domingo, 31 de agosto de 2025

Grécia Antiga - Períodos Arcaico, Clássico e Helenístico.


Grécia Antiga: Período Arcaico, Clássico e Helenístico


A Grécia Antiga é considerada um dos berços da civilização ocidental. Localizada no sudeste da Europa, composta por cidades-Estado independentes chamadas pólis, sua história é marcada por transformações políticas, culturais, sociais e econômicas. Entre os séculos VIII a.C. e II a.C., a Grécia passou por três grandes períodos: Arcaico, Clássico e Helenístico.


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1. Período Arcaico (século VIII a.C. – século VI a.C.)

O Período Arcaico marcou o fim da chamada “Idade das Trevas Grega” e o início da organização social e política das cidades-Estado. Foi um período de transformações profundas, quando surgiram as bases da cultura grega.

Principais características:

Formação das pólis: cidades-Estado independentes, como Esparta, Atenas, Corinto e Tebas.

Colonização grega: devido à escassez de terras férteis, os gregos expandiram-se pelo Mediterrâneo e Mar Negro, fundando colônias.

Aparição das primeiras leis escritas: surgiram legisladores como Drácon e Sólon em Atenas.

Desenvolvimento cultural: início da literatura épica, com obras como a Ilíada e a Odisseia, atribuídas a Homero.

Religião politeísta: culto aos deuses do Olimpo, como Zeus, Atena e Apolo.



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2. Período Clássico (século V a.C. – século IV a.C.)

O Período Clássico é considerado a “Era de Ouro” da Grécia Antiga, principalmente de Atenas, que se destacou no campo da democracia, filosofia, artes e ciência.

Principais características:

Apogeu de Atenas: sob a liderança de Péricles, Atenas tornou-se o centro cultural, político e econômico do mundo grego.

Democracia ateniense: governo baseado na participação direta dos cidadãos nas decisões políticas.

Guerras Médicas (490 a.C. – 479 a.C.): conflitos contra o Império Persa, nos quais os gregos saíram vitoriosos.

Guerra do Peloponeso (431 a.C. – 404 a.C.): disputa entre Atenas e Esparta, resultando na vitória espartana e no enfraquecimento das pólis.

Filosofia e ciência: surgimento de grandes pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles.

Arte e arquitetura: construção de templos como o Partenon e desenvolvimento do teatro com autores como Sófocles e Eurípedes.



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3. Período Helenístico (século IV a.C. – século II a.C.)

O Período Helenístico começou após a conquista da Grécia por Filipe II da Macedônia e o reinado de seu filho Alexandre, o Grande. Esse período foi marcado pela expansão da cultura grega e pela sua mistura com outras culturas orientais.

Principais características:

Expansão territorial: Alexandre conquistou um vasto império que se estendia da Grécia até o Egito, Mesopotâmia e Índia.

Difusão cultural: ocorreu a helenização, ou seja, a fusão da cultura grega com elementos orientais.

Novos centros culturais: cidades como Alexandria, no Egito, tornaram-se polos de ciência, filosofia e artes.

Ciência e filosofia: avanços na matemática, astronomia e medicina; surgimento de escolas filosóficas como o estoicismo e o epicurismo.

Fim do período: com a conquista da Grécia pelos romanos, no século II a.C., encerra-se a independência política das pólis.



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Conclusão

A história da Grécia Antiga é marcada por uma rica herança cultural, política e filosófica que influencia o mundo ocidental até hoje. O Período Arcaico consolidou as bases da organização social; o Período Clássico trouxe o auge da democracia, das artes e da filosofia; e o Período Helenístico expandiu essa cultura para diversas regiões do mundo conhecido.

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Exercício – Grécia Antiga: Períodos Arcaico, Clássico e Helenístico

Parte I – Questões Discursivas (7 questões)

1. Explique o que foi o período Arcaico e cite três características importantes que marcaram essa fase da história grega.

2. Por que a formação das pólis foi um marco para a organização política e social da Grécia Antiga durante o período Arcaico?

3. Descreva como funcionava a democracia ateniense no período Clássico e quem estava excluído da participação política.

4. Quais foram as causas e consequências da Guerra do Peloponeso para as cidades-Estado gregas?

5. Cite dois avanços culturais ou científicos ocorridos no período Clássico e explique sua importância para a civilização ocidental.

6. O que foi a helenização promovida por Alexandre, o Grande durante o período Helenístico e qual o impacto desse processo?

7. Compare os períodos Clássico e Helenístico, destacando uma diferença fundamental entre eles em termos de política e cultura.


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Parte II – Questões de Múltipla Escolha (8 questões)

8. Durante o período Arcaico, a principal forma de organização política foi:
a) Monarquia centralizada
b) Cidades-Estado (pólis) 
c) Império unificado
d) Confederação tribal


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9. Uma das características do período Arcaico foi:
a) A criação da democracia direta em Atenas
b) A colonização grega do Mediterrâneo 
c) A conquista da Grécia por Alexandre
d) O domínio macedônico sobre as pólis


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10. No período Clássico, Atenas se destacou por desenvolver:
a) Uma aristocracia hereditária
b) Uma democracia direta 
c) Um governo teocrático
d) Um império militar expansionista


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11. As Guerras Médicas foram travadas entre:
a) Atenas e Esparta
b) Grécia e Roma
c) Grécia e Pérsia 
d) Macedônia e Cartago


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12. A Guerra do Peloponeso (431 a.C. – 404 a.C.) foi causada principalmente por:
a) Conflito entre gregos e romanos
b) Rivalidade entre Atenas e Esparta pelo domínio da Grécia 
c) Expansão do Império Persa
d) Disputas entre macedônios e cartagineses


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13. O período Helenístico teve início após:
a) A invasão persa
b) A morte de Alexandre, o Grande 
c) A fundação de Roma
d) A queda de Esparta


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14. Uma característica marcante do período Helenístico foi:
a) O isolamento político das pólis
b) A fusão da cultura grega com culturas orientais 
c) O fortalecimento da democracia ateniense
d) O início da Idade Média europeia


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15. Sobre Alexandre, o Grande, é correto afirmar que:
a) Criou a democracia direta em Atenas
b) Fundou a cidade de Roma
c) Conquistou um vasto império e difundiu a cultura grega 
d) Derrotou os romanos na Guerra Púnica


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sábado, 30 de agosto de 2025

EJA 03 - AULA 04 - Revolução Francesa (1789 - 1799)

Revolução Francesa - EJA 04 AULA 04


A Revolução Francesa: Contexto, Fatos e Legados


A Revolução Francesa (1789–1799) foi um dos acontecimentos mais importantes da História mundial, marcando o fim do Antigo Regime, a queda da Monarquia Absolutista e o início de um novo modelo político e social. Para compreender esse processo, é necessário analisar o contexto da França antes da revolução, os fatores que a desencadearam, suas fases e os impactos que deixou para o mundo contemporâneo e para o Brasil.


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1. Contexto da França antes da Revolução

No final do século XVIII, a França vivia uma profunda crise política, econômica e social:

Política: o país era governado pela Monarquia Absolutista, sob Luís XVI, herdeiro de uma tradição centralizadora. O rei concentrava todos os poderes e se apoiava na nobreza e no clero para manter sua autoridade.


Sociedade: estava organizada segundo o Antigo Regime, dividida em três estados:


Primeiro Estado: o clero, dono de terras e isento de impostos.

Segundo Estado: a nobreza, privilegiada, com acesso a cargos públicos e isenção fiscal.

Terceiro Estado: camponeses, trabalhadores urbanos e a burguesia. Pagavam altos impostos e tinham poucos direitos.



Economia: a França enfrentava uma grave crise financeira. O país tinha dívidas enormes, resultado dos altos gastos da monarquia, do luxo da corte e, principalmente, da participação em guerras.



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2. Influência da Guerra dos Sete Anos (1756–1763)

A Guerra dos Sete Anos, travada principalmente entre França e Inglaterra, agravou a crise francesa. A derrota fez a França perder colônias, especialmente na América do Norte e na Índia, e gerou pesados prejuízos financeiros. Para compensar as perdas, a monarquia aumentou os impostos, sobrecarregando ainda mais o Terceiro Estado.


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3. A Influência do Iluminismo

O Iluminismo teve papel central na formação do pensamento revolucionário. Filósofos como Voltaire, Montesquieu, Rousseau e Diderot defendiam ideias como:

Liberdade individual;

Igualdade perante a lei;

Separação dos poderes;

Direito de participação política.


