quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Idade Média NEJA - Uma visão geral sobre o período medieval.

Idade Média: Uma Visão Geral

O que foi a Idade Média?

A Idade Média, também conhecida como Era Medieval, é o período da história europeia que se estendeu do século V ao século XV, entre a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.) e o início da Renascença e das Grandes Navegações. É geralmente dividida em duas fases: Alta Idade Média (séculos V a XI) e Baixa Idade Média (séculos XI a XV).

Alta Idade Média (século V - XI)

Principais características da Alta Idade Média 

- Fragmentação Política: Após a queda do Império Romano, a Europa foi dividida em vários reinos e feudos. A autoridade centralizada deu lugar ao sistema feudal.

- Feudalismo: Sistema socioeconômico baseado na posse de terras e relações de vassalagem, onde os senhores ofereciam proteção em troca de serviços e tributos dos camponeses.

- Cristianização da Europa: A Igreja Católica se tornou a principal instituição unificadora, influenciando a vida espiritual e temporal das pessoas.

- Ruralização: A economia e a sociedade se tornaram predominantemente rurais, com a maioria da população vivendo e trabalhando no campo.

Acontecimentos notáveis ocorridos na Alta Idade Média 

- Invasões Bárbaras: Tribos germânicas, vikings e outros grupos migraram para a Europa, moldando novas estruturas políticas e culturais.

- Formação dos Reinos Bárbaros: Surgimento de reinos como os Francos, Visigodos e Lombardos.

Baixa Idade Média (século XI - XV)

Principais características da Baixa Idade Média 

- Renascimento das Cidades: Crescimento do comércio e das cidades, que começaram a surgir como centros econômicos e culturais.

- Surgimento das Universidades: Estabelecimento das primeiras universidades europeias, como as de Paris e Bolonha.

- Cruzadas: Expedições militares organizadas pela cristandade para recuperar territórios sagrados no Oriente Médio.

- Monarquias Fortalecidas: Centralização do poder nas mãos dos monarcas, preparando o terreno para os Estados-nação modernos.

Acontecimentos notáveis ocorridas ao longo da Baixa Idade Média 

- Cruzadas: Várias campanhas militares entre os séculos XI e XIII, que impactaram profundamente as relações entre Europa e Oriente Médio.

- Peste Negra: Pandemia que devastou a população europeia no século XIV, causando grandes mudanças sociais e econômicas.

- Guerra dos Cem Anos: Conflito prolongado entre Inglaterra e França que teve grandes consequências para a política e a sociedade europeias.

Características Gerais do Período Medieval

- Sociedade Estratificada: Hierarquia social rígida, com a nobreza, clero e camponeses ocupando posições distintas.

Catolicismo com religião dominante: A Igreja Católica dominava todos os aspectos da vida, influenciando a política, a cultura e a moralidade.

- Economia Agrária: A economia era baseada na agricultura e na posse de terras.

- Cultura Medieval: Influenciada pela religiosidade, com manifestações artísticas e literárias como a arte gótica e as obras de Dante Alighieri.

Contribuições e consequências da Idade Média

Contribuições

- Cultura e conhecimento: Preservação e transmissão de conhecimentos antigos através de mosteiros e universidades.

- Arquitetura e Arte: Desenvolvimento de estilos arquitetônicos como o românico e o gótico, e de obras de arte sacra.

- Instituições: Criação de instituições duradouras como as universidades e parlamentos.

Consequências

- Renascimento: O fim da Idade Média abriu caminho para o Renascimento, uma era de renovação cultural e intelectual.

- Formação dos Estados-nação: A centralização do poder nas monarquias preparou o terreno para a formação dos modernos Estados-nação.

- Mudanças
 Socioeconômicas: A transição do feudalismo para o capitalismo e o surgimento de novas classes sociais.

A Idade Média foi um período de profundas transformações que moldaram a trajetória da civilização ocidental. Fascinante como essas mudanças influenciam até hoje nosso modo de vida, né? 


Exercício de fixação de conteúdo (atividade pontuada valendo até 1.5 pontos)

Aqui estão 15 perguntas para testar seu conhecimento sobre a Idade Média, abrangendo tanto a Alta quanto a Baixa Idade Média:

0. O que foi a Idade Média?

1. Quando e como teve início a Idade Média? Informe o ano inicial e o fato histórico que marcou o início deste período:

2. Quais eventos marcaram o fim da Idade Média? Cite o ano e o acontecimento histórico:

3. Como podemos dividir a Idade Média?

3. Quando começou e quando terminou a Alta Idade Média?Quais foram as principais características da Alta Idade Média? Fale um pouco sobre as Idade Média:

4. Qual é a duração da Baixa Idade Média? Quais foram as principais características da Baixa Idade Média? Mencione seis características:

5. Com o fim do Império Romano do Ocidente (476), qual foi a instituição que assumiu o vazio da atuação e liderança deixada pelos romanos? Como essa instituição agia no vácuo deixado com o colapso do Império Romano do Ocidente?

6. Qual foi o papel da Igreja Católica na sociedade medieval? Informe exemplos de influências da Igreja Católica na política, educação, filosofia e outros setores ao longo da Idade Média?

7. O que é a ruralização? Por que a ruralização ocorreu na Europa após a queda do Império Romano do Ocidente? Quais foram as principais consequências disso ao longo do períodomedieval?

8. Como a economia agrária da Alta Idade Média se transformou, de modo gradual, para uma economia urbana, durante a Baixa Idade Média?

9.  Sobre as invasões germânicas, descreva a influência dos povos germânicos "bárbaros" durante a Alta Idade Média.

10. O feudalismo é uma forte característica da Idade Média,  principalmente da Alta Idade Média (século V - XI). Pesquise, de forma objetiva, o que foi o feudalismo e suas principais características:

11. Explique o surgimento das universidades na Baixa Idade Média e seu impacto no conhecimento medieval.

12. Como o renascimento das cidades influenciou a economia e a sociedade na Baixa Idade Média?

13. A Idade Média possuia uma sociedade estamental. O que é uma sociedade estamental? Quais eram os principais estamentos sociais (grupos) da Idade Média?

14. Suserano e vassalo são dois termos utilizados nos estudos medievais. Defina:

a) Suserano:

b) Vassalo:

15. Quais foram as contribuições culturais da Idade Média para a humanidade, especialmente na arte, na literatura e arquitetura?

