A crise e o fim da Primeira República
A disputa pela liderança do poder político entre SP e MG.
Na década de 1920, o descontentamento das demais oligarquias
estaduais com seu papel secundário na política nacional se intensificou e
passou a ameaçar de fato a liderança paulista e mineira, que conduzia a chamada
Política do Café com Leite.
Em 1929, a crise política atingiu seu ápice. O presidente
Washington Luís, que representava São Paulo, resolveu lançar para as eleições
de 1930 a candidatura do paulista Júlio Prestes, momento em que caberia a Minas
Gerais indicar seu sucessor. Descontentes, mineiros e gaúchos se aproximaram,
reuniram oposições de outros estados à política federal e formaram a Aliança
Liberal. Contra o candidato da situação, eles lançaram as candidaturas de
Getúlio Vargas, presidente do Rio Grande do Sul, e de João Pessoa, presidente
da Paraíba, respectivamente aos cargos de presidente e vice-presidente do
Brasil.
O programa da Aliança Liberal defendia o incentivo ao
conjunto da produção agrícola nacional e não apenas ao café. Além disso,
apresentava leis de proteção aos trabalhadores e de incentivo à indústria, bem
como insistia na necessidade de uma reforma política, com a instituição do voto
secreto.
À crise política somou-se o colapso econômico desencadeado
pela quebra da bolsa de valores de Nova York (Grande Crise do Capitalismo - Crash da Bolsa de NY), em outubro de 1929. Os Estados
Unidos reduziram as importações de café do Brasil, provocando a queda dos
preços internacionais do produto. A grande quantidade de café disponível no
mercado e a queda no consumo agravaram a crise no setor cafeeiro, o que gerou
desentendimentos entre os produtores e o governo federal.
© STORNI - FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, RIO DE JANEIRO
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