Essas ideias questionavam o absolutismo e inspiraram a população, especialmente a burguesia, a lutar por mudanças.


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4. Crise Financeira e a Assembleia dos Estados Gerais

Em 1788, diante da falência iminente, Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais para 5 de maio de 1789, reunindo representantes dos três estados. Porém, o voto era por ordem e não por cabeça, favorecendo clero e nobreza.

O Terceiro Estado, frustrado com a manutenção dos privilégios dos dois primeiros estados, rompeu com a assembleia e se declarou Assembleia Nacional Constituinte em junho de 1789.

Esse gesto simbolizou o início da ruptura com o Antigo Regime.


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5. A Queda da Bastilha (14 de julho de 1789)

A tensão aumentou quando Luís XVI tentou dissolver a Assembleia Nacional. O povo de Paris reagiu, invadindo a Bastilha, prisão símbolo do absolutismo.
A Queda da Bastilha tornou-se o marco inicial da Revolução Francesa e do enfrentamento direto entre povo e monarquia.


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6. A Convenção Nacional e os Sans-culottes

A partir de 1792, a França entrou em uma fase mais radical. Os sans-culottes — trabalhadores urbanos e camponeses pobres — pressionaram pela implantação de uma república. Foi criada a Convenção Nacional, que:

Aboliu a monarquia;

Proclamou a Primeira República Francesa;

Julgou e condenou Luís XVI e a rainha Maria Antonieta, executados na guilhotina.




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7. A Reação das Monarquias Europeias

As monarquias vizinhas, temendo a propagação das ideias revolucionárias, formaram coalizões militares contra a França. Isso aumentou a pressão interna, radicalizou a revolução e intensificou o conflito social.


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8. Principais Grupos Políticos

Durante a Revolução, três grupos políticos dominaram a cena:

Girondinos: moderados, defendiam uma república liberal e representavam a burguesia rica.

Jacobinos: radicais, liderados por Maximilien Robespierre, defendiam a igualdade social e tinham apoio dos sans-culottes.

Pântano (ou Planície): grupo de centro, oscilava entre girondinos e jacobinos.


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9. Governo Jacobino e o Período do Terror (1793–1794)


Sob liderança de Robespierre, os jacobinos assumiram o poder e implantaram medidas radicais:

Controle de preços e alimentos;

Reforma agrária parcial;

Abolição da escravidão nas colônias francesas.


Entretanto, instaurou-se a Era do Terror: milhares de pessoas, consideradas monarquistas ou inimigas do povo foram executadas na guilhotina, acusadas de traição à revolução. O próprio Robespierre acabou sendo executado em 1794.


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10. O Diretório (1795–1799)

Após a queda de Robespierre, foi estabelecido um novo governo, o Diretório, formado por cinco membros. Porém, o regime enfrentou:

Crises econômicas persistentes;

Instabilidade política;

Conspirações internas e externas.


Nesse contexto, um jovem general começou a se destacar: Napoleão Bonaparte.



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11. O Golpe do 18 de Brumário (1799)

Em 9 de novembro de 1799 (18 de Brumário, no calendário revolucionário), Napoleão Bonaparte deu um golpe de Estado, dissolveu o Diretório e instaurou o Consulado, encerrando oficialmente a Revolução Francesa e abrindo caminho para o Império Napoleônico.


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12. Contribuições e Legados da Revolução Francesa

A Revolução Francesa deixou profundas marcas na história:

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789);

Fim do Antigo Regime e dos privilégios de clero e nobreza;

Ascensão da burguesia e valorização da cidadania;

Defesa dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade;

Inspiração para outras revoluções, como a Independência da América Latina e a Revolução Haitiana.



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13. A Influência da Revolução Francesa no Brasil

A Revolução inspirou movimentos no Brasil, como:

Inconfidência Mineira (1789), influenciada pelos ideais iluministas;

Conjuração Baiana (1798), que defendia igualdade e abolição da escravidão;

Impacto direto na Independência do Brasil (1822), com a difusão das ideias de liberdade.



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14. Revolução Francesa e Direitos Humanos

A Declaração de 1789 estabeleceu princípios universais de cidadania, como:

Igualdade perante a lei;

Liberdade de expressão;

Direito à propriedade;

Participação política.


Esses princípios influenciaram constituições e tratados internacionais até os dias atuais.


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15. A Importância do Estudo da Revolução Francesa

Estudar a Revolução Francesa é fundamental para compreender:

A transição do absolutismo para o liberalismo;

A formação dos direitos civis e humanos;

O nascimento das noções modernas de democracia e cidadania;

As bases do Estado moderno e dos ideais republicanos.



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Foto do quadro NEJA 3


ATIVIDADE PONTUADA (+1.0)

Exercícios sobre a Revolução Francesa

A seguir, apresento 15 questões para aplicar em sala, divididas em 7 discursivas e 8 de múltipla escolha. Elas abordam os principais aspectos da Revolução Francesa de forma cronológica e didática.


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Questões Discursivas (7 questões)

1. Contexto Pré-Revolucionário

Explique como estava organizada a sociedade francesa no Antigo Regime e quais eram os principais problemas enfrentados pelo Terceiro Estado.


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2. Crise Financeira e Guerra dos Sete Anos

Analise como a Guerra dos Sete Anos (1756–1763) contribuiu para a crise econômica da França e para o aumento da insatisfação popular.


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3. Iluminismo e Influência

Cite dois pensadores iluministas e explique de que forma suas ideias influenciaram os ideais da Revolução Francesa.


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4. Queda da Bastilha

Explique o que foi a Queda da Bastilha e por que esse evento é considerado um marco histórico na Revolução Francesa.


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5. Principais Grupos Políticos

Defina quem eram os girondinos, os jacobinos e os sans-culottes, destacando suas principais características e objetivos políticos.


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6. Governo Jacobino e Era do Terror

Explique as principais medidas adotadas durante o governo de Robespierre e como essas ações levaram ao chamado Período do Terror.


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7. Legados da Revolução Francesa

Analise as principais contribuições da Revolução Francesa para o mundo contemporâneo e explique como ela influenciou movimentos de independência na América, incluindo o Brasil.

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8. Antigo Regime

Qual era a principal característica política da França antes da Revolução Francesa?
a) Monarquia constitucional
b) República parlamentar
c) Monarquia absolutista
d) Governo democrático

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9. Guerra dos Sete Anos

Qual foi uma consequência direta da participação da França na Guerra dos Sete Anos?
a) Aumento das colônias francesas na América
b) Perdas territoriais e aumento da dívida pública
c) Estabilidade econômica e política
d) Fortalecimento do poder do clero

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10. Assembleia dos Estados Gerais

Por que o Terceiro Estado rompeu com a Assembleia dos Estados Gerais em 1789?
a) Por apoiar o absolutismo do rei
b) Porque tinha menos representantes que o clero
c) Porque queria abolir a monarquia imediatamente
d) Porque o sistema de votação favorecia o clero e a nobreza

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11. Queda da Bastilha

Quando ocorreu a Queda da Bastilha, símbolo do absolutismo francês?
a) 4 de julho de 1776
b) 14 de julho de 1789
c) 5 de maio de 1789
d) 9 de novembro de 1799

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12. Execução do Rei Luís XVI

A execução do rei Luís XVI representou:
a) O início da Era Napoleônica
b) O fim do Diretório
c) O fim da monarquia e a proclamação da república
d) A vitória das monarquias europeias sobre a França

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13. Era do Terror

Quem liderou o Período do Terror durante a Revolução Francesa?
a) Danton
b) Robespierre
c) Napoleão Bonaparte
d) Voltaire

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14. Diretório

Qual foi uma das principais características do Diretório (1795–1799)?
a) Governo popular controlado pelos sans-culottes
b) Estabilidade econômica e política
c) Instabilidade política e ascensão de Napoleão
d) Extinção da república e volta do absolutismo

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15. Golpe do 18 de Brumário

O Golpe do 18 de Brumário (1799) foi importante porque:
a) Restaura a monarquia absolutista na França
b) Derruba o Diretório e inicia o governo de Napoleão
c) Marca o início da Primeira Guerra Mundial
d) Abole os ideais iluministas da revolução

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quarta-feira, 27 de agosto de 2025

República Velha 1889-1930

A República Velha (1889-1930)

A República Velha, também chamada de Primeira República, foi o período da história do Brasil que se estendeu de 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República, até 1930, quando Getúlio Vargas assumiu o poder após a Revolução de 1930. Esse período foi marcado por forte influência das oligarquias rurais e pela ausência de participação popular efetiva na política.

