Império Romano (Parte 01)
Principais tópicos abordados nessa primeira aula sobre o Império Romano:
Início do Império, extensão territorial, principais características, a origem do Império (1° Triunvirato e 2° Triunvirato), o governo de Otávio, Pax Romana, Política do pão e circo e os centros de lazer, romanização.
Periodização da História da Roma Antiga.
A história romana é dividida em três fases: monarquia (753-509 a.C.), república (509-27 a.C.) e império (27 a.C.-476 d.C.).
O Império Romano é considerado o maior civilização da história ocidental. Durou cinco séculos: começou em 27 a.C. e terminou em 476 d.C.
Política, militarismo e extensão territorial
Estendia-se do Rio Reno para o Egito, chegava à Grã-Bretanha e à Ásia Menor. Assim, estabelecia uma conexão com a Europa, a Ásia e África.
No sistema político de império, o poder político estava concentrado na figura do imperador. O Império Romano começou com Otaviano Augusto e terminou com Constantino XI (fim do Império r
Romano do Oriente em 1453). O Senado servia para apoiar o poder político do imperador.
O império sucedeu à República Romana. Com o novo sistema, Roma, que era uma cidade-estado, passou a ser governada pelo imperador.
Foi em seu início que o império conquistou a maior parte do poder. Até 117 d.C., ao menos 6 milhões de quilômetros quadrados estavam sob o domínio do império romano.
Sob o domínio do Império Romano viviam entre 50 e 60 milhões de habitantes. Roma, nessa fase, foi habitada por 1 milhão de habitantes.
Entre os pontos fundamentais para o sucesso do império estava o exército, que era profissional e atuava como uma legião. Sob o comando de astutos generais, Roma expandiu o poderio ao Mediterrâneo.
As legiões romanas eram unidades militares fundamentais do exército romano, formadas por soldados profissionais altamente treinados. Cada legião era composta por cerca de 4.000 a 6.000 soldados, divididos em coortes e centúrias, com uma estrutura hierárquica bem definida.
Funções das Legiões Romanas
- As legiões eram responsáveis por defender as fronteiras do império contra invasões e por expandir o território romano através de campanhas militares.
- Construção de Infraestrutura: Além das funções militares, os legionários também construíam estradas, pontes, aquedutos e outras obras públicas, o que ajudava a integrar e desenvolver as províncias romanas.
- Manutenção da Ordem: As legiões atuavam na manutenção da ordem pública e no controle de rebeliões e distúrbios internos.
- Representação do Poder Romano: A presença das legiões em diferentes regiões simbolizava a autoridade e o poder de Roma, ajudando a consolidar a influência do império.
As legiões eram, portanto, uma força multifuncional, essencial para a segurança, expansão e administração do Império Romano. Impressionante como uma organização militar pode ter um impacto tão profundo, né?
O início do Império
O Império Romano surgiu a partir da crise da República Romana, que foi marcada por revoltas de escravos, guerras civis, disputas de poder e instabilidade. A expansão territorial da República Romana gerou novas demandas políticas, que reivindicavam uma centralização do poder.
O Império Romano foi fundado por Otaviano, herdeiro do ditador Júlio César, que recebeu o título de Augusto em 27 a.C. Augusto é lembrado como um estadista que promoveu reformas políticas e administrativas, como a criação de um exército profissional.
O império surgiu como consequência da desagregação da República e a consequente expansão romana. As conquistas permitiram o fortalecimento dos generais e consequentemente a disputa pelo poder culminando nos triunviratos.
Características do império romano
> Essencialmente comercial;
> Escravizava os povos conquistados;
> O controle das províncias era feito por Roma;
> Politeísmo (culto váriosdeuses) - Paganismo;
> O governante tinha cargo vitalício;
> A extensão territorial era obtida por conquistas ou golpes militares.
Triunviratos romanos (grande influência para o surgimento do Império)
O governo de Roma ainda ficou fortalecido por uma estratégia de gestão que passou à história como triunviratos.
O triunvirato é a gestão formada por três integrantes. A formação do primeiro deles em Roma ocorreu em 59 a.C. e contava com Júlio César, Pompeu e Marco Crasso.
