quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Influência da Grande Depressão no início da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945)


A influência da Grande Depressão no início da Segunda Guerra Mundial


Entre as duas grandes guerras existiu um motivo muito forte que impactou negativamente o mundo, o nazifascismo. O nazifascismo aproveitou o contexto de crise da Grande Depressão para enraizar nas sociedades alemã e italiana.


Como os regimes totalitários contribuíram para a eclosão de um novo conflito mundial?


O fracasso da revolução mundial


Na Europa, particularmente nas nações derrotadas na Primeira Guerra Mundial (Alemanha, Áustria e Hungria), as dificuldades econômicas, as perdas humanas e materiais e a instabilidade política pareciam reunir as condições favoráveis para uma revolução socialista, como a que havia eclodido na Rússia em 1917. A grande burguesia e setores da classe média não queriam perder os seus privilégios econômicos, políticos e sociais, acreditavam que um “perigo comunista” ameaçava o continente.



Evidências dessa “ameaça” não faltavam. Em 1918, uma revolução levou à queda do Império Alemão; no ano seguinte, na Hungria, nasceu a República Húngara dos Conselhos, inspirada no modelo bolchevique russo; no triângulo industrial da Itália, formado pelas cidades de Milão, Turim e Gênova, greves operárias e ocupações de fábrica marcaram o “biênio vermelho” (1919-1920) no país.


No entanto, o medo do comunismo foi logo afastado. A revolução foi derrotada na Alemanha; na Hungria, uma aliança de tropas contrarrevolucionárias, lideradas pela França e pela Romênia, depôs o governo revolucionário após 133 dias no poder; e, na Itália, negociações entre o governo e os sindicatos garantiram a preservação do modelo capitalista.


A derrota dessas revoluções, o isolamento da União Soviética e os primeiros sinais de recuperação da economia europeia, a partir de 1925, pareciam indicar que a estabilidade tinha sido restabelecida e as democracias liberais europeias estavam asseguradas.


Cena do filme A cidade sem judeus, de Hans Karl Breslauer, 1924. A película denunciou os riscos que o crescente antissemitismo representava para a nação austríaca. Os judeus, no filme, são considerados culpados pela fome e pelo desemprego que dominaram a Áustria depois da Primeira Guerra Mundial. O país é levado a uma crise mais aguda após a expulsão dos judeus por uma lei racista, que depois foi revogada.


A Grande Depressão na Europa


O que foi a Grande Depressão? A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira.


Esse cenário de estabilidade mudaria completamente com a crise de 1929 e os efeitos que ela produziu na economia europeia. Os capitais estadunidenses investidos na recuperação dos países europeus afetados pela guerra foram reduzidos drasticamente. O desemprego em massa se espalhou pela Europa, e cresceram as críticas ao liberalismo político e econômico, incapaz de conter a crise.


O liberalismo econômico - é uma ideologia baseada na organização da economia em linhas individualistas, rejeitando intervencionismo estatal, no livre mercado, o que significa que o maior número possível de decisões econômicas é tomado pelas empresas e indivíduos e não pelo Estado ou por organizações coletivas. 


Liberalismo político é uma doutrina cuja a meta é a proteção da liberdade do indivíduo. Os liberais defendem que o Estado é necessário como meio de proteção do indivíduo, mas não deve prejudicá-lo e nem representar, ele mesmo, um atentado à liberdade.


A crise econômica reforçou a polarização política na Europa. De um lado, trabalhadores, ativistas políticos e intelectuais denunciavam o capitalismo liberal como responsável pela crise e defendiam a revolução socialista. De outro, setores da classe média e a grande burguesia, preocupados com a possibilidade de uma revolução, apoiaram propostas autoritárias para defender o capitalismo e recuperar valores nacionais. 


Os regimes totalitários na Europa


O autoritarismo e o totalitarismo são regimes de governo que se caracterizam pelo abuso da autoridade no exercício do poder. O totalitarismo, porém, é um regime extremo, em que a vontade do grupo governante se confunde com a administração do Estado. A vida pessoal e as relações sociais são controladas pelo governo, o cotidiano é rigidamente policiado, assim como a imprensa, a cultura e o sistema educacional.


O uso da força também é outra característica importante dos regimes totalitários. Quem não concorda com o regime, tem uma posição política diferente ou não pertence ao grupo étnico dominante é considerado criminoso e é perseguido como inimigo nacional. Assim, nesse tipo de regime, qualquer tipo de oposição é reprimida violentamente, e o Estado cria políticas oficiais para exterminar seus inimigos. 


Ao mesmo tempo, o nacionalismo é altamente estimulado pelos líderes totalitários, que buscam criar sentimentos de pertencimento e superioridade em torno de uma comunidade nacional idealizada.


Os principais exemplos de regimes totalitários foram: o fascismo, na Itália; o nazismo, na Alemanha; e o stalinismo, na União Soviética.



Rainha do Universo, tirinha de Sam Hurt, 2015.



Quadro da aula

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