1. Antes da República Velha e o início do período

Antes da República Velha, o Brasil vivia sob o Império, governado por Dom Pedro II. No final do século XIX, diversos fatores contribuíram para o desgaste da monarquia:

Crise econômica causada pela queda do preço do café e problemas com a mão de obra escravizada.

Abolição da escravidão (1888), que gerou descontentamento entre os fazendeiros.

Insatisfação militar, devido à falta de valorização do Exército.

Crescimento das ideias republicanas e positivistas, especialmente entre militares e intelectuais.


A junção desses fatores culminou na Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca, marcando o fim da monarquia e o início da República Velha.

2. Periodização da República Velha

A República Velha pode ser dividida em duas fases principais, além do governo provisório:

a) Governo Provisório (1889-1891)

Liderado por Marechal Deodoro da Fonseca.

Objetivo principal: organizar o novo regime.

Principais medidas:

Extinção do Senado vitalício e do Conselho de Estado.

Separação entre Igreja e Estado.

Elaboração da Constituição de 1891, a primeira do período republicano, que instituiu o presidencialismo, o federalismo e o voto universal masculino (mas ainda excluía analfabetos, mulheres, mendigos e militares de baixa patente).

b) República da Espada (1891-1894)

Nome dado porque foi comandada por dois marechais:

Marechal Deodoro da Fonseca (1891)

Eleito indiretamente pelo Congresso.

Enfrentou forte crise econômica e oposição política.

Dissolveu o Congresso Nacional em 1891, mas, diante da pressão dos militares e da ameaça de guerra civil, renunciou.

Marechal Floriano Peixoto (1891-1894) — “O Marechal de Ferro”

Assumiu após a renúncia de Deodoro.

Reprimiu com violência movimentos contrários ao governo:

Revolta da Armada (1893-1894) — rebelião da Marinha contra Floriano.

Revolução Federalista (1893-1895) — conflito no Rio Grande do Sul entre republicanos e federalistas.


Ganhou apoio popular por enfrentar elites e militares rebeldes.





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c) República Oligárquica (1894-1930)

Também chamada de República do Café com Leite, foi marcada pelo domínio político das oligarquias rurais de São Paulo (produtora de café) e Minas Gerais (produtora de leite).

Principais características:

Política do Café com Leite: alternância no poder entre presidentes paulistas e mineiros.

Coronelismo: poder local exercido pelos “coronéis”, grandes proprietários de terra que controlavam votos e impunham sua autoridade sobre as populações rurais.

Voto de cabresto: sistema de manipulação e coerção do voto, feito pelos coronéis.

Política dos Governadores: acordo entre o presidente e os governadores para manter apoio político no Congresso.


Principais presidentes do período:

Prudente de Morais (1894-1898) – primeiro presidente civil.

Campos Sales (1898-1902) – consolidou a Política dos Governadores.

Rodrigues Alves (1902-1906) – modernizou o Rio de Janeiro, com a Reforma Urbana de Pereira Passos e a campanha de vacinação de Oswaldo Cruz.

Afonso Pena (1906-1909) – incentivou a imigração europeia e a industrialização.

Washington Luís (1926-1930) – último presidente da República Velha; seu apoio ao paulista Júlio Prestes como sucessor rompeu o pacto do café com leite, gerando crise.

3. O que é uma Oligarquia?

Oligarquia significa o governo de poucos. Na República Velha, esse termo se refere ao domínio político e econômico de grupos restritos, principalmente grandes fazendeiros de café e leite, que controlavam a política nacional.

4. Importância das oligarquias de SP e MG

São Paulo (café): maior produtor e exportador de café do Brasil, sustentava grande parte da economia.

Minas Gerais (leite): sua força política vinha da pecuária e da produção de leite, além de possuir uma elite influente.

A aliança entre SP e MG resultava na escolha dos presidentes, controlando os rumos do país.

5. A crise da República Oligárquica

A partir da década de 1920, o sistema oligárquico começou a entrar em crise por diversos motivos:

Movimento Tenentista: rebeliões de jovens oficiais do Exército contra o poder das oligarquias, como a Revolta do Forte de Copacabana (1922) e a Coluna Prestes (1925-1927).

Crise do café: queda do preço internacional do café, afetando a economia.

Ruptura política: Minas Gerais rompeu com São Paulo após Washington Luís indicar Júlio Prestes à presidência, contrariando o pacto do café com leite.

Revolução de 1930: insatisfação política e econômica levou ao movimento armado que depôs Washington Luís e colocou Getúlio Vargas no poder, encerrando a República Velha.

Resumo dos principais pontos

Período Presidente(s) Características Principais acontecimentos

Governo Provisório (1889-1891) Deodoro da Fonseca Organização do regime republicano Constituição de 1891
República da Espada (1891-1894) Deodoro e Floriano Forte presença militar Revolta da Armada, Revolução Federalista
República Oligárquica (1894-1930) Presidentes civis, alternância SP-MG Política do Café com Leite, coronelismo, voto de cabresto Política dos Governadores, reformas urbanas, movimentos tenentistas
Fim da República Velha Washington Luís deposto (1930) Crise econômica e política Revolução de 1930, ascensão de Getúlio Vargas.


ATIVIDADE PONTUADA (+1.0)


Exercício – República Velha (1889-1930)

Parte I – Questões Discursivas (7 questões)

1. Explique o que foi a República Velha, indicando seu período de duração e as principais características políticas e econômicas.

2. Quais foram os principais fatores que levaram ao fim do Império e ao início da República Velha? Cite pelo menos três.

3. Descreva as principais mudanças promovidas pelo Governo Provisório de Marechal Deodoro da Fonseca, destacando a importância da Constituição de 1891.

4. Quais foram as principais revoltas enfrentadas por Floriano Peixoto durante seu governo e quais foram os motivos dessas revoltas?

5. Explique o que foi a Política do Café com Leite e como ela influenciava a escolha dos presidentes na República Velha.

6. Defina os conceitos de coronelismo e voto de cabresto e explique como eles mantinham o controle político das oligarquias.

7. Quais foram os principais fatores que levaram à crise da República Oligárquica e à ocorrência da Revolução de 1930?

Parte II – Questões de Múltipla Escolha (8 questões)

8. A República Velha foi proclamada em:
a) 15 de novembro de 1888
b) 15 de novembro de 1889
c) 7 de setembro de 1889
d) 7 de setembro de 1891

9. Quem foi o líder do movimento que proclamou a República no Brasil?
a) Floriano Peixoto
b) Campos Sales
c) Deodoro da Fonseca
d) Rodrigues Alves

10. A Constituição de 1891 trouxe várias mudanças para o Brasil. Assinale a alternativa INCORRETA:
a) Instituiu o presidencialismo e o federalismo.
b) Separou a Igreja do Estado.
c) Ampliou o voto para homens e mulheres alfabetizados.
d) Estabeleceu o voto direto, mas excluiu analfabetos e mulheres.

11. A República da Espada recebeu esse nome porque:
a) Foi marcada pela repressão violenta de revoltas.
b) Foi governada por dois marechais militares.
c) Representou o domínio das oligarquias rurais.
d) Foi o período de maior crescimento econômico do Brasil.

12. A expressão Política do Café com Leite se refere:
a) À política de incentivo à exportação de produtos agrícolas.
b) À aliança entre São Paulo e Minas Gerais para alternância de poder na presidência.
c) À relação de poder entre o Exército e a Igreja Católica.
d) À estratégia de urbanização das cidades durante a República Velha.

13. O coronelismo pode ser definido como:
a) O controle político local exercido por grandes proprietários rurais.
b) A alternância entre presidentes civis e militares.
c) Um sistema eleitoral baseado no voto secreto.
d) A oposição dos militares ao domínio das oligarquias.

14. Entre os eventos que marcaram o governo de Floriano Peixoto, destacam-se:
a) A Revolta da Armada e a Revolução Federalista.
b) A abolição da escravidão e a reforma agrária.
c) O início da industrialização e da imigração europeia.
d) A criação da política dos governadores e do voto secreto.

