segunda-feira, 24 de abril de 2023

Crise de 1929 (Quebra da Bolsa de Nova York)


A expansão econômica dos Estados Unidos


No dia 29 de outubro de 1929, ocorreu o crack (quebra) da bolsa de valores de Nova York.


* 1920 - 1925 = Expansão da economia EUA devido consequências da Grande Guerra.

- Incentivado pelo consumismo interno e pela elevação das exportações principalmente para a Europa destruída pela Grande Guerra.


* 1926 - 1929 = desaceleração e estagnação da economia dos EUA, devido as restrições impostas pelos governos europeus que desejavam recuperar suas economias.

- Por causa dos baixos salários pagos aos trabalhadores assalariados, diminuição do consumo (trabalhadores não conseguiam comprar os produtos devido ao baixo poder de consumo), alto endividamento (vários empréstimo contratados), protecionismo europeu, endividamento das empresas dos EUA, a superprodução das empresas estadunidenses.


Para facilitar o seu entendimento, clique no link abaixo e veja o vídeo ilustrativo.

https://www.youtube.com/watch?v=K7S2gRKKq6g&t=3s


Contexto geral


Você ou alguém da sua família tem o costume de escutar programas de rádio? Para você, quais seriam as estações mais populares atualmente? Você sabia que as primeiras radiodifusoras, com programação regular, surgiram na década de 1920? Foi nessa época também que o cinema se tornou popular, com filmes de Hollywood sendo exibidos em locais muito parecidos com aqueles que você conhece hoje.


Consumismo estadunidense (aproveitando o tempo de expansão econômica).


Você sabe o que é consumismo? A palavra, que logo de cara já remete a algo negativo, representa o hábito de comprar por impulso, sem planejamento e de forma excessiva. Pessoas extremamente consumistas podem ter suas vidas afetadas em diversos pontos, como finanças, relacionamentos e, até mesmo, o trabalho.

Consumismo



O American Way of Life


American way of life ou "estilo de vida americano" foi um modelo de comportamento surgido nos Estados Unidos após a Primeira Guerra Mundial. Este modo de viver passava pelo consumismo, a padronização social e a crença nos valores democráticos liberais.



American Way of Life


Período de expansão econômica (ganhando com a destruição da guerra na Europa)


Nos Estados Unidos, a expansão dos meios de comunicação de massa, como o rádio e o cinema, foi beneficiada pela grande prosperidade econômica do país durante e após a Primeira Guerra Mundial. 


Como o conflito não foi travado em seu território, a economia estadunidense não sofreu os danos decorrentes dos combates. Além disso, a guerra debilitou grande parte do potencial industrial europeu, permitindo que os Estados Unidos se tornassem o principal exportador de mercadorias de todo o planeta, responsável por cerca de 30% da produção mundial naquela época.


Europa destruída


Ao contrário dos Estados Unidos, a Europa saiu da Primeira Guerra economicamente abalada. O desemprego cresceu e a inflação galopante desvalorizou as moedas nacionais, especialmente o marco alemão, causando o empobrecimento da população.


Europa querendo ressuscitar a sua economia 


Interessados em recuperar suas economias, os países europeus adotaram medidas para proteger e estimular suas indústrias, restringindo as importações.



Efeito do consumismo, do American Way of Life, e da expansão econômica da primeira metade da década de 1920. Congestionamento em Nova York, 1927. Com a criação do Ford Modelo T e depois da linha de montagem, em 1913, o automóvel começou a ser produzido para as massas. Durante a década de 1920, a quantidade de carros em circulação no Estados Unidos triplicou.


Limites do crescimento econômico estadunidense


A partir de meados dos anos 1920, as medidas protecionistas dos países europeus afetaram a economia dos Estados Unidos, que passou a apresentar uma queda significativa no volume de exportações para a Europa.


Baixos salários pagos  aos trabalhadores e a queda no consumo interno



Trabalhadores e as péssimas condições de trabalho e os baixos salários


A esse problema externo somavam-se, internamente, os baixos salários pagos aos trabalhadores estadunidenses e a queda dos preços dos produtos agropecuários causada pela redução do consumo. Com a retração dos mercados externo e interno, a economia dos Estados Unidos estava diante de um problema de superprodução.




Os burgueses pagavam cada vez menos pela mão-de-obra prestada pelos trabalhadores, pois focavam cada vez mais na otimização dos seus lucros empresariais. 



Conceito de Mais-valia


Desaquecimento econômico a partir de 1925 e a superoferta de crédito



Enfraquecimento econômico - queda da demanda pelos produtos, aumento dos juros etc.


Assim, a partir de 1925, o crescimento econômico dos Estados Unidos começou a regredir. Simultaneamente, o governo e os bancos ofereciam muito crédito para tentar estimular a produção e elevar o consumo, o que ampliou a especulação na bolsa de valores. 



Baixa na atividade comercial


O que é uma bolsa de valores?


A bolsa de valores é o mercado organizado onde se negociam ações de sociedades de capital aberto (públicas ou privadas) e outros valores mobiliários, tais como as opções.


Você tem ideia do que seja e como funcionam as bolsas de valores?



Operadores trabalhando na bolsa de valores de Nova York, nos Estados Unidos, em 2018.


