como pagamento. Até para o comércio os rios eram importantes: eles serviam de vias para a circulação de pessoas e de mercadorias.


Uma religião com muitos deuses (politeísmo)


Os mesopotâmicos eram politeístas, ou seja, cultuavam vários deuses. Entre eles destacavam-se Enki, deus sumério da água doce e da sabedoria; Ishtar, deusa babilônica do amor e da guerra; e Assur, o principal deus assírio, um forte guerreiro. Os deuses para eles eram semelhantes aos seres humanos, com a diferença de que eram poderosos e imortais. Eles casavam, tinham filhos, ficavam tristes ou alegres e podiam ser cruéis, invejosos ou caridosos.


Os templos representavam a moradia dos deuses na Terra. Geralmente eram construídos sobre uma torre de escadas chamada zigurate (“prédio alto”). Os zigurates ficavam em posição destacada na cidade para que todas as pessoas pudessem contemplá-los.


Dirigidos por um grão-sacerdote, os templos eram locais de culto e demais cerimônias religiosas. No interior deles, os sacerdotes dirigiam rituais de sacrifício de animais, práticas mágicas e oferendas aos deuses. Além de suas atividades religiosas e administrativas, eles também eram encarregados de transmitir as tradições de seus povos, formulando e copiando escritos de mitos, hinos, poesias, entre outros.


Como na Mesopotâmia religião, política e ciência estavam intimamente ligadas, os templos também eram centros de pesquisa e ensino, onde a escrita e a astronomia tiveram um grande desenvolvimento.



Escultura representando Lamassu, guardião do portal do Palácio de Sargão II. Lamassu era uma figura mítica com cabeça humana, corpo de touro e asas de pássaro, construído em frente aos portões de entrada de uma cidade ou palácio para protegê-los contra ataques de inimigos.

Curiosidade - O beijo na boca e a Mesopotâmia. 

É muito provável que o beijo na boca tenha surgido na Mesopotâmia.

Uma recente pesquisa publicada na revista científica Nature indica que os primeiros beijos na boca registrados na História não aconteceram na Índia, por volta de 1500 a.C., como acreditavam, mas, sim, na antiga Mesopotâmia - atual Iraque e Síria - desde pelo menos 2500 a. C..

O beijo na boca teria evoluído para avaliar a adequação de um parceiro em potencial, por meio de sinais químicos transmitidos na saliva ou na respiração.

Outros propósitos sugeridos para o beijo incluem provocar sentimentos de apego e facilitar a excitação sexual.

O beijo na boca também é observado entre os nossos parentes vivos mais próximos, os chimpanzés e os bonobos. Isso sugere que o comportamento pode ser muito antigo do que as primeiras evidências atuais em humanos.




Estudamos como era a vida na região da Mesopotâmia.


Foto quadro aula 01

Foto quadro aula 02



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