15. O fim da República Velha ocorreu principalmente em razão:
a) Do aumento da influência da Igreja Católica na política.
b) Da queda da produção cafeeira e da Revolução de 1930.
c) Da separação entre Igreja e Estado.
d) Da aprovação da Constituição de 1891.


terça-feira, 26 de agosto de 2025

Quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929 e a Grande Depressão ao longo da década de 1930


A Quebra da Bolsa de Nova York, a Grande Depressão e o New Deal


Em 1929, o mundo assistiu a um dos momentos mais dramáticos da história do capitalismo: a Quebra da Bolsa de Nova York, também conhecida como o Crack da Bolsa. Esse evento marcou o início da Grande Depressão, a mais grave crise econômica do século XX.



Por que a Bolsa de Nova York quebrou?

Durante a década de 1920, conhecida como os “Loucos Anos 20”, os Estados Unidos viviam um período de prosperidade econômica. O consumo crescia, as indústrias produziam em ritmo acelerado e milhares de pessoas investiam na Bolsa de Valores.
No entanto, essa expansão era frágil e artificial, baseada em:

Especulação financeira: muitas pessoas compravam ações esperando vendê-las rapidamente com lucro.

Crédito fácil: bancos ofereciam empréstimos para quem quisesse investir na bolsa, sem garantias sólidas.

Superprodução industrial e agrícola: as fábricas e o campo produziam muito mais do que o mercado conseguia consumir.


Esse desequilíbrio resultou em uma bolha especulativa. Em 24 de outubro de 1929, conhecido como a “Quinta-Feira Negra”, milhões de ações foram colocadas à venda sem compradores suficientes. O valor das empresas despencou, bancos faliram e a economia entrou em colapso.

O que foi a Grande Depressão?

A Grande Depressão foi a consequência direta da quebra da bolsa:

Milhões de pessoas perderam seus empregos.

A fome e a miséria cresceram nos EUA.

O comércio internacional encolheu, afetando países capitalistas da Europa, Brasil e Argentina, que exportavam produtos agrícolas (como café, trigo e carne) para os EUA.


O liberalismo econômico — baseado na ideia de que o Estado não deveria intervir na economia — mostrou-se incapaz de lidar com a crise.

Fila de desempregados nos EUA.

O liberalismo e a crise 


O liberalismo defendia o livre mercado, a livre concorrência e a mínima intervenção estatal. Porém, na prática, essa ausência de regulação facilitou a especulação e agravou os efeitos da crise. A Grande Depressão revelou que apenas a “mão invisível do mercado” não seria suficiente para proteger a sociedade em tempos de colapso econômico.

O Estado de bem-estar social


Diante da crise, surge a ideia de que o Estado deveria assumir um papel ativo na economia e na proteção social. O Estado de bem-estar social se caracteriza por:

Criação de empregos por meio de obras públicas.

Apoio aos trabalhadores e aos mais pobres.

Controle e regulação do sistema financeiro.

Investimento em saúde, educação e seguridade social.


Esse modelo foi fundamental para enfrentar a crise de 1929 e inspiraria várias políticas ao longo do século XX.



Franklin Delano Roosevelt e o New Deal

O presidente que enfrentou a Grande Depressão foi Franklin Delano Roosevelt, eleito em 1932. Ele lançou o programa conhecido como New Deal (“Novo Acordo”), que trouxe uma série de medidas práticas para reerguer os Estados Unidos:

Investimentos em grandes obras públicas, como estradas, escolas e usinas hidrelétricas, gerando milhões de empregos.

Criação de seguridade social e benefícios para idosos e desempregados.

Regulação dos bancos e do mercado de ações para evitar novas crises.

Incentivo à agricultura, ajudando agricultores endividados.



O New Deal, aliado ao fortalecimento do Estado de bem-estar social, deu início à recuperação da economia americana, reduzindo o desemprego e devolvendo confiança à população.


O Estado de bem-estar social no Brasil do século XXI

No Brasil, políticas de bem-estar social também foram adotadas em diferentes momentos. Nos governos Lula (2003–2010), algumas das principais medidas foram:

1. Bolsa Família – programa de transferência de renda que ajudou milhões de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.


2. Minha Casa, Minha Vida – política habitacional que garantiu acesso à moradia para famílias de baixa renda.


3. Prouni e Fies – programas de acesso à educação superior, ampliando a inclusão de jovens nas universidades.


Essas políticas, inspiradas em princípios do bem-estar social, tiveram como objetivo reduzir desigualdades, ampliar direitos e fortalecer a rede de proteção social no Brasil.

ATIVIDADE PONTUADA (+1,0 ponto)

Exercício: A Quebra da Bolsa de Nova York, a Grande Depressão e o New Deal

Questões Discursivas (resposta aberta)

1. Explique quais foram os principais fatores que levaram à Quebra da Bolsa de Nova York em 1929.


2. Quais foram as principais consequências da Grande Depressão para a sociedade estadunidense?


3. Como a crise de 1929 afetou países exportadores como Brasil e Argentina?


4. Descreva as características do liberalismo econômico e explique por que ele se mostrou ineficaz diante da crise de 1929.


5. O que é o Estado de bem-estar social e quais medidas ele propõe para enfrentar crises econômicas?


6. Quem foi o presidente dos Estados Unidos que enfrentou a Grande Depressão e qual foi a principal política econômica adotada em seu governo?


7. Explique o que foi o New Deal e cite pelo menos três ações práticas implementadas por esse programa.


8. Relacione as políticas sociais do New Deal com as políticas de bem-estar social implementadas no Brasil nos governos Lula. Cite exemplos.

Questões de Múltipla Escolha

9. A Quebra da Bolsa de Nova York ocorreu em:
a) 1914
b) 1929
c) 1939
d) 1945

10. Um dos principais fatores que levou à crise de 1929 foi:
a) O excesso de regulação do Estado sobre a economia
b) A especulação financeira e o crédito fácil
c) O fim da Primeira Guerra Mundial
d) O início da Guerra Fria

11. A Grande Depressão foi caracterizada por:
a) Aumento de empregos e consumo interno
b) Expansão das exportações agrícolas
c) Desemprego em massa, fome e miséria
d) Fortalecimento do liberalismo econômico

12. Qual setor da economia mundial foi mais afetado pela superprodução nos anos 1920?
a) Comércio e serviços
b) Agricultura e indústria
c) Mineração e turismo
d) Transporte marítimo

13. O Estado de bem-estar social defendia:
a) Redução do papel do Estado na economia
b) Expansão militar e autoritarismo político
c) Intervenção estatal, proteção social e geração de empregos
d) Liberalismo absoluto e livre mercado

14. O presidente responsável pela implantação do New Deal foi:
a) Woodrow Wilson
b) Herbert Hoover
c) Franklin Delano Roosevelt
d) Theodore Roosevelt

15. Entre as medidas do New Deal, podemos citar:
a) Privatizações e corte de gastos sociais
b) Investimentos em obras públicas, criação de empregos e reformas bancárias
c) Expansão colonial e aumento do exército
d) Adoção do liberalismo absoluto

16. Nos governos Lula, uma política de bem-estar social que dialoga com os princípios do New Deal foi:
a) A criação do Plano Real
b) O Bolsa Família
c) A abertura econômica dos anos 1990
d) A política do café-com-leite

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👉 Esse exercício já vem completo com questões discursivas que estimulam a análise crítica e múltipla escolha para revisão de conteúdo.




sexta-feira, 22 de agosto de 2025

EJA 3 AULA 3 - Independência dos EUA 1776 e a influência dos EUA.

Independência dos EUA - EJA 03 AULA 03




Emancipação política das 13 colônias da América do Norte 



A Independência das Treze Colônias da América do Norte

A Independência dos Estados Unidos, proclamada em 4 de julho de 1776, foi um dos acontecimentos mais marcantes da história moderna, pois inaugurou a criação da primeira grande república do Ocidente e inspirou diversas lutas por liberdade ao redor do mundo.


Emancipação Política

Emancipação política é o processo pelo qual um povo ou território rompe os laços de dependência com uma metrópole ou autoridade superior, adquirindo autonomia para criar suas próprias leis, governar-se e tomar decisões políticas. No caso das Treze Colônias, significou a separação definitiva do Império Britânico.


A Revolução Americana

A Revolução Americana foi um conflito de caráter político, econômico e social que ocorreu entre 1775 e 1783, envolvendo as Treze Colônias da América do Norte e a Inglaterra. Esse processo revolucionário resultou na formação de um novo país – os Estados Unidos da América – baseado em princípios iluministas, como liberdade, igualdade jurídica e direito à representação política.



Por que a Independência aconteceu?

