Parte 02 - A Primeira Guerra Mundial
Para relembrar a primeira parte da matéria, clique no link abaixo e veja o vídeo.
https://www.youtube.com/watch?v=hYTAZ3_z06k&t=1s
A guerra a caminho do fim
A Primeira Guerra Mundial, também conhecida como a Grande Guerra, foi um marco na história da humanidade. Foi a primeira guerra do século XX e o primeiro conflito em estado de guerra total – aquele em que uma nação mobiliza todos os seus recursos para viabilizar o combate. Estendeu-se de 1914 a 1918 e foi resultado das transformações tecnológicas, econômicas, políticas e sociais que aconteciam na Europa, as quais fizeram diferentes nações entrar em choque e milhões de pessoas mortas.
A guerra na África
A África foi dominada pelas potências europeias entre os séculos XIX e XX.
Forçados ou manipulados para lutarem
Veja o vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=B5PsONmxgBs
Um dia do exército e das tropas coloniais na África, cartaz de propaganda das operações francesas na África na Primeira Guerra Mundial, gravura de Lucien Hector Jonas, 1917.
Pouco se fala e se escreve sobre isso, mas a África foi um dos palcos da Primeira Guerra Mundial e também um dos motivos para a sua eclosão, já que o continente era objeto de disputa entre as potências imperialistas europeias. Cerca de 2,5 milhões de africanos, do norte e da região ao sul do Deserto do Saara, foram mobilizados para a guerra, principalmente como carregadores e soldados, lutando na África ou em solo europeu.
Muitos deles se alistaram voluntariamente, persuadidos pela propaganda nacionalista que também chegava às colônias ou esperando alguma compensação por lutar em defesa da metrópole. Grande parte deles também foi recrutada à força, situação comum nas colônias francesas do Mali e da Argélia. Os que lutaram na Europa sofreram com o inverno rigoroso e o despreparo para uma guerra moderna e longa.
Na África Ocidental, eles combateram nas colônias alemãs do Togo e Camarões, integrados às forças britânicas e francesas que, em 1914, ocuparam e conquistaram aquela região. Ao sul, participaram da tomada da atual Namíbia, onde os combates foram mais intensos. Na África Oriental Alemã, a luta foi feroz e prolongada. Atuando principalmente como carregadores, cerca de 100 mil africanos perderam a vida no território, vítimas da fome, da exaustão ou de doenças.
Na colônia portuguesa de Moçambique, na costa do Oceano Índico, a guerra foi dramática tanto para os africanos quanto para os soldados vindos da metrópole. A posição de Moçambique era estratégica: era porta de entrada para a África Oriental e situava-se entre possessões alemãs, ao norte, e britânicas, a oeste e ao sul. Ao entrar no conflito, Portugal estava preocupado com o futuro de suas colônias no continente, sobretudo Moçambique e Angola.
Veja o vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=2Xz8eBHl4ts
A Rússia deixa a guerra
Rússia na Primeira Guerra Mundial (participação até 1917).
Enquanto a guerra estagnava na Frente Ocidental, na Frente Oriental as tropas alemãs impunham pesadas derrotas às tropas russas. Estas, apesar de numerosas, eram compostas em sua maioria de camponeses mal treinados e mal equipados.
Russos na guerra, camponeses mal treinados e mal armados, passavam dificuldades nos combates contra os alemães.
Em novembro de 1917, uma revolução na Rússia levou ao poder um governo socialista que, atendendo ao apelo popular, retirou o país da guerra e, em março do ano seguinte, assinou a paz com a Alemanha. A saída da Rússia possibilitou à Alemanha concentrar suas tropas na Frente Ocidental.
A Revolução Russa, movimento socialista, ouviu os pedidos da população e realizou a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial.
A participação dos Estados Unidos
EUA na Grande Guerra
Clique no link abaixo e veja o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=mhH9XTqPhbs
Slogan eleitoral do presidente Wilson em campanha.
No início do conflito, os Estados Unidos adotaram uma posição de neutralidade, embora fornecessem dinheiro, armas e artigos manufaturados aos membros da Entente. Os estadunidenses temiam o acelerado crescimento industrial alemão, sendo mais interessante para eles a vitória da Grã-Bretanha.
EUA e sua posição de neutralidade até 1917 (antes dos ataques navais).
Essa situação de neutralidade, porém, não demoraria a ser alterada. Em fevereiro de 1917, o então presidente estadunidense Woodrow Wilson rompeu relações diplomáticas com a Alemanha, após esta declarar que começaria uma guerra nos mares com o objetivo de afundar navios mercantes de países neutros que tinham como destino a Grã-Bretanha.
Presidente estadunidense Woodrow Wilson rompeu relações diplomáticas com a Alemanha.
Em abril de 1917, submarinos alemães atacaram navios estadunidenses que transportavam suprimentos aos países da Entente. Esse episódio levou os Estados Unidos a declararem guerra à Alemanha.
Alemães atacaram navios estadunidenses que transportavam suprimentos aos países da Entente.
Com a entrada dos estadunidenses na guerra, a Entente ficou fortalecida e obteve uma série de vitórias, que obrigaram o exército alemão a recuar.