16. Como podemos definir a cultura medieval?

Essas perguntas abrangem os principais aspectos e eventos da Idade Média, proporcionando uma visão completa desse período fascinante da história. 

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Fim do Império Romano do Ocidente 476 - Colapso do Império Romano NEJA

O fim do Império Romano do Ocidente.

O Colapso do Império Romano

O que foi o Império Romano?

O Império Romano foi uma das civilizações mais poderosas e influentes da história, abrangendo grande parte da Europa, Norte da África e Oriente Médio entre os séculos I a.C. e V d.C. Conhecido por seu vasto território, infraestrutura avançada, sistema de governo complexo e conquistas culturais, o império teve um impacto duradouro na civilização ocidental.

Motivos que Levaram o Império Romano à Crise

- **Instabilidade Política**: Frequentemente marcado por guerras civis, golpes e assassinatos de imperadores, o império teve dificuldade em manter uma liderança estável.

- **Problemas Econômicos**: Inflação, altos impostos, desigualdade econômica e um sistema econômico baseado na mão de obra escrava enfraqueceram a economia romana.

- **Corrupção e Administração Ineficaz**: A corrupção e a ineficiência na administração central e local minaram a eficácia do governo.

- **Invasões Bárbaras**: Tribos germânicas, hunos, vândalos e outros grupos invadiram e saquearam várias partes do império, contribuindo para seu colapso.

- **Decadência Militar**: A dificuldade em recrutar e manter um exército forte e disciplinado, somada à dependência crescente de mercenários, enfraqueceu a capacidade de defesa do império.

- **Divisão do Império**: A separação do império em partes ocidental e oriental criou desafios adicionais de governança e defesa.

Por que o Império Romano se Separou em Ocidente e Oriente?

Em 285 d.C., o imperador Diocleciano dividiu o império em duas partes administrativas para facilitar a governança e a defesa: o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e o Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla (atual Istambul). A divisão foi reforçada em 395 d.C. pelo imperador Teodósio I, que acreditava que essa estrutura dual ajudaria a enfrentar os desafios de um império vasto e multifacetado.

Consequências do Fim do Império Romano do Ocidente

O fim do Império Romano do Ocidente, geralmente datado em 476 d.C. com a deposição do último imperador, Rômulo Augusto, teve várias consequências significativas:

- **Fragmentação Política**: O território do império ocidental fragmentou-se em vários reinos bárbaros, dando origem ao que mais tarde seria a Europa medieval.

- **Declínio Econômico e Urbano**: A queda do império levou ao colapso das economias urbanas, redução do comércio e declínio das infraestruturas.

- **Perda de Conhecimento**: A instabilidade e a fragmentação resultaram na perda de muitos conhecimentos técnicos, científicos e culturais acumulados ao longo dos séculos.

- **Ascensão da Igreja**: A Igreja Católica Romana emergiu como uma instituição poderosa, preenchendo o vácuo deixado pela queda da autoridade imperial e desempenhando um papel central na política e na sociedade europeia medieval.

- **Início da Idade Média**: O colapso do império ocidental é frequentemente visto como o início da Idade Média, uma era de grandes transformações e desenvolvimentos na história europeia.

Esses eventos ajudaram a moldar o curso da história ocidental, impactando profundamente a formação da Europa moderna e o desenvolvimento de novas estruturas políticas, sociais e culturais. Fascinante como o colapso de um império pode ter repercussões tão duradouras, não acha? 

Foto do quadro 📷 

Exercícios de fixação de conteúdo (pontuação até 1.0)

Aqui estão 10 perguntas para testar seu conhecimento sobre o fim do Império Romano do Ocidente:

1. Quais foram as principais causas que levaram à crise do Império Romano do Ocidente?

2. Como a instabilidade política contribuiu para o colapso do Império Romano do Ocidente? Informe exemplos:

3. Explique o impacto das invasões bárbaras (germânicas) no enfraquecimento do Império Romano do Ocidente.

4. Qual foi o papel da economia na queda do Império Romano do Ocidente?

5. Por que o Império Romano foi dividido em Império Romano do Ocidente (capital Roma) e Império Romano do Oriente (capital Constantinopla)?

6. Quem foi o último imperador do Império Romano do Ocidente, e como ele foi deposto?

7. Descreva o impacto da corrupção administrativa no declínio do Império Romano do Ocidente.

8. Como a divisão do império em duas partes contribuiu para o seu colapso?

9. Quais foram as consequências sociais e econômicas do colapso do Império Romano do Ocidente para a Europa?

10. Analise o legado do Império Romano do Ocidente após sua queda em 476 d.C.

Essas perguntas devem ajudar a aprofundar seu entendimento sobre o complexo processo que levou ao fim do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. e sua consequências.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Grécia Antiga NEJA

Grécia Antiga NEJA 

A Grécia Antiga (os Helenos).

Não existia uma Grécia Centralizada (um Estado Nacional). Os helenos 

Os Helenos eram os povos que habitavam a Grécia Antiga e se identificavam com a cultura e a língua grega. Divididos em várias tribos e cidades-estado, como Atenas, Esparta, Tebas e Corinto, eles compartilhavam uma identidade cultural comum, apesar de suas rivalidades políticas.

A Grécia Antiga é a raiz de muitas conquistas culturais e intelectuais que moldaram a civilização ocidental. Os helenos contribuíram significativamente para a filosofia, a ciência, a arte e a política. Suas mitologias, como as de Zeus e Hera, e épicos como os de Homero, continuam a influenciar a cultura moderna.

Interessante pensar como essa pequena região teve um impacto tão grande no mundo, né? 

## Início do Processo de Povoamento.

O processo de povoamento da Grécia Antiga começou por volta de 2000 a.C. com a chegada dos povos indo-europeus, que migraram para a região e estabeleceram várias civilizações importantes, como a civilização micênica.

Os povos indo-europeus são um grupo vasto de tribos e civilizações que se originaram nas estepes da Ásia Central e se espalharam para a Europa, Ásia Menor e partes da  Índia. Eles são conhecidos por suas migrações extensas e pela influência significativa que tiveram nas civilizações que encontraram.