A bolsa de valores e o boom especulativo


Para atrair investidores, uma empresa coloca ações à venda na bolsa de valores, que é o local onde elas são negociadas. Ação é um documento que representa a propriedade de uma parte do patrimônio de uma empresa. 


Como funciona uma bolsa de valores?


Numa situação ideal, se a empresa tiver lucros, o preço das ações sobe, beneficiando os investidores, também conhecidos como acionistas. Caso os lucros da empresa diminuam, o preço das ações cai, prejudicando os investidores. Assim, os acionistas procuram vender suas ações antes que os preços caiam demais.


Conflito entre capitalismo industrial x capitalismo financeiro


Operações desse tipo na bolsa de valores são consideradas normais e acontecem até os dias de hoje. Porém, naquele período, com a economia superaquecida e a ausência de regulamentação governamental*, investimentos feitos nos setores produtivos (que são aqueles que geram emprego) passaram a ser transferidos, em massa, para as aplicações na bolsa de valores, que parecia ser o caminho mais rápido para a riqueza*.


*Por que não existia regulamentação governamental? Por causa da política chamada de liberalismo econômico (onde o Estado é diminuído e impedido de intervir na economia). Teoricamente, o mercado se autocontrola, será?




* As pessoas preferiam investir em ações (capitalismo financeiro) do que abrir suas próprias empresas e produzir ou ofertar serviços (capitalismo industrial).


Como resultado, a maior parte das empresas ficou muito endividada (baixa demanda dos seus produtos e contratação de vários empréstimos), pois produzia muito e vendia pouco, enquanto o preço das ações não parava de subir (e na realidade, deveria estar caindo, pois os resultados contábeis estavam piorando).



Quanto maior é a taxa de juros nos empréstimos, mais pesada fica as dívidas das empresas.


Contexto complicado


Criou-se, assim, uma situação contraditória, que cedo ou tarde levaria ao colapso: por um lado, os investimentos crescentes valorizavam rapidamente o preço das ações; por outro, muitas empresas representadas por essas ações estavam à beira da falência.


A quebra da bolsa de Nova York


Tentativa do governo de Washington em enfraquecer o mercado de bolsa

Em outubro de 1929, o governo dos Estados Unidos elevou para mais de 10% a taxa de juros cobrada sobre as operações de crédito para investimentos no mercado financeiro. A esperança era que o capital voltasse a fluir para o setor produtivo. 


O resultado da elevação de taxa de juros sobre operações de crédito para investimentos no mercado financeiro.


Essa medida, porém, contribuiu para difundir a desconfiança no lucro fácil da especulação financeira, produzindo uma verdadeira corrida dos acionistas para vender suas ações.


Corrida para vender as ações (efeito manada)


*Problema de liquidez


O primeiro dia de pânico ocorreu em 24 de outubro, quando 12 milhões de ações foram colocadas à venda. Sem compradores para essas ações, ocorreu uma queda acelerada no preço delas e a falência de milhares de investidores. A notícia se espalhou, agravando a situação. No dia 29, ocorreu o crack (quebra) da bolsa de valores de Nova York.


Com a quebra da Bolsa de NY, empresas falidas e muitos dos acionistas não possuíam recursos para pagar os seus empréstimos


Muitos especuladores recorriam a empréstimos bancários para comprar ações. Com o crack da bolsa, eles não tinham como pagar os empréstimos contraídos. 


Quebra do sistema bancário dos EUA (dinheiro que foi usado pelos bancos para os empréstimos, não voltou para as contas correntes dos seus dono originais)


Assim, milhares de correntistas não tiveram os seus depósitos garantidos pelos bancos, provocando quebras no sistema bancário dos Estados Unidos. Ou seja, o dinheiro dos clientes que estava guardado nos bancos simplesmente desapareceu.


Cadê o liberalismo? Onde está a autorregulação do mercado?


Acreditando que o próprio mercado colocaria as coisas nos eixos, o governo estadunidense cruzou os braços perante a crise. O mercado, porém, não conseguiu se restabelecer por conta própria, e a economia capitalista entrou em uma crise que se prolongou por vários anos.


A crise financeira de 2008 (uma outra crise do capitalismo financeiro)


A História se repetiu com o neoliberalismo e a crise de 2008.


Em 2008, outra crise econômica de grandes proporções atingiu o mundo. Novamente, o problema surgiu nos Estados Unidos, envolvendo a compra e venda de ações no mercado financeiro. Como você viu, às vésperas da crise de 1929, inúmeros investidores compraram ações sem saber se as empresas eram lucrativas ou se estavam a caminho da falência. No início do século XXI, algo semelhante ocorreu, mas com o mercado de compra e venda de imóveis.



Um economista sábio faz uma pergunta, charge de John T. McCutcheon, 1932.


Quadro da aula


Para Revisar

Clique no link abaixo e veja o vídeo


EXERCÍCIOS

01 - O que aconteceu na economia dos EUA entre 1918 - 1925? Explique o que originou isso:

02 - Em relação a economia dos EUA, o que aconteceu na segunda metade da década de 1920? Informe 4 fatores que originou esse fato:

03 - O que é consumismo? Por que o consumismo muito intenso é prejudicial?

04 - O que foi o American Way of Life?

05 - Como a expansão dos meios de comunicação nos EUA foi incentivada?

06 - Como o rádio, o cinema e jornais foram usados para fortalecer o American Way of Life?

07 - