Neonazismo (Neo = novo + Nazismo).
O fascismo
Nossa conversa começa pelo fascismo, este é uma ideologia política de extrema-direita que surgiu na Itália em 1919, liderada por Benito Mussolini. Caracteriza-se por um nacionalismo extremado, autoritarismo, e a utilização da violência para alcançar e manter o poder. Historicamente, o fascismo defendeu mudanças radicais no sistema político, mas manteve o status quo econômico para preservar os privilégios da elite (conservador de poder e regalias).
Fascismo
https://www.youtube.com/watch?v=2MMKqI9qzXU
O fascismo e o nazismo
As influências do fascismo no nazismo são significativas e complexas. O nazismo, que surgiu na Alemanha em 1920, foi uma das principais expressões do fascismo europeu e compartilhou com ele várias características, como o autoritarismo, o nacionalismo extremado, e o antissemitismo.
O fascismo italiano, liderado por Benito Mussolini, serviu de inspiração para Adolf Hitler e o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP). Ambos os movimentos promoveram a ideia de um Estado totalitário e a supressão das liberdades individuais, além de se apoiarem em organizações paramilitares para consolidar o poder.
No entanto, o nazismo também se distinguiu do fascismo italiano em aspectos importantes. Por exemplo, o nazismo enfatizou muito mais o racismo e a superioridade da “raça ariana”, levando a políticas genocidas como o Holocausto. Além disso, o nazismo tinha uma obsessão com a pureza racial e o espaço vital (“Lebensraum”), que justificava a expansão territorial e a agressão militar.
Em resumo, enquanto o fascismo italiano influenciou o nazismo, este último desenvolveu sua própria ideologia extremista que levou a consequências devastadoras para a humanidade.
Fascismo e nazismo não são brincadeiras
Os prejuízos causados pelo fascismo são vastos e incluem a supressão de liberdades individuais, perseguição de minorias, e a instauração de regimes totalitários que levaram a conflitos globais como a Segunda Guerra Mundial. Além disso, o fascismo promoveu a censura, a propaganda estatal e a repressão violenta de opositores políticos.
O que é o neonazismo?
O neonazismo é uma ideologia que resgata e reabilita os ideais do nazismo. Surgiu logo após a Segunda Guerra e atua na clandestinidade. Os neonazistas manifestam discurso de ódio contra determinadas minorias, como negros, mulheres, judeus e o grupo LGBTQIAP+. Seus adeptos exaltam Adolf Hitler e negam a existência do Holocausto.
O nazismo foi um movimento político que surgiu na Alemanha em 1919, após a Primeira Guerra Mundial. Esse movimento, liderado por Adolf Hitler, promovia ideais ultranacionalistas, antissemitas e militaristas. Após a Segunda Guerra Mundial, o nazismo foi derrotado, mas a ideologia continuou a existir, com adeptos atuando na clandestinidade. O neonazismo é a perpetuação desses ideais nazistas, adaptando-os à atualidade. Os neonazistas resgatam elementos como a supremacia racial, o antissemitismo e o ultranacionalismo, além de assumirem posições homofóbicas, misóginas, capacitistas e de intolerância religiosa.
Preconceito contra nordestinos
Na Europa, houve um crescimento de grupos neonazistas nas últimas décadas, especialmente no Leste Europeu. Países como Alemanha, França e Grécia também enfrentaram problemas com o aumento do neonazismo. Nos Estados Unidos, onde a legislação não impede manifestações públicas desses grupos, ocorreram aglomerações de adeptos, como o infame evento de Charlottesville em 2017. É fundamental combater essa ideologia, promovendo a tolerância, a diversidade e o respeito pelos direitos humanos.
Charlottesville em 2017
https://www.youtube.com/watch?v=D7S8VjO2EHw
Charlottesville, neonazismo e a KKK
https://www.youtube.com/watch?v=8kqQjztmI_M
O neonazismo no Brasil
Neonazista brasileiros
O neonazismo no Brasil tem mostrado um crescimento preocupante nos últimos anos. De acordo com uma pesquisa realizada pela antropóloga Adriana Dias, que estuda o neonazismo desde 2002, houve um aumento de 270,6% no número de núcleos neonazistas no país entre janeiro de 2019 e maio de 2021. Estes grupos são caracterizados por promoverem o ódio contra minorias, como negros, mulheres, judeus, membros da comunidade LGBTQIAP+, nordestinos, deficientes e imigrantes, além de negarem o Holocausto.