Características dos povos Indo-Europeus

- **Línguas: As línguas indo-europeias formam uma família linguística que inclui o grego, o latim, o germânico, o eslavo, o celta, o indo-ariano e o iraniano.

- **Cultura: Eles eram conhecidos por suas habilidades na guerra, uso de carros de guerra e domesticação de cavalos.

- **Sociedade: A sociedade dos indo-europeus era geralmente patriarcal, com uma economia baseada na pecuária e na agricultura.

- **Migrações: Durante o período das civilizações pré-clássicas, os indo-europeus empreenderam migrações extensivas, estabelecendo-se em várias regiões e influenciando culturas locais.

Impacto e legado dos indo-europeus

Os indo-europeus tiveram um impacto duradouro na formação das civilizações europeias e asiáticas. Eles contribuíram para a formação de grupos como os gregos (Jônios, Eólios e Aqueus), os celtas na Europa Ocidental e os sumérios e babilônios na Mesopotâmia.

##Sociedade Cretense

- **Local: A civilização cretense, também conhecida como minoica, floresceu na ilha de Creta, no Mar Egeu.

- **Povoamento: A ilha foi povoada por volta de 2700 a.C., e os minoicos desenvolveram uma civilização avançada.

- **Características: Conhecida por seu comércio marítimo, arquitetura elaborada (como o Palácio de Cnossos) e arte vibrante.

- **Fim: Acredita-se que a civilização minoica entrou em declínio por volta de 1450 a.C., possivelmente devido a desastres naturais (como um tsunami) e invasões micênicas.

## Sociedade Micênica

- **Povoamento: Povoada por volta de 1600 a.C., a civilização micênica desenvolveu-se no continente grego.

- **Características: Conhecida por suas fortalezas (como Micenas), escrita (Linear B) e cultura militar.

- **Fim: Entrou em colapso por volta de 1100 a.C., possivelmente devido a invasões dóricas e desastres naturais.

## Solo, Clima e Litoral Grego

- **Solo: Rochoso e montanhoso, adequado para o cultivo de oliveiras e vinhedos.

- **Clima: Mediterrâneo, com verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos.

- **Litoral: Extenso e recortado, favorecendo a navegação e o comércio marítimo.

## Pólis Grega

A pólis, ou cidade-estado, era a unidade política fundamental da Grécia Antiga, cada uma com seu governo, leis e cultura.

## A Pólis de Atenas

- **Localização: Região da Ática.

- **Características: Conhecida por sua democracia, cultura e arte.

- **Sociedade: Dividida entre cidadãos (homens livres nascidos em Atenas), metecos (estrangeiros residentes) e escravos.

- **Religião: Politeísta, adoravam deuses como Atena e Zeus.

- **Política: Democracia direta, onde cidadãos participavam das decisões políticas.

- **Filosofia: Berço de filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, que influenciaram profundamente o pensamento ocidental.

## A Pólis de Esparta

- **Localização : Região da Lacônia, no Peloponeso.

- **Características de Esparta: Sociedade militarista e austera.

- **Sociedade espartana: Dividida entre esparciatas (cidadãos guerreiros), periecos (habitantes livres, mas sem direitos de cidadania) e hilotas (servos).

- **Religião em Esparta: Politeísta, com destaque para cultos a Ares e Ártemis.

- **Política espartana: Oligarquia militar, governada por dois reis e um conselho de anciãos.

## As Guerras Médicas

As Guerras Médicas (490-479 a.C.) foram conflitos entre as cidades-estado gregas e o Império Persa. Destacam-se batalhas como a de Maratona e a de Salamina, onde os gregos venceram e garantiram sua independência.

A Liga de Delos*foi uma aliança militar e política formada por várias cidades-estado gregas sob a liderança de Atenas durante as Guerras Médicas.

Aqui estão alguns pontos importantes sobre a Liga de Delos:

- **Objetivo: O principal objetivo da Liga era proteger as cidades gregas de um ataque persa e garantir a liberdade das cidades-estado do domínio persa.

- **Fundação da Liga de Delos: A Liga foi organizada em 478 a.C., logo após as vitórias gregas nas batalhas de Maratona, Salamina e Plateias.

- **Sede: A sede da Liga era na ilha de Delos, escolhida por sua importância religiosa e localização estratégica no Mar Egeu.

- **Contribuições da Liga de Delos: As cidades-estado contribuíam com navios, marinheiros ou dinheiro para o tesouro da Liga, que era usado para financiar a defesa coletiva.

- **Hegemonia Ateniense: Com o tempo, Atenas assumiu um papel dominante na Liga, utilizando o tesouro para reconstruir a cidade e fortalecer sua marinha.

- **Transformação: Em 450 a.C., o tesouro da Liga foi transferido de Delos para Atenas, e a contribuição de dinheiro das cidades aliadas passou a ser um imposto permanente.

A Liga de Delos desempenhou um papel crucial na unificação das cidades-estado gregas contra um inimigo comum e ajudou a estabelecer a hegemonia ateniense na região.

## A Guerra do Peloponeso

A Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.) foi um conflito entre Atenas e Esparta, que resultou na derrota de Atenas e no enfraquecimento das cidades-estado gregas.

## O Legado grego para a humanidade

A Grécia Antiga deixou um legado duradouro nas artes, filosofia, política e ciência. A democracia ateniense influenciou sistemas de governo modernos, e os filósofos gregos lançaram as bases do pensamento ocidental. O teatro, a arquitetura clássica e a mitologia grega continuam a inspirar a cultura contemporânea.

Fascinante como essa civilização moldou tanto do que conhecemos hoje, né? 

Foto quadro 01

Foto do quadro 02

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Império Romano parte 01 características do Império ( aula Roma 03) NEJA

Império Romano (Parte 01) 

Principais tópicos abordados nessa primeira aula sobre o Império Romano:

Início do Império, extensão territorial, principais características, a origem do Império (1° Triunvirato e 2° Triunvirato), o governo de Otávio, Pax Romana, Política do pão e circo e os centros de lazer, romanização.

Periodização da História da Roma Antiga.

A história romana é dividida em três fases: monarquia (753-509 a.C.), república (509-27 a.C.) e império (27 a.C.-476 d.C.).

O Império Romano é considerado o maior civilização da história ocidental. Durou cinco séculos: começou em 27 a.C. e terminou em 476 d.C.