Diversos fatores contribuíram para a insatisfação colonial:

A Guerra dos Sete Anos (1756–1763): Inglaterra e França disputaram territórios na América do Norte. Apesar da vitória britânica, a guerra gerou enormes dívidas, levando a coroa inglesa a aumentar impostos sobre as colônias.

Aumento de impostos e limitação representativa: Os colonos pagavam tributos sem terem representação no Parlamento Britânico, o que originou o lema: “No taxation without representation” (“Sem tributação sem representação”).

Medidas de controle político e econômico: A Inglaterra buscava restringir a autonomia administrativa e comercial das colônias, o que gerava crescente insatisfação.


Leis que aumentaram o conflito

Para recuperar as finanças britânicas, o governo aprovou diversas leis que irritaram os colonos:

Lei do Açúcar (1764): taxava produtos como açúcar e melaço importados.

Lei do Selo (1765): obrigava o uso de selos pagos em documentos e jornais.

Leis Townshend (1767): impunham taxas sobre vidro, papel, tintas e chá.

Lei do Chá (1773): concedia monopólio à Companhia Britânica das Índias Orientais.

Leis Intoleráveis (1774): puniam severamente os colonos após protestos, restringindo liberdades e fechando o porto de Boston.


Boston Tea Party (1773)

Em resposta à Lei do Chá, um grupo de colonos disfarçados de indígenas invadiu navios britânicos e jogou toneladas de chá no mar. O episódio, conhecido como “Boston Tea Party”, tornou-se símbolo da resistência colonial.

Influência do Iluminismo

Os ideais iluministas tiveram enorme impacto sobre os líderes da independência:

John Locke: defendia os direitos naturais – vida, liberdade e propriedade.

Montesquieu: inspirou a separação dos poderes.

Rousseau: influenciou a ideia de soberania popular.


Essas ideias embasaram a Declaração de Independência e a futura Constituição dos EUA.


Primeiro Congresso da Filadélfia (1774)

Reunindo representantes das colônias, o congresso exigiu a revogação das Leis Intoleráveis e organizou boicotes aos produtos britânicos, iniciando a união política entre os colonos.


Segundo Congresso da Filadélfia (1775–1776)

Diante da recusa britânica em negociar, os colonos organizaram forças militares sob o comando de George Washington. Em 4 de julho de 1776, aprovaram a Declaração de Independência, escrita por Thomas Jefferson.


Reação dos Britânicos e Eclosão da Guerra

O Reino Unido respondeu com força militar, enviando tropas para sufocar a revolta. Assim começou a Guerra de Independência (1775–1783).


Participação da França

A França, rival histórica da Inglaterra, aproveitou a oportunidade para enfraquecer os britânicos. Enviou soldados, armas e recursos financeiros, desempenhando papel fundamental na vitória dos colonos.


Vitória dos Colonos

Em 1781, com a Batalha de Yorktown, os colonos, apoiados pela França, derrotaram definitivamente os britânicos. A Paz de Paris, assinada em 1783, reconheceu oficialmente a independência dos Estados Unidos.


Consequências da Independência

Formação de um Estado republicano baseado em ideais iluministas.

Fim da dominação colonial britânica sobre as Treze Colônias.

Inspiração para outros movimentos emancipatórios, como a Revolução Francesa e as independências latino-americanas.


Constituição e Construção da Nação

Em 1787, os Estados Unidos adotaram sua Constituição, criando um governo federal e estabelecendo separação dos poderes. Em 1791, foi aprovada a Carta de Direitos (Bill of Rights), garantindo liberdades individuais.


Legado Histórico

A independência das Treze Colônias marcou o surgimento de um novo modelo de Estado e difundiu ideias de liberdade, igualdade jurídica e soberania popular. Tornou-se um marco histórico mundial, inspirando revoluções e redefinindo as relações entre metrópoles e colônias.

Atividade pontuada 

Exercício – Independência dos Estados Unidos

Questões Discursivas (8 questões)

1. Explique o que é emancipação política e como esse conceito se aplica à independência das Treze Colônias.

2. Quais foram os principais fatores que levaram os colonos norte-americanos a romperem com a Inglaterra?

3. Como a Guerra dos Sete Anos contribuiu para o aumento das tensões entre as Treze Colônias e a Inglaterra?

4. Explique a frase “No taxation without representation” e sua relação com os protestos coloniais.

5. Cite três leis impostas pela Inglaterra que aumentaram a insatisfação dos colonos e explique os seus efeitos.

6. Qual foi a importância do Boston Tea Party no processo de independência dos Estados Unidos?

7. De que forma o Iluminismo e os filósofos iluministas influenciaram a independência e a criação da Constituição dos EUA?

8. Explique o papel da França na Guerra de Independência e como sua participação influenciou o resultado final.

Questões de Múltipla Escolha

9. A independência das Treze Colônias foi oficialmente declarada em:
a) 1783
b) 1776
c) 1775
d) 1787

10. O evento conhecido como Boston Tea Party ocorreu em reação a:
a) Lei do Açúcar
b) Leis Intoleráveis
c) Lei do Chá
d) Leis Townshend
Resposta: c) Lei do Chá

11. O lema “No taxation without representation” significa:
a) Os colonos queriam pagar mais impostos para garantir a representação no Parlamento inglês.
b) Os colonos recusavam-se a pagar impostos sem terem representação no Parlamento britânico.
c) O governo britânico exigia representação colonial para aumentar a arrecadação.
d) As colônias propuseram impostos próprios para financiar a guerra contra a França.

12. Qual filósofo iluminista defendeu os direitos naturais – vida, liberdade e propriedade – que influenciaram a Declaração de Independência?
a) Montesquieu
b) Rousseau
c) Voltaire
d) John Locke

13. O Primeiro Congresso da Filadélfia (1774) teve como objetivo:
a) Redigir a Constituição dos Estados Unidos.
b) Organizar um exército para combater os britânicos.
c) Exigir a revogação das Leis Intoleráveis e organizar boicotes contra produtos britânicos.
d) Declarar oficialmente a independência das Treze Colônias.

14. Qual foi a importância da Paz de Paris (1783)?
a) Garantiu liberdade religiosa nas Treze Colônias.
b) Reconheceu oficialmente a independência dos Estados Unidos.
c) Concedeu autonomia parcial às colônias sob supervisão britânica.
d) Permitiu o monopólio comercial da Companhia das Índias Orientais.

15. Uma consequência direta da independência dos Estados Unidos foi:
a) Retomada do domínio britânico no século XIX.
b) Inspiração para outros movimentos de independência, como na América Latina.
c) Criação de um regime monárquico constitucional.
d) Proibição da influência iluminista no novo governo.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Processo de Emancipação Política do Brasil - Parte 01 - Consequências da Revolução Liberal do Porto até a Declaração de Independência


Tema da Aula: O Processo de Emancipação Política do Brasil – Para Além do Grito do Ipiranga

Introdução: Um Império em Crise

Olá, turma! Hoje vamos desconstruir uma das narrativas mais tradicionais da nossa história: a Independência do Brasil. Longe de ser um ato isolado e heroico de Dom Pedro I às margens do Ipiranga, a emancipação foi um processo complexo, cheio de interesses conflitantes, pressões internacionais e uma série de eventos que criaram o cenário perfeito para a ruptura com Portugal. Vamos entender como isso aconteceu.

O Estopim: A Revolução Liberal do Porto (1820)

Tudo começa do outro lado do Atlântico. Em 1820, eclode em Portugal a Revolução Liberal do Porto. Seus líderes, burgueses e militares, tinham dois objetivos principais:

1. Restabelecer o Pacto Colonial, que havia sido enfraquecido com a abertura dos portos brasileiros em 1808.
2. Criar uma monarquia constitucional em Portugal, limitando os poderes do rei.

O problema é que, desde 1808, o rei Dom João VI e a corte portuguesa estavam no Rio de Janeiro. O Brasil não era mais uma colônia explorada, mas a sede do Império Português. Para os revolucionários de Porto, isso era inaceitável. A revolução, portanto, tinha um caráter anti-brasileiro: queria recolonizar o Brasil e trazer a família real de volta a Lisboa para submeter o rei ao novo regime constitucional.

A Pressão Portuguesa e a "Crise da Partida"

Sob intensa pressão, Dom João VI não teve escolha senão retornar a Portugal em abril de 1821. Antes de partir, however, ele aconselhou seu filho, Pedro de Alcântara, que ficaria como Príncipe Regente do Brasil: "Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros".