Em certo momento, os três entraram em guerra e César os venceu. Júlio César tornou-se o primeiro governante individual de Roma.
O segundo triunvirato foi formado por Octávio, Lépido e Marco Antônio, também terminou com uma guerra civil em 31 a.C. Otávio venceu e passou a governar Roma.
É nesse ponto que surge o Império Romano, em 27 a.C. e que vai até 476 d.C. Também é considerada a fase de maior prosperidade e expansão do império, na chamada dinastia Júlio-Claudiana.
O governo de Augusto e a pax romana
O imperador Otávio Augusto (também conhecido como César Augusto) governou os territórios romanos durante cerca de 40 anos, concentrando todos os poderes em suas mãos. As instituições republicanas de Roma continuaram existindo, mas o imperador tinha o poder de vetar leis, nomear os magistrados e comandar o exército.
A habilidade administrativa de Augusto inaugurou o período conhecido como pax romana (paz romana), que se estendeu até o final do século II. As guerras de conquista não foram interrompidas nesses anos, mas o principal objetivo dos imperadores romanos foi a proteção das fronteiras e a repressão das revoltas populares.
Uma complexa rede de estradas pavimentadas se expandiu pelo império para facilitar a circulação de correspondências, produtos e soldados. A Península Itálica, centro do império, enriqueceu ao receber mão de obra e matérias-primas das províncias e exportar para elas vinhos, azeite, cerâmicas, objetos de metal e outros artigos.
Os sucessores de Augusto, procurando associar a riqueza de Roma à sua própria imagem, embelezavam a cidade com praças, aquedutos e arcos do triunfo. Estes últimos eram monumentos construídos para celebrar uma vitória, geralmente militar, e homenagear o general que a comandou.
Além disso, o Fórum, centro da vida pública romana, ganhou novos edifícios, e os mais antigos foram remodelados.
Os centros de lazer
Os imperadores romanos também se preocuparam em mandar construir diversas áreas de lazer para a população, como termas, circos e anfiteatros. As atividades realizadas nesses locais eram gratuitas, e na entrada era distribuído pão ao povo. Essa política, conhecida como “pão e circo” e que tem raízes na república romana, visava oferecer alimento e diversão às camadas populares a fim de acalmar seus ânimos e tentar diminuir as revoltas.
Nos circos e anfiteatros, eram realizados diferentes espetáculos de entretenimento. Destacavam-se as corridas de quadrigas e as lutas de gladiadores, que eram geralmente escravos. Os patrícios patrocinavam os eventos, em busca de popularidade e ostentação de sua riqueza. Muitos plebeus e escravos preenchiam as plateias dos anfiteatros para torcer pelos lutadores.
O espetáculo se iniciava com o desfile dos gladiadores, que entravam na arena saudando o imperador; em seguida, travava-se o combate. A “luta boa” era a que se encerrava com a morte de um gladiador. Terminado o confronto, os escravos arrastavam os corpos com ganchos e trocavam a areia ensanguentada por areia limpa.
O maior local de espetáculos era o Anfiteatro Flaviano, mais conhecido como Coliseu, construído em Roma entre 72 e 80 d.C. As arquibancadas do edifício estavam divididas conforme a posição social do indivíduo: o primeiro andar era reservado ao imperador, aos senadores e aos cônsules; o segundo acomodava a aristocracia rural; restava para o povo as fileiras do alto. Havia, ainda, uma área exclusiva para mulheres, localizada no topo.
A romanização cultural
A cultura romana se estendeu por várias regiões. Em geral, o governante romano de cada província procurava organizá-la espelhando-se nas instituições, no ensino, na arquitetura e nas artes de Roma. Veja alguns exemplos.
Língua latina. Os romanos criaram escolas nas províncias para os filhos das elites locais, onde aprendiam latim, gramática, retórica, cálculo e política. O latim vulgar, falado pelos colonos e soldados nas províncias, misturou-se às línguas das populações dominadas, o que deu origem às línguas neolatinas: francês, português, espanhol, italiano etc.
Instituições romanas. Os governantes estabeleciam nas províncias instituições similares às romanas (magistrados, assembleias, Senado, exército, sistema de impostos, legislação), o que explica o fato de essas instituições terem se espalhado por todo o mundo ocidental.
Arquitetura. Inspirada nos modelos grego e etrusco, a arquitetura romana ficou famosa pela grandiosidade de seus templos, anfiteatros, aquedutos, pontes e estradas. Seu estilo expandiu-se pelos territórios conquistados e ainda hoje está presente em muitas construções do Ocidente.
Os povos conquistados, porém, não ficaram passivos à dominação cultural romana. Por meio da resistência e da negociação, eles mantiveram costumes da sua cultura, a exemplo do monoteísmo do povo judeu e do culto à corça dos iberos. E, quando incorporaram costumes e instituições romanos, fizeram à sua própria maneira, adaptando-os à realidade local.
Além disso, os romanos também absorveram elementos culturais dos povos dominados, como o culto às divindades gregas, que receberam novos nomes, e aos deuses egípcios Ísis e Osíris.
O calendário juliano
Você sabia que as palavras que usamos para nomear os dias da semana, os meses do ano e o próprio calendário são originárias do latim e da cultura romana antiga?
O calendário romano mais antigo foi elaborado ainda na época monárquica. Mas ele não era muito preciso, pois apresentava um descompasso com o ano solar, que tem como base o movimento de translação da Terra. Com o passar dos anos, essa diferença foi se acumulando. Assim, as datas dos festivais religiosos, as estações do ano, o início do plantio e da colheita, por exemplo, passaram a não coincidir mais com o calendário romano, causando uma grande confusão na vida cotidiana das pessoas.
Quando o general Júlio César se tornou ditador (século I a.C.), ele decidiu reformar o calendário. Para dirigir essa tarefa, César convidou o astrônomo Sosígenes, da cidade de Alexandria.
O calendário juliano entrou em vigor em 45 a.C. O ano passou a ter 365 dias e seis horas e foi dividido em 12 meses, com 31 e 30 dias intercalados, à exceção de fevereiro, que tinha 29 dias. Para o novo calendário coincidir com o ano solar, acrescentou-se, a cada quatro anos, um dia ao mês de fevereiro. Surgiu assim o ano bissexto.
Mais tarde, sob César Augusto, o oitavo mês foi renomeado de agosto em sua homenagem, e passou de 30 para 31 dias. O dia adicionado ao mês de agosto foi retirado de fevereiro, que passou a ter 28 dias.
Porque o cristianismo era uma ameaça ao Império Romano?
Os cristãos recusavam-se a participar nas celebrações coletivas, não prestavam culto aos deuses de Roma ou ao imperador e eram, portanto, encarados com suspeita e hostilidade pela generalidade dos cidadãos romanos.
Exercícios de fixação de conteúdo (atividade pontuada - valendo até 1.5)
Aqui estão 15 perguntas para testar seu conhecimento sobre o Império Romano:
1. O que foi o Império Romano e quando ele foi fundado?
2. Quem foi Júlio César e qual foi seu papel na transição da República Romana para o Império?
3. Explique as reformas implementadas por Augusto (Otávio) e como elas fortaleceram o Império Romano.
4. Quais foram as principais conquistas territoriais do Império Romano e seus impactos?
5. Como funcionava a administração das províncias no Império Romano?
6. Qual era a importância das legiões romanas para a expansão e manutenção do Império?
7. Quais foram as causas e consequências da Pax Romana?
8. Explique a crise do terceiro século e seu impacto no Império Romano.
9. Quem foram Diocleciano e Constantino, e quais reformas eles implementaram para tentar estabilizar o império?
10. Por que o Império Romano se dividiu em Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente?
11. O que foi a política do pão e circo? Qual era o seu principal objetivo?
12. O que foi o processo de romanização cultural? Informe três exemplos de romanização:
13. Qual foi o papel do Cristianismo na transformação da sociedade romana?
14. Explique a importância de Constantinopla como a capital do Império Romano do Oriente.
15. Quais foram as causas do colapso do Império Romano do Ocidente em 476 d.C.?
Essas perguntas abrangem aspectos fundamentais da história, política, sociedade e cultura do Império Romano. Se precisar de mais alguma coisa ou quiser discutir mais sobre algum ponto, estou aqui para ajudar!