Nazismo em Santa Catarina
Os desafios para combater esses grupos no Brasil incluem a falta de leis claras contra discursos de ódio, a falta de regulamentação das redes sociais (muitos grupos neonazistas usam a internet para propagar o ódio e atrair membros) e a dificuldade em aplicar punições efetivas. A pesquisadora Cláudia Dadico, que também estuda o tema, destaca que a compreensão equivocada da liberdade de expressão por alguns operadores do direito pode obstaculizar a punição de crimes de ódio, que claramente não se enquadram no campo da liberdade de expressão, mas sim na prática criminal.
Além disso, o promotor de justiça Bruno Gaspar ressalta que a liberdade de expressão não é ilimitada e não autoriza manifestações discriminatórias ou preconceituosa. A presença online desses grupos tem aumentado, e há temores de que isso possa transbordar para ataques violentos.
Liberdade de expressão não significa liberdade para preconceitos, difamações, desinformações, propagação de ódio e outros crimes.
É importante que a sociedade civil, as autoridades e as instituições trabalhem juntas para promover a educação, a conscientização e a criação de leis mais rigorosas para combater o neonazismo e proteger as minorias afetadas por essas ideologias de ódio.
Nazismo, integração e o Neonazismo
Integralismo - copia o fascismo italiano no Brasil.
Vídeo introdutório integralismo
https://youtu.be/nq12XnXAQlY?si=dh30csvu6TSN0iSB
O integralismo é um movimento político que surgiu no Brasil na década de 1930. Inspirado por grandes movimentos europeus, como o nazismo alemão e o fascismo italiano, o integralismo assume como símbolo a letra grega sigma (∑), que representa o somatório, simbolizando a união dos indivíduos sob sua doutrina.
Integralismo
https://www.youtube.com/watch?v=9g7lgroT7f0
Principais características do integralismo brasileiro:
1ª Base religiosa (No surgimento, a Base Católica - religião hegemônica da época):
O integralismo fundamenta-se na construção de um Estado subordinado moralmente ao catolicismo. Seu lema é “Deus, Pátria e Família”, destacando a importância desses pilares para a construção do modelo integralista.
2ª Unidade Nacional:
O movimento busca a unidade nacional e a valorização da identidade brasileira, repudiando regionalismos que possam dividir a Nação.
3ª Corporativismo:
O integralismo defende o corporativismo como forma de organização social e política, buscando a harmonia entre diferentes setores da sociedade.
4ª Combate ao Liberalismo e Socialismo:
O movimento se opõe ao liberalismo e ao socialismo, promovendo uma visão mais tradicionalista e conservadora.
5ª Saudação “Anauê” e o braço estendido:
Os integralistas cumprimentavam-se com a saudação “anauê”, de origem tupi, que significa “você é meu irmão”. Essa saudação era acompanhada do gesto de braço direito estendido, semelhante ao utilizado pelos nazistas e fascistas italianos.
Após o golpe de estado (Plano Cohen) e a instituição do Estado Novo por Getúlio Vargas em 1937, os integralistas tornaram-se clandestinos. O movimento arquitetou um levante armado contra o governo em 1938 (Levante Integralista, mas o ataque fracassou e seus integrantes foram presos. Plínio Salgado, líder do integralismo, foi exilado e permaneceu em Portugal até 1946. Desde então, o movimento manteve-se com menor força e número de militantes.
O integralismo brasileiro é parte da história política do país e representa uma visão específica de organização social e política, marcada por suas características próprias e influências internacionais.
Documento integralista
Integralismo hoje (neointegralismo)
https://www.youtube.com/watch?v=Er5Axy0l64s
Deus, pátria e família.
O lema “Deus, Pátria, Família” tem origem no movimento fascista brasileiro conhecido como Ação Integralista Brasileira (AIB), fundado na década de 1930. Vamos analisar o significado de cada parte desse lema:
Deus:
Representa a influência religiosa cristã dos integralistas. Para eles, Deus ocupava o topo da estrutura hierárquica social, sendo aquele que dirigia o destino dos povos.
Pátria:
Definida como “nosso lar”, a pátria era vista como uma unidade da população brasileira, contrapondo-se à divisão em classes. Os integralistas buscavam essa unidade por meio de um Estado integral, que harmonizasse os diferentes interesses da sociedade.
Família:
Considerada a menor unidade de organização social, a família era vista como o início e o fim de tudo. Ela garantia a manutenção das tradições e valores, sendo veiculada por meio dessa forma de organização social.