A volta da corte deixou um vácuo de poder. As Cortes Portuguesas (o novo parlamento) começaram a tomar uma série de medidas drásticas:

· Exigiam a volta imediata de Dom Pedro para Portugal, argumentando que ele deveria "completar sua educação política".
· Revogavam os poderes centrais do governo no Rio de Janeiro, subordinando cada província brasileira diretamente a Lisboa.
· Dissolveram os tribunais e exércitos criados no Brasil.

Essas medidas eram claramente um passo towards a recolonização, o que desagradou profundamente às elites brasileiras (agrárias, comerciais e burocráticas), que haviam se beneficiado com a autonomia.

O Dia do Fico: A Resposta do Príncipe

A pressão para que Dom Pedro voltasse era enorme. Em 9 de janeiro de 1822, ele recebeu um abaixo-assinado com milhares de assinaturas de brasileiros, pedindo que ele ficasse. Após deliberar, sua resposta ficou marcada na história:

"Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico."

O Dia do Fico (9 de Janeiro de 1822) foi o primeiro ato de desobediência aberta de Dom Pedro às Cortes. Era a confirmação de que ele estava aliando-se aos interesses das elites brasileiras. Esse ato simbolizou a recusa definitiva do projeto recolonizador.

A Reação Portuguesa e a Aceleração do Processo

As Cortes Portuguesas reagiram com fúria ao "Dico". Classificaram a decisão de Dom Pedro como uma rebeldia e cortaram qualquer diálogo com o governo do Rio de Janeiro. A partir daí, o caminho para a ruptura tornou-se inevitável. Dom Pedro formou um ministério liderado por José Bonifácio de Andrada e Silva, um grande articulador da independência, e começou a governar de forma autônoma, convocando, por exemplo, uma Assembleia Constituinte para o Brasil.

O Grito do Ipiranga: A Declaração Formal

Em agosto de 1822, Dom Pedro viajou para São Paulo para acalmar ânimos políticos. Enquanto estava fora, chegou do Rio uma nova leva de decretos das Cortes, anulando todos os seus atos e exigindo novamente seu retorno, sob ameaça de punição. Sua esposa, a princesa Leopoldina, e José Bonifácio, enviaram as cartas até ele.

Ao recebê-las no dia 7 de setembro de 1822, às margens do rio Ipiranga, Dom Pedro tomou a decisão final. A famosa cena (provavelmente embellished posteriormente) retrata o momento em que, indignado, ele teria declarado: "Independência ou Morte!". Este foi o ato formal de ruptura política. Em 1º de dezembro do mesmo ano, Dom Pedro foi coroado Imperador do Brasil.

A Reação Portuguesa e as Batalhas pela Consolidação

Portugal não aceitou a independência pacificamente. O reconhecimento não foi imediato e foi conquistado na ponta da espada. Tropas portuguesas estavam estacionadas em várias províncias, principalmente no Nordeste, no Pará e na Bahia, que eram fortemente ligadas a Lisboa.

Travou-se uma verdadeira guerra de independência, com batalhas significativas como as do Pirajá (BA) e do 4 de Maio (MA). A consolidação militar deveu-se muito ao talento de mercenários como Lord Cochrane (ingles) e ao esforço de brasileiros, que formaram exércitos e esquadras para expulsar as tropas portuguesas. A luta foi sangrenta e durou mais de um ano em algumas regiões.

O Jogo das Nações: O Reconhecimento Internacional

O reconhecimento internacional foi crucial e movido por interesses econômicos.

· Inglaterra: Foi o primeiro país a reconhecer a independência, em 1825. A Inglaterra tinha enormes interesses comerciais no Brasil e via a independência como uma forma de ampliar seu mercado. No entanto, mediou um acordo pelo qual o Brasil teve que pagar uma indenização de 2 milhões de libras esterlinas a Portugal para ser reconhecido. Além disso, forçou o Brasil a assinar tratados comerciais vantajosos e a se comprometer a abolir o tráfico de escravizados (o que não foi imediatamente cumprido).
· Estados Unidos: Foram o segundo país a reconhecer o Império do Brasil, também em 1825, motivados pela Doutrina Monroe ("América para os Americanos"), que buscava evitar a interferência de potências europeias no continente.
· Outras Nações: Outros países europeus, como a França, só reconheceram a independência após Portugal fazê-lo, seguindo o protocolo diplomático da época.

Conclusão: Uma Independência Conservadora

Portanto, a emancipação política do Brasil foi um processo singular. Não foi uma revolução popular e sim um arranjo político das elites brasileiras, que se aliaram ao herdeiro do trono português para evitar tanto a recolonização por Portugal quanto uma ruptura radical que pudesse ameaçar a ordem social escravista e agrária (como aconteceu no Haiti). O resultado foi uma independência conservadora, que manteve a monarquia, a escravidão e os privilégios de uma pequena parcela da população, mas que, sem dúvida, fundou o Brasil como uma nação soberana.

Para refletir: Que contradições desse processo de independência ainda percebemos na sociedade brasileira hoje?

Claro! Segue abaixo um exercício completo com 20 questões baseadas no texto, seguido do gabarito.

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Exercício: Processo de Emancipação Política do Brasil

Instruções: Leia atentamente o texto fornecido e responda às questões abaixo.

Questões Discursivas:

1. Explique os dois principais objetivos da Revolução Liberal do Porto (1820) e por que ela possuía um caráter "anti-brasileiro".

2. Qual foi o conselho dado por Dom João VI a Dom Pedro antes de retornar a Portugal? Qual o significado político desse conselho?

3. Descreva duas medidas tomadas pelas Cortes Portuguesas após o retorno de Dom João VI que demonstravam a intenção de recolonizar o Brasil.

4. O que foi o "Dia do Fico" e por que ele é considerado um ato de desobediência de Dom Pedro às Cortes?

5. Qual foi a reação das Cortes Portuguesas à decisão de Dom Pedro de permanecer no Brasil ("Dia do Fico")?

6. Além do "Dia do Fico", que outra ação importante Dom Pedro tomou para governar de forma autônoma, indicando o caminho para a independência?

7. O que motivou Dom Pedro a declarar a independência às margens do rio Ipiranga em 7 de setembro de 1822?

8. Por que podemos afirmar que a Independência do Brasil não foi um processo totalmente pacífico? Dê um exemplo.

9. Explique por que a Inglaterra teve um papel crucial no reconhecimento internacional da Independência do Brasil e qual foi uma das principais condições impostas por ela.

10. Por que o texto caracteriza a Independência do Brasil como um processo "conservador"?

Questões de Múltipla Escolha:

11. A Revolução Liberal do Porto (1820) eclode em Portugal com objetivos claros. Entre eles, NÃO se pode citar: 
a) Restabelecer o Pacto Colonial com o Brasil. 
b) Reconhecer a autonomia política e econômica brasileira. 
c) Criar uma monarquia constitucional em Portugal. 
d) Trazer a família real de volta a Lisboa. e) Limitar os poderes do rei.

12. A volta de Dom João VI para Portugal em 1821 foi consequência direta: 

a) Do desejo do próprio rei em retomar o trono em Lisboa. 
b) Da declaração de independência feita por Dom Pedro. 
c) Da pressão exercida pela Revolução Liberal do Porto. 
d) De um acordo comercial com a Inglaterra. 
e) De uma rebelião popular ocorrida no Rio de Janeiro.

13. A famosa frase "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico" está associada: 

a) Ao Grito do Ipiranga. 
b) À coroação de Dom Pedro I. 
c) À abertura dos portos. 
d) Ao Dia do Fico. 
e) À Revolução Liberal do Porto.

14. A principal consequência do "Dia do Fico" (9 de Janeiro de 1822) foi: 

a) O imediato reconhecimento da independência pela Inglaterra. 
b) O início de uma guerra civil entre brasileiros. 
c) A expulsão de todas as tropas portuguesas do território. 
d) A ruptura definitiva e aberta entre Dom Pedro e as Cortes Portuguesas. 
e) A abdicação de Dom Pedro I ao trono brasileiro.

15. As Cortes Portuguesas reagiram ao Dia do Fico: 

a) Concordando com a decisão e nomeando Dom Pedro como Imperador. b) Ignorando o fato, pois consideravam Dom Pedro um governante insignificante. 
c) Cortando o diálogo e classificando o ato como uma rebeldia. 
d) Enviando mais tropas para apoiar o governo do Príncipe Regente. 
e) Propondo um novo acordo comercial com o Brasil.