Política, militarismo e extensão territorial 

Estendia-se do Rio Reno para o Egito, chegava à Grã-Bretanha e à Ásia Menor. Assim, estabelecia uma conexão com a Europa, a Ásia e África.

No sistema político de império, o poder político estava concentrado na figura do imperador. O Império Romano começou com Otaviano Augusto e terminou com Constantino XI (fim do Império r
Romano do Oriente em 1453). O Senado servia para apoiar o poder político do imperador.

O império sucedeu à República Romana. Com o novo sistema, Roma, que era uma cidade-estado, passou a ser governada pelo imperador.

Foi em seu início que o império conquistou a maior parte do poder. Até 117 d.C., ao menos 6 milhões de quilômetros quadrados estavam sob o domínio do império romano.

Sob o domínio do Império Romano viviam entre 50 e 60 milhões de habitantes. Roma, nessa fase, foi habitada por 1 milhão de habitantes.

Entre os pontos fundamentais para o sucesso do império estava o exército, que era profissional e atuava como uma legião. Sob o comando de astutos generais, Roma expandiu o poderio ao Mediterrâneo.

As legiões romanas eram unidades militares fundamentais do exército romano, formadas por soldados profissionais altamente treinados. Cada legião era composta por cerca de 4.000 a 6.000 soldados, divididos em coortes e centúrias, com uma estrutura hierárquica bem definida.

Funções das Legiões Romanas

- As legiões eram responsáveis por defender as fronteiras do império contra invasões e por expandir o território romano através de campanhas militares.

- Construção de Infraestrutura: Além das funções militares, os legionários também construíam estradas, pontes, aquedutos e outras obras públicas, o que ajudava a integrar e desenvolver as províncias romanas.

- Manutenção da Ordem: As legiões atuavam na manutenção da ordem pública e no controle de rebeliões e distúrbios internos.

- Representação do Poder Romano: A presença das legiões em diferentes regiões simbolizava a autoridade e o poder de Roma, ajudando a consolidar a influência do império.

As legiões eram, portanto, uma força multifuncional, essencial para a segurança, expansão e administração do Império Romano. Impressionante como uma organização militar pode ter um impacto tão profundo, né? 

O início do Império 

O Império Romano surgiu a partir da crise da República Romana, que foi marcada por revoltas de escravos, guerras civis, disputas de poder e instabilidade. A expansão territorial da República Romana gerou novas demandas políticas, que reivindicavam uma centralização do poder. 

O Império Romano foi fundado por Otaviano, herdeiro do ditador Júlio César, que recebeu o título de Augusto em 27 a.C. Augusto é lembrado como um estadista que promoveu reformas políticas e administrativas, como a criação de um exército profissional.

O império surgiu como consequência da desagregação da República e a consequente expansão romana. As conquistas permitiram o fortalecimento dos generais e consequentemente a disputa pelo poder culminando nos triunviratos.

Características do império romano

> Essencialmente comercial;

> Escravizava os povos conquistados;

> O controle das províncias era feito por Roma;

> Politeísmo (culto váriosdeuses) - Paganismo;

> O governante tinha cargo vitalício;

> A extensão territorial era obtida por conquistas ou golpes militares.

Triunviratos romanos (grande influência para o surgimento do Império)

O governo de Roma ainda ficou fortalecido por uma estratégia de gestão que passou à história como triunviratos.

O triunvirato é a gestão formada por três integrantes. A formação do primeiro deles em Roma ocorreu em 59 a.C. e contava com Júlio César, Pompeu e Marco Crasso.

Em certo momento, os três entraram em guerra e César os venceu. Júlio César tornou-se o primeiro governante individual de Roma.

O segundo triunvirato foi formado por Octávio, Lépido e Marco Antônio, também terminou com uma guerra civil em 31 a.C. Otávio venceu e passou a governar Roma.

É nesse ponto que surge o Império Romano, em 27 a.C. e que vai até 476 d.C. Também é considerada a fase de maior prosperidade e expansão do império, na chamada dinastia Júlio-Claudiana.

O governo de Augusto e a pax romana

O imperador Otávio Augusto (também conhecido como César Augusto) governou os territórios romanos durante cerca de 40 anos, concentrando todos os poderes em suas mãos. As instituições republicanas de Roma continuaram existindo, mas o imperador tinha o poder de vetar leis, nomear os magistrados e comandar o exército.

A habilidade administrativa de Augusto inaugurou o período conhecido como pax romana (paz romana), que se estendeu até o final do século II. As guerras de conquista não foram interrompidas nesses anos, mas o principal objetivo dos imperadores romanos foi a proteção das fronteiras e a repressão das revoltas populares.

Uma complexa rede de estradas pavimentadas se expandiu pelo império para facilitar a circulação de correspondências, produtos e soldados. A Península Itálica, centro do império, enriqueceu ao receber mão de obra e matérias-primas das províncias e exportar para elas vinhos, azeite, cerâmicas, objetos de metal e outros artigos.

Os sucessores de Augusto, procurando associar a riqueza de Roma à sua própria imagem, embelezavam a cidade com praças, aquedutos e arcos do triunfo. Estes últimos eram monumentos construídos para celebrar uma vitória, geralmente militar, e homenagear o general que a comandou. 

Além disso, o Fórum, centro da vida pública romana, ganhou novos edifícios, e os mais antigos foram remodelados.

Os centros de lazer

Os imperadores romanos também se preocuparam em mandar construir diversas áreas de lazer para a população, como termas, circos e anfiteatros. As atividades realizadas nesses locais eram gratuitas, e na entrada era distribuído pão ao povo. Essa política, conhecida como “pão e circo” e que tem raízes na república romana, visava oferecer alimento e diversão às camadas populares a fim de acalmar seus ânimos e tentar diminuir as revoltas. 

Nos circos e anfiteatros, eram realizados diferentes espetáculos de entretenimento. Destacavam-se as corridas de quadrigas e as lutas de gladiadores, que eram geralmente escravos. Os patrícios patrocinavam os eventos, em busca de popularidade e ostentação de sua riqueza. Muitos plebeus e escravos preenchiam as plateias dos anfiteatros para torcer pelos lutadores.

O espetáculo se iniciava com o desfile dos gladiadores, que entravam na arena saudando o imperador; em seguida, travava-se o combate. A “luta boa” era a que se encerrava com a morte de um gladiador. Terminado o confronto, os escravos arrastavam os corpos com ganchos e trocavam a areia ensanguentada por areia limpa.