Deus, pátria e família
https://www.youtube.com/watch?v=MhlLAs3LQ4c
O integralismo foi um movimento político influenciado pelos ideais fascistas que surgiram na Europa após a Primeira Guerra Mundial. No Brasil, o integralismo defendia um Estado autoritário, tradicionalista e fundado em preceitos religiosos. O lema “Deus, Pátria, Família” refletia esses valores e serviu como base para as propostas desse movimento.
É importante destacar que o uso desse lema pelo atual presidente, Jair Bolsonaro, tem gerado controvérsias e debates sobre sua relação com o fascismo e o autoritarismo. A memória histórica e a atualização desse discurso são elementos fundamentais para compreendermos seu impacto na sociedade atual.
Neonazismo e a Ku Klux Klan (KKK)
Ku Klux Klan:
Fundada nos Estados Unidos após a Guerra Civil Americana, a KKK é conhecida por sua longa história de terrorismo, racismo e violência contra afro-americanos, imigrantes, latinos e outras minorias.
Passou por várias fases de atividade e declínio, mas sempre manteve a ideologia de supremacia branca e segregacionismo.
Utiliza símbolos como a suástica e a cruz em chamas, e seus membros são conhecidos por usar vestimentas brancas e capuzes para esconder suas identidades.
Ku Klux Klan
https://www.youtube.com/watch?v=k15VbfXmncs
KKK
https://www.youtube.com/watch?v=7Htp2l0yIlA
Intersecções:
Ambos os movimentos, nazismo e a Ku Klux Klan, são considerados de extrema-direita e defendem ideais de supremacia branca e nacionalismo branco. A KKK e grupos neonazistas compartilham oposição à imigração, anticatolicismo, racismo e antissemitismo. Desde os anos 1990, organizações neonazistas absorveram ex-membros da KKK, enfraquecendo a entidade original e misturando as ideologias. A terceira onda da KKK caracterizou-se pelo anticomunismo, homofobia, anticatolicismo fanático, neonazismo e antimiscigenação, utilizando violência e assassinatos para reprimir ativistas pelos direitos civis.
É importante ressaltar que, apesar de suas semelhanças ideológicas, cada movimento tem suas particularidades e contextos históricos específicos. A luta contra essas formas de extremismo e ódio é essencial para promover uma sociedade mais justa e inclusiva.
Os impactos desses movimentos de extrema direita, movimentos reacionários, tais como o neonazismo, a Ku Klux Klan e outros parecidos para a sociedade:
Os movimentos de neonazismo e organizações como a Ku Klux Klan (KKK) têm um impacto significativo e negativo na sociedade contemporânea. Eles promovem a intolerância, o ódio, o preconceito e a discriminação contra grupos étnicos e raciais, além de ameaçar a ordem social e os direitos humanos. Aqui estão alguns dos impactos desses movimentos:
Discurso de Ódio:
Aumento da disseminação de discursos de ódio, especialmente nas redes sociais, onde grupos neonazistas e supremacistas brancos encontram um espaço para espalhar suas ideologias.
Violência:
Há um risco de que o ódio propagado por esses grupos se transforme em violência física, incluindo ataques terroristas e atos de agressão contra minorias.
Polarização Social:
Esses movimentos contribuem para a polarização social, exacerbando tensões entre diferentes comunidades e grupos sociais.
Influência Política:
Em alguns casos, esses grupos tentam influenciar a política, promovendo candidatos que compartilham ou toleram suas visões extremistas.
Exemplos: Donald Trump, Jair Bolsonaro, Javier Milei entre outros.
Crescimento de Grupos Extremistas:
O número de células de grupos neonazistas tem crescido, se espalhando por todas as regiões e atraindo principalmente jovens.
Desinformação:
Tentativas de minimizar ou negar eventos históricos como o Holocausto, contribuindo para a desinformação e a distorção da história.
Exemplo no Brasil: Negativa sobre o Golpe Civil-Militar de 1964, Ditadura Militar, Tortura etc.
Intimidação e Exclusão:
Minorias visadas por esses grupos podem se sentir intimidadas e excluídas, afetando sua participação na sociedade e seu bem-estar psicológico.
Legislação e Políticas Públicas:
A existência desses grupos pode levar a um chamado por leis mais rigorosas contra crimes de ódio e a uma maior vigilância sobre atividades extremistas.
É crucial que a sociedade civil, as autoridades e as instituições trabalhem juntas para promover a educação, a conscientização e a criação de leis mais rigorosas para combater o neonazismo, a KKK e proteger as minorias afetadas por essas ideologias de ódio.
Dicas de filmes
Dica 01
Mississipi em chamas
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Infiltrados na Klan
Infiltrados na Klan (filme)
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