16. O fato histórico que precipitou o grito de independência de Dom Pedro às margens do Ipiranga foi: 

a) A notícia de que a Bahia havia sido conquistada pelos portugueses. 
b) A chegada de uma nova carta das Cortes que anulava seus atos e exigia seu retorno. 
c) A pressão da princesa Leopoldina para que ele proclamasse a independência. 
d) Um ultimato da Inglaterra para que o Brasil se tornasse independente. 
e) A convocação bem-sucedida da Assembleia Constituinte.

17. Sobre o reconhecimento internacional da Independência do Brasil, é CORRETO afirmar: 
a) Foi imediato por todas as nações europeias, que apoiavam a liberdade das colônias. 
b) Os Estados Unidos foram os primeiros a reconhecer, seguindo a Doutrina Monroe.
 c) A Inglaterra reconheceu primeiro, mas impôs condições financeiras e comerciais ao Brasil. 
d) Portugal reconheceu a independência pacificamente no dia seguinte ao 7 de setembro. 
e) A França liderou o reconhecimento europeu sem exigir qualquer contrapartida.

18. A participação da Inglaterra no processo de independência brasileiro foi motivada principalmente: 

a) Por ideais liberais e de apoio à autodeterminação dos povos. 
b) Pelo desejo de anexar o território brasileiro ao seu império. 
c) Por seus interesses econômicos e na expansão de seu mercado consumidor. d) Pela rivalidade histórica com Portugal. e) Pela pressão dos Estados Unidos para que mediasse o conflito.

19. A independência do Brasil é considerada "conservadora" porque: 

a) Foi uma revolução popular que derrubou a monarquia. 
b) Aboliu imediatamente a escravidão e redistribuiu terras. 
c) Manteve a estrutura social e econômica baseada na monarquia, latifúndio e escravidão. 
d) Foi liderada pelos setores mais pobres da população. 
e) Copiou o modelo republicano e federalista dos Estados Unidos.

20. Qual foi o papel de José Bonifácio de Andrada e Silva no processo de independência? 

a) Liderou as tropas portuguesas contra Dom Pedro. 
b) Foi o principal articulador político, tornando-se ministro de Dom Pedro. 
c) Proclamou a república em Pernambuco antes do 7 de setembro. 
d) Representou os interesses das Cortes Portuguesas no Brasil. 
e) Foi o embaixador que negociou o reconhecimento com os EUA.

sábado, 16 de agosto de 2025

Grécia Antiga - Aula 02 - Atenas e Esparta

Grécia Antiga - Atenas e Esparta

Atenas na Grécia Antiga

Atenas era uma cidade-Estado (pólis) localizada na região da Ática, no sudeste da Grécia. Seu território era cercado por montanhas, o que proporcionava certa proteção contra invasões, mas também limitava a agricultura. O relevo era marcado por áreas montanhosas e solos pouco férteis, o que levou os atenienses a buscar no comércio marítimo uma alternativa essencial para sua economia. A cidade era banhada pelos mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, que favoreciam a navegação e as trocas comerciais com outros povos. O clima, de verões quentes e secos e invernos amenos, também influenciava no cotidiano agrícola e nas atividades ao ar livre.

Do ponto de vista social, Atenas era dividida em diferentes grupos: os cidadãos (homens nascidos em Atenas, com pais atenienses), que tinham direitos políticos; os metecos (estrangeiros residentes), que podiam trabalhar e pagar impostos, mas não participar da política; e os escravizados, que não tinham direitos e realizavam trabalhos pesados ou domésticos. As mulheres também eram excluídas da vida política, ficando restritas ao espaço doméstico.

Na economia, além da agricultura de trigo, oliveiras e vinhedos, Atenas prosperou com o comércio marítimo. Seus portos, especialmente o de Pireu, eram pontos estratégicos de trocas de mercadorias como vinho, azeite, cerâmica e artesanato, em troca de grãos e outros produtos necessários.

Politicamente, Atenas se destacou pela criação da democracia, principalmente a partir do século V a.C., período conhecido como “Século de Péricles”. Essa forma de governo, apesar de restrita a uma minoria da população, representava uma inovação em relação ao poder centralizado que predominava em outros povos da Antiguidade. Um dos maiores legados atenienses foi a democracia. Embora fosse limitada – já que apenas homens livres, maiores de 18 anos e filhos de pais atenienses podiam participar –, ela representou uma inovação histórica. O povo (demos) tinha o direito de participar das decisões políticas, debatendo e votando nas assembleias. Assim, Atenas se tornou referência para muitas discussões sobre cidadania até hoje.

Além da política, Atenas foi berço de grandes filósofos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, que marcaram profundamente o pensamento ocidental. Também se destacou nas artes, com o teatro de tragédias e comédias, além da arquitetura.

A religião ateniense era politeísta, baseada no culto aos deuses do Olimpo. A deusa Atena, considerada a protetora da cidade, foi homenageada com a construção do Partenon, um dos templos mais famosos do mundo antigo. As festas religiosas, como as Panateneias, também faziam parte da vida social e cultural, integrando rituais religiosos, competições esportivas e manifestações artísticas.

A vida em Atenas girava em torno da Ágora, a praça pública onde os cidadãos se reuniam para discutir ideias, negociar e participar da vida coletiva. Esse espaço simbolizava a importância da convivência comunitária e do debate de ideias. Assim, Atenas não foi apenas um centro político, mas também cultural, filosófico e artístico. 

Além da Ágora, onde se discutiam ideias, realizavam-se transações comerciais e fortalecia-se o senso de cidadania, Atenas foi local de novos debates e criações. O pensamento filosófico de Sócrates, Platão e Aristóteles, o teatro e a arquitetura ateniense marcaram profundamente a história ocidental.

Contudo, é importante lembrar que, apesar de sua fama como berço da democracia e da cultura, Atenas mantinha uma sociedade desigual e excludente. Mulheres, estrangeiros e escravizados estavam fora da vida política, mostrando que a ideia de cidadania, na época, era restrita e limitada.

Estudar Atenas nos ajuda a compreender as raízes de conceitos como cidadania, democracia, liberdade de expressão e participação política, que continuam a influenciar o mundo até os dias atuais.

Atividade pontuada sobre Atenas

Ótimo pedido! Vou montar um exercício completo com 12 questões (6 discursivas + 6 de múltipla escolha) sobre Atenas na Grécia Antiga, com base nos textos e mapas mentais que elaboramos.


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📘 Exercício – Atenas na Grécia Antiga

Atenas - Questões Discursivas

1. Explique como a geografia de Atenas (relevo, mares e clima) influenciou o desenvolvimento econômico e social da cidade-Estado.


2. Diferencie os principais grupos sociais atenienses (cidadãos, metecos, mulheres e escravizados), destacando seus direitos e limitações.


3. O que caracterizava a democracia ateniense? Quem podia participar da vida política e quem era excluído?


4. Cite duas características da economia de Atenas e explique a importância do porto de Pireu para o comércio marítimo.


5. Qual era a importância da religião para os atenienses e como Atena, deusa protetora, era cultuada na cidade?


6. Explique dois legados deixados por Atenas que ainda influenciam a sociedade ocidental nos dias atuais.

Atenas - Questões de Múltipla Escolha

7. Atenas estava localizada na região da:
a) Lacônia
b) Ática
c) Macedônia
d) Tessália

8. Qual era a principal característica do relevo de Atenas?
a) Planícies férteis e extensas
b) Relevo montanhoso e solos pouco férteis
c) Desertos e savanas
d) Campos abertos e ricos em pastagem

9. Na sociedade ateniense, os metecos eram:
a) Homens livres, nascidos em Atenas, com direitos políticos
b) Estrangeiros residentes, sem direitos políticos, mas que pagavam impostos
c) Mulheres atenienses, responsáveis pelo lar
d) Escravizados, sem direitos e propriedades

10. A democracia em Atenas era:
a) Universal, todos podiam participar
b) Exclusiva aos cidadãos, ou seja, homens livres, maiores de 18 anos e filhos de pais atenienses
c) Controlada pelos reis e generais
d) Restringida apenas às mulheres e crianças

11. Sobre a religião em Atenas, é correto afirmar que:
a) Era monoteísta, com culto apenas a Zeus
b) Não tinha relação com a vida social e política
c) Era politeísta e tinha como deusa protetora Atena, homenageada no Partenon
d) Negava a influência dos deuses na vida cotidiana

12. Qual dos legados atenienses ainda influencia fortemente o mundo ocidental?
a) Militarismo e culto à guerra
b) Democracia, filosofia, teatro e arquitetura
c) Sociedade baseada em escravidão
d) Religião politeísta e mitologia


Esparta 

Esparta na Antiguidade Grega

Esparta foi uma das mais importantes cidades-estado da Grécia Antiga, conhecida por sua organização militar, sociedade rígida e papel decisivo em diversas guerras. Situada no sudeste da península do Peloponeso, na região da Lacônia, Esparta se desenvolveu de forma singular, distinguindo-se de outras pólis gregas, como Atenas, por seu caráter conservador, militarizado e oligárquico.