O maior local de espetáculos era o Anfiteatro Flaviano, mais conhecido como Coliseu, construído em Roma entre 72 e 80 d.C. As arquibancadas do edifício estavam divididas conforme a posição social do indivíduo: o primeiro andar era reservado ao imperador, aos senadores e aos cônsules; o segundo acomodava a aristocracia rural; restava para o povo as fileiras do alto. Havia, ainda, uma área exclusiva para mulheres, localizada no topo.

A romanização cultural

A cultura romana se estendeu por várias regiões. Em geral, o governante romano de cada província procurava organizá-la espelhando-se nas instituições, no ensino, na arquitetura e nas artes de Roma. Veja alguns exemplos.

Língua latina. Os romanos criaram escolas nas províncias para os filhos das elites locais, onde aprendiam latim, gramática, retórica, cálculo e política. O latim vulgar, falado pelos colonos e soldados nas províncias, misturou-se às línguas das populações dominadas, o que deu origem às línguas neolatinas: francês, português, espanhol, italiano etc.

Instituições romanas. Os governantes estabeleciam nas províncias instituições similares às romanas (magistrados, assembleias, Senado, exército, sistema de impostos, legislação), o que explica o fato de essas instituições terem se espalhado por todo o mundo ocidental.

Arquitetura. Inspirada nos modelos grego e etrusco, a arquitetura romana ficou famosa pela grandiosidade de seus templos, anfiteatros, aquedutos, pontes e estradas. Seu estilo expandiu-se pelos territórios conquistados e ainda hoje está presente em muitas construções do Ocidente.

Os povos conquistados, porém, não ficaram passivos à dominação cultural romana. Por meio da resistência e da negociação, eles mantiveram costumes da sua cultura, a exemplo do monoteísmo do povo judeu e do culto à corça dos iberos. E, quando incorporaram costumes e instituições romanos, fizeram à sua própria maneira, adaptando-os à realidade local.

Além disso, os romanos também absorveram elementos culturais dos povos dominados, como o culto às divindades gregas, que receberam novos nomes, e aos deuses egípcios Ísis e Osíris.

O calendário juliano

Você sabia que as palavras que usamos para nomear os dias da semana, os meses do ano e o próprio calendário são originárias do latim e da cultura romana antiga?

O calendário romano mais antigo foi elaborado ainda na época monárquica. Mas ele não era muito preciso, pois apresentava um descompasso com o ano solar, que tem como base o movimento de translação da Terra. Com o passar dos anos, essa diferença foi se acumulando. Assim, as datas dos festivais religiosos, as estações do ano, o início do plantio e da colheita, por exemplo, passaram a não coincidir mais com o calendário romano, causando uma grande confusão na vida cotidiana das pessoas.

Quando o general Júlio César se tornou ditador (século I a.C.), ele decidiu reformar o calendário. Para dirigir essa tarefa, César convidou o astrônomo Sosígenes, da cidade de Alexandria.

O calendário juliano entrou em vigor em 45 a.C. O ano passou a ter 365 dias e seis horas e foi dividido em 12 meses, com 31 e 30 dias intercalados, à exceção de fevereiro, que tinha 29 dias. Para o novo calendário coincidir com o ano solar, acrescentou-se, a cada quatro anos, um dia ao mês de fevereiro. Surgiu assim o ano bissexto.

Mais tarde, sob César Augusto, o oitavo mês foi renomeado de agosto em sua homenagem, e passou de 30 para 31 dias. O dia adicionado ao mês de agosto foi retirado de fevereiro, que passou a ter 28 dias.

Porque o cristianismo era uma ameaça ao Império Romano?

Os cristãos recusavam-se a participar nas celebrações coletivas, não prestavam culto aos deuses de Roma ou ao imperador e eram, portanto, encarados com suspeita e hostilidade pela generalidade dos cidadãos romanos.


Foto do quadro da aula.

Exercícios de fixação de conteúdo (atividade pontuada - valendo até 1.5)

Aqui estão 15 perguntas para testar seu conhecimento sobre o Império Romano:

1. O que foi o Império Romano e quando ele foi fundado?

2. Quem foi Júlio César e qual foi seu papel na transição da República Romana para o Império?

3. Explique as reformas implementadas por Augusto (Otávio) e como elas fortaleceram o Império Romano.

4. Quais foram as principais conquistas territoriais do Império Romano e seus impactos?

5. Como funcionava a administração das províncias no Império Romano?

6. Qual era a importância das legiões romanas para a expansão e manutenção do Império?

7. Quais foram as causas e consequências da Pax Romana?

8. Explique a crise do terceiro século e seu impacto no Império Romano.

9. Quem foram Diocleciano e Constantino, e quais reformas eles implementaram para tentar estabilizar o império?

10. Por que o Império Romano se dividiu em Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente?

11. O que foi a política do pão e circo? Qual era o seu principal objetivo?

12. O que foi o processo de romanização cultural? Informe três exemplos de romanização:

13. Qual foi o papel do Cristianismo na transformação da sociedade romana?

14. Explique a importância de Constantinopla como a capital do Império Romano do Oriente.

15. Quais foram as causas do colapso do Império Romano do Ocidente em 476 d.C.?

Essas perguntas abrangem aspectos fundamentais da história, política, sociedade e cultura do Império Romano. Se precisar de mais alguma coisa ou quiser discutir mais sobre algum ponto, estou aqui para ajudar!

terça-feira, 22 de outubro de 2024

República Velha (1889 - 1930) NEJA

República Velha NEJA

A República Velha

##O que foi a República Velha?

A República Velha foi o período da história do Brasil que se estendeu de 1889, com a Proclamação da República, até 1930, quando Getúlio Vargas assumiu o poder através de um golpe de estado. Esse período é também conhecido como Primeira República.

## Duração da República Velha

A República Velha durou 41 anos, de 15 de novembro de 1889 a 24 de outubro de 1930.

## Principais Características da República Velha

- **Centralização do Poder: Mesmo com a criação de um sistema republicano, o poder estava concentrado nas mãos das elites agrárias.

- **Economia Agrária: A economia do país era baseada principalmente na agricultura, com destaque para a produção de café.

