domingo, 15 de outubro de 2023

Império romano (parte 01) Início e suas principais características

Império romano (27 a.C. - 476 d.C) - Aula 01 (Início e suas principais características).


3º período da história antiga de Roma (1º Monarquia romana e 2º República romana).

O Império Romano é considerado o maior civilização da história ocidental. Durou cinco séculos: começou em 27 a.C. e terminou em 476 d.C.

Estendia-se do Rio Reno para o Egito, chegava à Grã-Bretanha e à Ásia Menor. Assim, estabelecia uma conexão com a Europa, a Ásia e África.

No sistema político de império, o poder político estava concentrado na figura do imperador. O Império Romano começou com Otaviano Augusto e terminou com Constantino XI. O Senado servia para apoiar o poder político do imperador.


O império sucedeu à República Romana. Com o novo sistema, Roma, que era uma cidade-estado, passou a ser governada pelo imperador.


Foi em seu início que o império conquistou a maior parte do poder. Até 117 d.C., ao menos 6 milhões de quilômetros quadrados estavam sob o domínio do império romano.

Sob o domínio do Império Romano viviam entre 50 e 60 milhões de habitantes. Roma, nessa fase, foi habitada por 1 milhão de habitantes.

Entre os pontos fundamentais para o sucesso do império estava o exército, que era profissional e atuava como uma legião. Sob o comando de astutos generais, Roma expandiu o poderio ao Mediterrâneo.


Características do império romano

Essencialmente comercial;

Escravizava os povos conquistados;

O controle das províncias era feito por Roma;

Politeísta;

O governante tinha cargo vitalício;

A extensão territorial era obtida por conquistas ou golpes militares.


Surgimento do Império Romano

Uma das estórias sobre a fundação de Roma é a célebre lenda dos irmãos gêmeos, Rômulo e Remo, que viveram em 753 a.C.

Segundo historiadores, Roma surgiu a partir de um grupamento de pastores que viviam às margens do Rio Tigre. É essa a região geográfica que corresponde hoje à Itália.

No decorrer do século VI a.C., Roma ficou sob a direção dos etruscos, de origens gregas. A liberdade foi conquistada gradualmente, quando se transformou numa cidade-estado onde a forma de poder exercida era a monarquia.

Com as constantes desavenças entre os reis, os romanos experimentaram a república, entre 509 a.C. e 30 a.C. Nesta época, Roma passou a exercer forte poder colonial, político e militar.


Triunviratos

O governo de Roma ainda ficou fortalecido por uma estratégia de gestão que passou à história como triunviratos.

O triunvirato é a gestão formada por três integrantes. A formação do primeiro deles em Roma ocorreu em 59 a.C. e contava com Júlio César, Pompeu e Marco Crasso.

Em certo momento, os três entraram em guerra e César os venceu. Júlio César tornou-se o primeiro governante individual de Roma.

O segundo triunvirato foi formado por Octávio, Lépido e Marco Antônio, também terminou com uma guerra civil em 31 a.C. Otávio venceu e passou a governar Roma.

É nesse ponto que surge o Império Romano, em 27 a.C. e que vai até 476 d.C. Também é considerada a fase de maior prosperidade e expansão do império, na chamada dinastia Júlio-Claudiana.


O governo de Augusto e a pax romana

O imperador Otávio Augusto (também conhecido como César Augusto) governou os territórios romanos durante cerca de 40 anos, concentrando todos os poderes em suas mãos. As instituições republicanas de Roma continuaram existindo, mas o imperador tinha o poder de vetar leis, nomear os magistrados e comandar o exército.

A habilidade administrativa de Augusto inaugurou o período conhecido como pax romana (paz romana), que se estendeu até o final do século II. As guerras de conquista não foram interrompidas nesses anos, mas o principal objetivo dos imperadores romanos foi a proteção das fronteiras e a repressão das revoltas populares.

Uma complexa rede de estradas pavimentadas se expandiu pelo império para facilitar a circulação de correspondências, produtos e soldados. A Península Itálica, centro do império, enriqueceu ao receber mão de obra e matérias-primas das províncias e exportar para elas vinhos, azeite, cerâmicas, objetos de metal e outros artigos.

Os sucessores de Augusto, procurando associar a riqueza de Roma à sua própria imagem, embelezavam a cidade com praças, aquedutos e arcos do triunfo. Estes últimos eram monumentos construídos para celebrar uma vitória, geralmente militar, e homenagear o general que a comandou. 

Além disso, o Fórum, centro da vida pública romana, ganhou novos edifícios, e os mais antigos foram remodelados.