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Localização e Aspectos Geográficos

Esparta estava localizada ao sul da península do Peloponeso, às margens do rio Eurotas, cercada por cadeias montanhosas como o Taygetos e o Párnon. Essa posição geográfica favorecia sua defesa natural, dificultando invasões.

Relevo: predominância de montanhas e vales férteis, protegendo a pólis de ataques inimigos.

Clima: mediterrâneo, com verões quentes e secos e invernos amenos.

Solo: fértil em áreas próximas ao rio, mas limitado, o que influenciou a busca por terras através da conquista da vizinha Messênia.

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Povos que Deram Origem a Esparta

A origem de Esparta remonta à fusão de diferentes grupos de origem grega:

Aqueus: povo inicial da região, ligado à civilização micênica.

Dórios: invasores vindos do norte por volta do século XI a.C., que impuseram sua cultura, estrutura social e organização militar.
A dominação dória foi determinante para a formação da sociedade espartana, baseada na disciplina, na guerra e na submissão dos povos conquistados.

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Composição da Sociedade Espartana

A sociedade espartana era estratificada e rigidamente organizada em classes:

Espartiatas: cidadãos de pleno direito, descendentes dos dórios. Detinham o poder político e militar.

Periecos: homens livres, mas sem direitos políticos. Viviam no entorno de Esparta, dedicando-se ao comércio, artesanato e agricultura.

Hilotas: servos pertencentes ao Estado, formados principalmente por povos conquistados, como os messênios. Eram responsáveis pelo cultivo da terra, sustentando a economia espartana.

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Economia de Esparta

A economia espartana era agrária e pouco voltada ao comércio.

Baseada na exploração do trabalho dos hilotas, que cultivavam cereais, uvas e azeitonas.

Os periecos desenvolviam atividades comerciais e artesanais, mas o comércio externo era restrito, visando preservar os valores tradicionais.

O uso de moedas de ferro desestimulava o acúmulo de riqueza e limitava o contato com influências externas.

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Política, Sistema Político e Instituições

Esparta possuía um sistema político oligárquico e bastante peculiar, baseado na Constituição de Licurgo (século IX a.C.), que organizava o poder em instituições equilibradas:

Diarquia: dois reis governavam simultaneamente, com funções religiosas, militares e judiciais.

Gerúsia: conselho de anciãos com 28 membros e mais os dois reis, responsável por propor leis e aconselhar o governo.

Ápela: assembleia formada por cidadãos espartiatas maiores de 30 anos, com poderes limitados para aprovar ou rejeitar propostas.

Éforos: cinco magistrados eleitos anualmente, com grande autoridade administrativa e judicial.

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O Homem, a Mulher e a Criança Espartana

A sociedade espartana formava indivíduos preparados para servir ao Estado e à guerra.

O Homem: desde os sete anos, os meninos ingressavam na agogê, sistema educacional voltado ao treinamento militar, resistência física, disciplina e obediência. Aos 20 anos, tornavam-se soldados; aos 30, cidadãos plenos.

A Mulher: possuía mais liberdade do que em outras pólis gregas. Recebia educação física, administrava as propriedades na ausência dos homens e tinha o dever de gerar filhos fortes.

A Criança: desde o nascimento, passava por uma seleção rígida. Crianças consideradas frágeis eram abandonadas, refletindo o ideal espartano de força e perfeição.

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Educação Espartana

O sistema educacional, a agogê, era voltado para:

Treinamento físico e militar.

Desenvolvimento da resistência e coragem.

Vida comunitária e disciplina rígida.

Incentivo ao sacrifício individual em prol da coletividade.
A educação intelectual era mínima, pois o foco estava na formação de guerreiros leais ao Estado.

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Guerras Importantes

Esparta participou de diversos conflitos que marcaram a história da Grécia:

Guerras Messênicas (séculos VIII e VII a.C.): conquista da Messênia e submissão dos messênios como hilotas.

Guerras Médicas (século V a.C.): Esparta teve papel crucial na resistência grega contra o Império Persa, destacando-se na Batalha das Termópilas (480 a.C.), liderada pelo rei Leônidas I.

Guerra do Peloponeso (431–404 a.C.): conflito entre Esparta e Atenas pelo controle da Grécia. Esparta saiu vitoriosa, mas o desgaste enfraqueceu todo o mundo grego.

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Contribuições e Legados de Esparta

Apesar de sua rigidez, Esparta deixou importantes legados para a história:

Valorização da disciplina, coragem e sacrifício coletivo.

Modelo de organização militar, inspirando exércitos de diferentes épocas.

Papel fundamental na defesa da Grécia contra os persas.

Contraponto ao modelo ateniense, mostrando a diversidade política e cultural da Grécia Antiga.

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Conclusão

Esparta foi uma cidade-estado singular, marcada por uma sociedade militarizada, rígida e conservadora. Sua organização política, sua educação voltada para a guerra e sua resistência em preservar tradições fizeram dela uma das potências da Antiguidade Grega. Mesmo após sua decadência, o legado espartano permanece vivo na memória histórica, simbolizando bravura, disciplina e lealdade ao coletivo.

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Atividade pontuada (+1,0 ponto)

Exercício de História – Esparta na Antiguidade Grega

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Parte I – Questões Discursivas (7 questões)

1. Explique a importância da localização geográfica de Esparta para a sua defesa e desenvolvimento.

2. Descreva a composição da sociedade espartana, destacando as funções dos esparciatas, periecos e hilotas.

3. Caracterize a economia de Esparta, explicando por que o comércio era limitado e qual era a base da produção.

4. Como funcionava o sistema político espartano? Cite e explique o papel de, pelo menos, duas instituições políticas da cidade-estado.

5. Descreva como era a educação em Esparta e quais eram seus principais objetivos.

6. Analise o papel da mulher espartana na sociedade e compare-o com a situação da mulher em outras cidades-estado gregas, como Atenas.

7. Cite e explique duas guerras importantes nas quais Esparta teve papel decisivo, destacando suas causas e consequências.


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Parte II – Questões de Múltipla Escolha 

8. Esparta estava localizada na região da:
a) Ática
b) Lacônia
c) Macedônia
d) Beócia


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9. O clima predominante em Esparta era:
a) Tropical
b) Mediterrâneo
c) Desértico
d) Temperado úmido


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10. A sociedade espartana era dividida em três grupos principais. Qual alternativa apresenta corretamente essa divisão?
a) Esparciatas, Eupátridas e Metecos
b) Hilotas, Cidadãos e Escravos
c) Esparciatas, Periecos e Hilotas
d) Eupátridas, Hoplitas e Escravos


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11. Qual das opções não corresponde a uma instituição política de Esparta?
a) Diarquia
b) Gerúsia
c) Bulé
d) Éforos


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12. O sistema educacional espartano, conhecido como agogê, tinha como objetivo principal:
a) Formar filósofos e artistas
b) Preparar soldados e cidadãos leais ao Estado
c) Desenvolver habilidades comerciais
d) Incentivar o debate político


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13. Sobre o papel da mulher espartana, assinale a alternativa correta:
a) Não tinha acesso à educação e vivia reclusa.
b) Podia participar das decisões políticas e votar.
c) Recebia educação física e cuidava das propriedades.
d) Era responsável por comandar os exércitos.


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14. A batalha das Termópilas, em que o rei Leônidas e seus soldados resistiram heroicamente, ocorreu durante:
a) Guerras Messênicas
b) Guerras Médicas
c) Guerra do Peloponeso
d) Guerra de Tróia


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15. Esparta venceu Atenas na Guerra do Peloponeso. Como consequência imediata dessa vitória:
a) Esparta consolidou-se como potência marítima e comercial
b) O Império Persa anexou a Grécia
c) Esparta assumiu a liderança política da Grécia
d) Atenas manteve sua supremacia cultural e política


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