- **Coronelismo: Sistema de poder local onde "coronéis" (grandes fazendeiros) controlavam a política e a economia regional.

## Divisão da República Velha
A República Velha é dividida em dois períodos principais:

1. **República da Espada (1889-1894):

   - Caracterizada pelos governos de militares que lideraram a Proclamação da República.
   
2. **República do Café com Leite (1894-1930):

   - Período em que o poder foi dominado pelas oligarquias agrárias de São Paulo (café) e Minas Gerais (leite).

## República da Espada

## Governos da República da Espada (1889-1894):

- **Deodoro da Fonseca (1889-1891)

- **Floriano Peixoto (1891-1894)

##Características da República da Espada

- **Militarismo: Forte influência dos militares na política.

- **Repressão: Uso da força para conter revoltas e manter a ordem.

##Realizações do Governo Deodoro da Fonseca

- **Constituição de 1891: Primeira constituição republicana do Brasil.

- **Enfrentamento de Crises Políticas**: Renunciou devido a problemas políticos e econômicos.

##Realizações do Governo Floriano Peixoto

- **Consolidação da República: Suprimiu revoltas e consolidou o regime republicano.

- **Estabilidade Política: Implementou medidas para estabilizar o governo.

## República do Café com Leite

##O que foi a República do Café com Leite?

Foi um período marcado pela alternância do poder entre as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais, que controlavam a presidência da República.

## Por que ela começou?
Iniciou-se como resultado de um acordo informal entre as elites paulistas e mineiras para garantir a estabilidade política e econômica, assegurando que os interesses agrários fossem preservados.

##Principais Características da República do Café com Leite

- **Domínio Oligárquico: As elites agrárias de São Paulo e Minas Gerais dominavam a política nacional.

- **Política dos Governadores: Acordo entre o presidente e os governadores estaduais para garantir apoio político mútuo.

- **Coronelismo e Voto de Cabresto: Controle político local exercido pelos coronéis, que manipulavam as eleições.

## Grupos Políticos Hegemônicos

- **Oligarquias de São Paulo (café) e Minas Gerais (leite): Controlavam a presidência e as políticas econômicas.

## Principais Partidos Políticos da República Velha

- **Partido Republicano Paulista (PRP): Representava os interesses paulistas.

- **Partido Republicano Mineiro (PRM): Representava os interesses mineiros.

## Política dos Governadores
Um sistema de alianças entre o governo federal e os estaduais, onde os governadores apoiavam o presidente em troca de autonomia para controlar suas respectivas regiões.

## Coronelismo
O poder local era exercido por "coronéis", grandes proprietários rurais que controlavam a vida política e econômica de suas regiões, influenciando eleições e políticas locais.

## Voto de Cabresto
Prática de controle e manipulação dos eleitores pelos coronéis, garantindo que os candidatos apoiados por eles fossem eleitos. Isso era feito através da coerção e da troca de favores.

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Esse período da história brasileira é fascinante pela complexidade e pelos mecanismos de poder que se estabeleceram, moldando o Brasil moderno. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Proclamação da República no Brasil 1889 NEJA


A Crise do Segundo Reinado, Ascensão do Movimento Republicano e a Proclamação da República em 1889

# Crise do Segundo Reinado

A segunda metade do Segundo Reinado, sob o governo de Dom Pedro II, enfrentou vários desafios que precipitaram uma crise política, econômica e social. Entre os principais fatores que contribuíram para essa crise estão:

1. **Guerra do Paraguai (1864-1870)**: Embora o Brasil tenha saído vitorioso, o conflito gerou um enorme desgaste econômico e militar. A guerra desestabilizou as finanças públicas e criou um descontentamento significativo entre os militares.
   
2. **Questão Abolicionista**: A abolição da escravidão foi um processo longo e conflituoso. A Lei do Ventre Livre (1871), a Lei dos Sexagenários (1885) e, finalmente, a Lei Áurea (1888) aboliram a escravidão, mas geraram uma enorme insatisfação entre os fazendeiros, que perderam sua principal fonte de mão de obra.

3. **Crise Econômica**: A economia brasileira, fortemente dependente da agricultura e do trabalho escravo, enfrentou dificuldades de adaptação às novas condições de trabalho livre. A queda dos preços do café no mercado internacional também contribuiu para a crise.

# Ascensão do Movimento Republicano

Com a crescente insatisfação com a monarquia, surgiram movimentos republicanos que começaram a ganhar força:

1. **Descontentamento Militar**: Oficiais das Forças Armadas, influenciados pelas ideias positivistas e descontentes com o tratamento recebido durante e após a Guerra do Paraguai, começaram a apoiar a ideia de uma república.

2. **Movimento Republicano**: Fundado em 1870, o Partido Republicano Brasileiro (PRB) ganhou força nas camadas urbanas e entre os fazendeiros paulistas que viam na república uma forma de modernizar o país.

3. **Pressão Política**: A classe média urbana e intelectuais também começaram a pressionar por mudanças, vendo a república como uma forma de romper com o atraso político e social da monarquia.

# Proclamação da República em 1889

Em 15 de novembro de 1889, um golpe militar liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca destituiu Dom Pedro II e proclamou a República. Entre os principais eventos que levaram à proclamação estão:

1. **Questão Militar**: Descontentamento dos militares com a monarquia e o desejo de um governo republicano.

2. **Questão Religiosa**: Conflitos entre a Igreja Católica e o governo imperial contribuíram para o descontentamento.

3. **Movimento Republicano**: A articulação dos republicanos junto aos militares resultou em apoio suficiente para o golpe.

# Conclusão

A Proclamação da República representou o fim da monarquia no Brasil e o início de uma nova era. A transição de um regime monárquico para uma república refletiu o desejo de modernização e as profundas mudanças sociais e econômicas que ocorriam no país. Esse período foi marcado por turbulências, mas também por avanços significativos na busca por uma sociedade mais justa e democrática.

domingo, 20 de outubro de 2024

Segundo Reinado (parte 02) - Política, Leis Abolicionistas, Guerra do Paraguai e o seu declínio. NEJA

Segundo Reinado (parte 02) - Guerra do Paraguai e seu declínio.

O foco dessa aula é a segunda metade do Governo de Dom Pedro II. Porém, antes de iniciarmos esse assunto, precisamos analisar como era composto o jogo político da época do Segundo Reinado.