Os centros de lazer

Os imperadores romanos também se preocuparam em mandar construir diversas áreas de lazer para a população, como termas, circos e anfiteatros. As atividades realizadas nesses locais eram gratuitas, e na entrada era distribuído pão ao povo. Essa política, conhecida como “pão e circo” e que tem raízes na república romana, visava oferecer alimento e diversão às camadas populares a fim de acalmar seus ânimos e tentar diminuir as revoltas. 

Nos circos e anfiteatros, eram realizados diferentes espetáculos de entretenimento. Destacavam-se as corridas de quadrigas e as lutas de gladiadores, que eram geralmente escravos. Os patrícios patrocinavam os eventos, em busca de popularidade e ostentação de sua riqueza. Muitos plebeus e escravos preenchiam as plateias dos anfiteatros para torcer pelos lutadores.

O espetáculo se iniciava com o desfile dos gladiadores, que entravam na arena saudando o imperador; em seguida, travava-se o combate. A “luta boa” era a que se encerrava com a morte de um gladiador. Terminado o confronto, os escravos arrastavam os corpos com ganchos e trocavam a areia ensanguentada por areia limpa.

O maior local de espetáculos era o Anfiteatro Flaviano, mais conhecido como Coliseu, construído em Roma entre 72 e 80 d.C. As arquibancadas do edifício estavam divididas conforme a posição social do indivíduo: o primeiro andar era reservado ao imperador, aos senadores e aos cônsules; o segundo acomodava a aristocracia rural; restava para o povo as fileiras do alto. Havia, ainda, uma área exclusiva para mulheres, localizada no topo.


A romanização cultural

A cultura romana se estendeu por várias regiões. Em geral, o governante romano de cada província procurava organizá-la espelhando-se nas instituições, no ensino, na arquitetura e nas artes de Roma. Veja alguns exemplos.

Língua latina. Os romanos criaram escolas nas províncias para os filhos das elites locais, onde aprendiam latim, gramática, retórica, cálculo e política. O latim vulgar, falado pelos colonos e soldados nas províncias, misturou-se às línguas das populações dominadas, o que deu origem às línguas neolatinas: francês, português, espanhol, italiano etc.

Instituições romanas. Os governantes estabeleciam nas províncias instituições similares às romanas (magistrados, assembleias, Senado, exército, sistema de impostos, legislação), o que explica o fato de essas instituições terem se espalhado por todo o mundo ocidental.

Arquitetura. Inspirada nos modelos grego e etrusco, a arquitetura romana ficou famosa pela grandiosidade de seus templos, anfiteatros, aquedutos, pontes e estradas. Seu estilo expandiu-se pelos territórios conquistados e ainda hoje está presente em muitas construções do Ocidente.

Os povos conquistados, porém, não ficaram passivos à dominação cultural romana. Por meio da resistência e da negociação, eles mantiveram costumes da sua cultura, a exemplo do monoteísmo do povo judeu e do culto à corça dos iberos. E, quando incorporaram costumes e instituições romanos, fizeram à sua própria maneira, adaptando-os à realidade local.

Além disso, os romanos também absorveram elementos culturais dos povos dominados, como o culto às divindades gregas, que receberam novos nomes, e aos deuses egípcios Ísis e Osíris.


O calendário juliano

Você sabia que as palavras que usamos para nomear os dias da semana, os meses do ano e o próprio calendário são originárias do latim e da cultura romana antiga?

O calendário romano mais antigo foi elaborado ainda na época monárquica. Mas ele não era muito preciso, pois apresentava um descompasso com o ano solar, que tem como base o movimento de translação da Terra. Com o passar dos anos, essa diferença foi se acumulando. Assim, as datas dos festivais religiosos, as estações do ano, o início do plantio e da colheita, por exemplo, passaram a não coincidir mais com o calendário romano, causando uma grande confusão na vida cotidiana das pessoas.

Quando o general Júlio César se tornou ditador (século I a.C.), ele decidiu reformar o calendário. Para dirigir essa tarefa, César convidou o astrônomo Sosígenes, da cidade de Alexandria.

O calendário juliano entrou em vigor em 45 a.C. O ano passou a ter 365 dias e seis horas e foi dividido em 12 meses, com 31 e 30 dias intercalados, à exceção de fevereiro, que tinha 29 dias. Para o novo calendário coincidir com o ano solar, acrescentou-se, a cada quatro anos, um dia ao mês de fevereiro. Surgiu assim o ano bissexto.

Mais tarde, sob César Augusto, o oitavo mês foi renomeado de agosto em sua homenagem, e passou de 30 para 31 dias. O dia adicionado ao mês de agosto foi retirado de fevereiro, que passou a ter 28 dias.


Foto do quadro - Aula 01


Foto do quadro - Aula 02

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