O Brasil na Primeira Guerra Mundial
Jornal brasileiro da época
Clique no link abaixo e veja o vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=3kcX1we09t8
Quando estourou a guerra na Europa, em 1914, o governo brasileiro assumiu uma posição de neutralidade, mantendo relações diplomáticas e comerciais com todas as nações beligerantes.
Posição do governo brasileiro até 1917
Porém, a travessia do Atlântico se tornou perigosa, e os países da Entente impuseram restrições às nações que mantinham contato com a Alemanha. Isso afetava as vendas de café, principal produto de exportação brasileiro na época.
Em 1917, navios brasileiros foram atacados por submarinos alemães no Oceano Atlântico, levando o Brasil a declarar guerra contra a Tríplice Aliança. O governo brasileiro proibiu o comércio com a Alemanha e organizou uma divisão naval para patrulhar o Atlântico, além de enviar um grupo de oficiais aviadores para ser treinado na Europa.
Navios brasileiros foram atacados por submarinos alemães
Mesmo sem preparo, o Brasil entra na Grande Guerra.
O Brasil também organizou uma missão médica para atuar na França. Um grupo de quase 150 pessoas, entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos e militares, organizou um hospital em Paris para cuidar dos feridos de guerra e das vítimas da gripe espanhola, doença que assolou o mundo em 1918.
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https://www.youtube.com/watch?v=9OD_MHW2beA
Tecnologia da destruição
As tecnologias da Segunda Revolução Industrial também foram usadas na guerra.
Durante a Primeira Guerra Mundial, inovações científicas e tecnológicas que marcaram a Segunda Revolução Industrial, como a invenção do motor a combustão e do avião, os novos métodos de fabricação do aço e os avanços na indústria química, foram utilizadas sistematicamente para fins bélicos.
A invenção do motor a combustão e do avião, os novos métodos de fabricação do aço e os avanços na indústria química foram utilizados na guerra como veremos a seguir.
Um dos exemplos mais terríveis do uso da tecnologia a serviço da morte foi o emprego de armas químicas. O primeiro registro do uso dessas armas aconteceu em 1915, quando os alemães lançaram gás cloro contra um regimento franco-argelino. Em 1916, o gás mostarda também passou a ser utilizado no conflito. Ele atacava as vias respiratórias, provocava queimaduras e erupções na pele e causou muitas baixas durante a Primeira Guerra.
https://www.youtube.com/watch?v=EuN75wwNBPA
Outra tecnologia utilizada foi a aviação, tanto no combate aéreo quanto no lançamento de bombas. Inicialmente, foram usados dirigíveis, mas, devido à sua lentidão, eles foram substituídos por aviões. Além disso, toda uma nova geração de armas de artilharia — canhões, morteiros, metralhadoras e outros lançadores de projéteis — foi desenvolvida para ser usada na guerra de trincheiras.
Aviões
Dirigível
Nos mares, utilizou-se pela primeira vez o submarino. Navegando sem ser notado, era usado para atacar navios inimigos, principalmente os que transportavam suprimentos para os soldados no front. A Alemanha, país mais avançado nessa tecnologia, realizou vários ataques com seus submarinos.
EXERCÍCIOS
01 - Qual é a relação existente entre o continente africano e a Primeira Grande Guerra Mundial?
02 - Como parte dos africanos participaram da guerra?
03 - Como esses africanos aderiram ao combate?
04 - Por que os confrontos em Moçambique, na costa do Oceano Índico, eram dramáticos? Por que Moçambique era importante para Portugal?
05 - No início, qual foi a postura de Portugal em relação aos conflitos armados?
06 - Como foi o empenho e a participação das tropas portuguesas?
07 - Já na Europa, os conflitos na Europa Oriental ficaram conhecidos como Frente Oriental, marcada principalmente pelos combates entre alemães e russos. Abaixo, descreva como estavam os combates entre germânicos e eslavos:
08 - Por que a Rússia saiu da Primeira Grande Guerra em 1917?
09 - Como a saída da Rússia da guerra beneficiou os alemães?
10 - Como era a participação dos EUA, em relação a guerra, até 1917? Como era o relacionamento estadunidense com os países da Entente?
11 - Por que os EUA temiam os alemães e torciam para a vitória dos britânicos?
12 - Qual fato histórico fez os EUA entrarem na Primeira Guerra Mundial?
13 - Por que a entrada dos EUA beneficiou a Tríplice Entente?
14 - Qual foi a postura do governo brasileiro no início da Primeira Guerra Mundial, entre os anos de 1914 -1917?
15 - Por que a guerra era ruim financeiramente para o Brasil?
16 - O que fez o Brasil a declarar guerra à Tríplice Aliança?
17 - Após a declaração de guerra, quais foram os primeiros feitos do governo brasileiro em relação ao conflito?
18 - Como as inovações científicas e tecnológicas que marcaram a Segunda Revolução Industrial contribuíram na guerra?
19 - Informe três exemplos do terrível uso da tecnologia a serviço da morte ao longo da Primeira Guerra Mundial:
20 - Após o seu vasto estudo sobre a Primeira Grande Guerra Mundial, qual é a sua opinião sobre esse conflito?
Avaliação Primeira Grande Guerra Mundial (Parte 01 e 02)
https://forms.gle/hSdqb9Y95nHyxKjv8
Próxima aula:
A Revolução Russa de 1917
https://historiaecio.blogspot.com/2023/02/revolucao-russa-de-fevereiro-de-1917-1.html
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