Política no Segundo Reinado 

- Monarquia Constitucional Parlamentarista;

- Parlamentarismo às avessas;

- Poder Moderador;

- Partido Liberal X partido conservador;

- Sucessão e revezamento na presidente do Conselho de Ministros (equivalente ao primeiro-ministro.

O Segundo Reinado, que durou de 1840 a 1889, foi um período de relativa estabilidade política (na primeira metade do governo - até parte da década de 1870) e grandes transformações no Brasil. A política desse período pode ser caracterizada por um sistema de monarquia constitucional parlamentarista, onde o imperador tinha um papel central na mediação dos conflitos políticos.

Principais Grupos Políticos

1. Partido Liberal (Luzias):

   - Características: Defendiam mais autonomia provincial e eram geralmente apoiados pelos fazendeiros de café e pela elite urbana.

   - Participação: Os liberais buscavam reformas que descentralizassem o poder e aumentassem a participação política das províncias. Eles alternavam no poder com os conservadores, dependendo do apoio do imperador.

2. Partido Conservador (Saquaremas):

   - Características: Defendiam a centralização do poder e eram apoiados pela elite rural e pelos grandes proprietários de terra.

   - Participação: Os conservadores eram mais favoráveis à manutenção da ordem e da hierarquia social. Eles também alternavam no poder com os liberais, conforme a vontade do imperador.

Participação dos Grupos Políticos (Parlamentarismo às avessas)

Durante o Segundo Reinado, a política brasileira foi marcada pelo sistema conhecido como "parlamentarismo às avessas". Nesse sistema, o imperador tinha o poder de nomear o presidente do Conselho de Ministros (equivalente ao primeiro-ministro) a partir de uma lista tríplice apresentada pelos partidos. Isso permitia ao imperador manter um equilíbrio entre os interesses dos liberais e conservadores, dissolvendo a Câmara dos Deputados e convocando novas eleições quando necessário.

O Poder Moderador do imperador

O Poder Moderador era uma ferramenta essencial nesse processo, permitindo ao imperador intervir diretamente na política para resolver conflitos e garantir a estabilidade do governo. Essa centralização do poder nas mãos do imperador foi uma característica marcante do Segundo Reinado.

Os partidos liberais e conservadores, apesar de suas diferenças, compartilhavam muitos interesses comuns, como a manutenção da ordem social e a promoção do desenvolvimento econômico. A alternância no poder entre esses grupos ajudou a manter a estabilidade política durante grande parte do Segundo Reinado.

Fascinante como esses grupos políticos moldaram a história do Brasil, não acha? 

Fatos Importantes do Segundo Reinado

A segunda metade do governo de Dom Pedro II, que se estendeu de 1850 até 1889, foi marcada por importantes transformações políticas, sociais e econômicas no Brasil. 

- Lei de Terras (1850): Esta lei marcou a regulamentação da propriedade fundiária no Brasil, restringindo a aquisição de terras públicas apenas por compra. Isso consolidou o poder dos grandes latifundiários e limitou o acesso à terra para os pequenos produtores.

Leis Abolicionistas - processo longo e gradual em relação ao fim da escravidão no Brasil.

Processo longo e gradual - a elite brasileira não desejava a abdicação. Veja os fatores que justificam essa afirmação:

O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, com a promulgação da Lei Áurea em 1888. Existem várias razões para essa tardança:

1. Economia Baseada no Trabalho Escravo: A economia brasileira era fortemente dependente do trabalho escravo, especialmente na produção de café, açúcar e outros produtos agrícolas. A abolição da escravidão representaria um grande desafio econômico e social.

2. Resistência política e social: Havia uma forte resistência política e social à abolição da escravidão. Grandes proprietários de terras e outros interesses econômicos influentes temiam a perda de mão de obra barata e a instabilidade que a abolição poderia trazer.

3. Pressão Internacional: Embora a pressão internacional, especialmente de países como o Reino Unido (desejava o fim da escravidão visando o aumentodo do mercado consumidor de seus produtos manufaturados), tenha aumentado, o Brasil demorou a responder a essas pressões devido à sua dependência econômica da escravidão. Um exemplo de pressão da Grã-Bretanha foi a Lei Bill Aberdeen.

4. Movimento Abolicionista: O movimento abolicionista no Brasil ganhou força ao longo do século XIX, mas enfrentou muitas dificuldades e resistências antes de conseguir a abolição completa.

5. Transição Gradual: O Brasil optou por uma abolição gradual, com a Lei Eusébio de Queirós em 1850 que proibiu o tráfico de escravos, a Lei do Ventre Livre em 1871 que declarou livres os filhos de escravas nascidos a partir daquela data e a Lei dos Sexagenários. Essas medidas foram passos importantes, mas a abolição completa só ocorreu em 1888.

A abolição da escravidão no Brasil foi um processo complexo e demorado, influenciado por uma combinação de fatores econômicos, sociais e políticos.

O movimento abolicionista ganhou forças na segunda metade do século XIX

O movimento abolicionista ganhou força durante a segunda metade do Segundo Reinado, resultando na promulgação de várias leis importantes:

- Lei Bill Aberdeen (1845): Esta lei, promulgada pelo Parlamento Britânico, permitia à Marinha Real Britânica apreender navios negreiros e julgar seus tripulantes, pressionando o Brasil a acabar com o tráfico de escravos.

- Lei Eusébio de Queirós (1850): Proibiu o tráfico de escravos para o Brasil, uma medida fundamental que começou a minar a base econômica do sistema escravista.

- Lei do Ventre Livre (1871): Declarou livres todos os filhos de escravas nascidos a partir daquela data.

- Lei dos Sexagenários (1885): Concedeu liberdade a todos os escravos com mais de 60 anos.

- Lei Áurea (1888): Aboliu definitivamente a escravidão no Brasil, assinada pela Princesa Isabel.

Guerra do Paraguai (1864-1870)

O que foi a Guerra do Paraguai?

A Guerra do Paraguai foi um conflito militar entre o Paraguai e a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai). Os principais motivos para a guerra foram disputas territoriais e a ambição do ditador paraguaio, Francisco Solano López, de expandir seu território.

O Paraguai antes da Guerra

Antes da Guerra do Paraguai, a economia do Paraguai era predominantemente agrária, com uma forte dependência da agricultura e da pecuária. O país possuía uma economia florescente, com terras férteis que produziam alimentos e produtos agrícolas para exportação. Além disso, o Paraguai tinha uma indústria emergente, especialmente na produção de charque (carne seca), que era um importante produto de exportação.

A economia paraguaia também se beneficiava do comércio com seus vizinhos, especialmente com o Brasil e a Argentina, através do rio Paraná, que era uma via fluvial crucial para o transporte de mercadorias. No entanto, a economia do Paraguai era relativamente isolada e dependia fortemente do ditador Francisco Solano López, que buscava expandir o território paraguaio para garantir uma saída para o mar e aumentar a influência do país na região.

Principais personagens do conflito:

- Francisco Solano López: Ditador paraguaio e principal causador do conflito.

- Duque de Caxias: Líder militar brasileiro que desempenhou um papel crucial na guerra.

- Bartolomé Mitre: Presidente argentino e líder militar da Tríplice Aliança.

- Venancio Flores: Presidente uruguaio e aliado na guerra.

Desfecho da Guerra do Paraguai

A guerra terminou em 1870 com a derrota do Paraguai, que sofreu grandes perdas humanas e materiais. A Tríplice Aliança venceu o conflito, mas o Brasil enfrentou grandes custos humanos e financeiros.

A guerra teve um impacto devastador na economia paraguaia, arrasando suas terras, destruindo suas indústrias e colapsando sua infraestrutura. O Paraguai saiu do conflito em uma situação financeira precária, enquanto o Brasil emergiu como a maior potência econômica da região.

Impactos da Guerra do Paraguai

- Desgaste militar e econômico: O conflito gerou grande desgaste econômico e militar para o Brasil, contribuindo para a instabilidade política.

- Fortalecimento dos ideais Republicanos: A guerra aumentou o descontentamento entre os militares, que se tornaram uma força política cada vez mais influente e começaram a questionar a monarquia.

Influência e fortalecimento dos ideais republicanos

O desgaste causado pela Guerra do Paraguai e o crescente descontentamento com a monarquia fortaleceram os ideais republicanos. A crise econômica, aliada à abolição da escravatura, que enfraqueceu o apoio das elites rurais ao regime, preparou o terreno para a Proclamação da República em 1889, liderada por Marechal Deodoro da Fonseca.

Dom Pedro II, apesar de ser um monarca amado por muitos, não conseguiu conter os ventos de mudança que varreram o Brasil no final do século XIX, resultando na transição de um regime monárquico para uma república.

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Fascinante como esse período foi repleto de mudanças profundas que moldaram o Brasil moderno, né? 

sábado, 19 de outubro de 2024

Economia cafeeira (Economia cafeeira no Segundo Reinado) NEJA

Economia cafeeira (Vale do Paraiba X Oeste Paulista).


Economia Cafeeira no Brasil

Origem do café

O café é originário da região da Etiópia, na África, e começou a ser cultivado comercialmente na Arábia no século XV. Sua chegada à Europa no século XVII rapidamente popularizou a bebida, que se tornou um dos produtos mais valiosos do mundo, muito cobiçado pela elite da Europa e dos Estados Unidos.

Chegada do Café ao Brasil

O café chegou ao Brasil em 1727, introduzido pelo sargento-mor Francisco de Melo Palheta, que trouxe sementes contrabandeadas da Guiana Francesa. A cultura do café se espalhou rapidamente nas regiões Norte e Nordeste antes de se consolidar na região Sudeste.

Chegada do Café à região Sudeste.

No século XIX, o café encontrou solo fértil na região Sudeste do Brasil, especialmente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O clima favorável e as terras férteis foram determinantes para o sucesso da cultura.

Relevância do Café no Século XIX.

No século XIX, o café tornou-se a principal exportação brasileira, produto muito cobiçado no mercado externo, com alto valor de comercialização, o café representou mais de 50% das exportações do país. O boom cafeeiro e o lucro desta atividade, impulsionou a diversificação e o crescimento econômico.  A economia cafeeira proporcionou a urbanização de varias regiões, além de atrair mão de obra imigrante para as fazendas e cidades em desenvolvimento.

Fatores que favoreceram o cultivo do café na região Sudeste.

- Clima e Solo: As condições climáticas e de solo da região Sudeste eram ideais para o cultivo do café.

- Infraestrutura: A construção de ferrovias e portos facilitou o escoamento da produção.

- Mão de Obra: A chegada de imigrantes europeus proporcionou a mão de obra necessária para as lavouras.

- Investimento:  O investimento em tecnologias e métodos de cultivo aumentou a produtividade.

Cafeicultures do Vale do Paraiba (RJ) X cafeicultores do Oeste Paulista (SP) Tradição X Inovação 

Características dos cafeicultores do Vale do Paraiba (RJ)

Os cafeicultores do Vale do Paraíba eram, em sua maioria, grandes proprietários de terra que utilizavam mão de obra escrava em suas fazendas. A produção era voltada para a exportação e o café cultivado era de alta qualidade. A riqueza gerada pelo café resultou em mansões e cidades prósperas na região.

Características dos cafeicultores do Oeste Paulista (SP)

No Oeste Paulista, os cafeicultores eram pioneiros na introdução de novas tecnologias e na contratação de mão de obra imigrante, especialmente italiana, após a abolição da escravatura. A região foi marcada pelo uso de técnicas de cultivo mais modernas e pela formação de associações cooperativas.

Influência do café na industrialização do Brasil

O café foi fundamental para a industrialização do Brasil. A riqueza gerada pelo café foi reinvestida em infraestrutura, como ferrovias e portos, e em novas indústrias, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, a necessidade de transporte eficiente impulsionou o desenvolvimento de uma rede ferroviária robusta, que também beneficiou outros setores econômicos.

A economia cafeeira não só moldou a paisagem econômica e social do Brasil no século XIX, mas também lançou as bases para o desenvolvimento industrial do país.

Foto do quadro 📷 

Império Espanhol - Espanha Imperial (Início, apogeu e declínio)

Império Espanhol Clique no link abaixo e veja o vídeo l https://youtu.be/Q7LALe9LNkw?si=7_bZfmz7Iw9f-5Tr ### Império Espanhol Os Árabes na E...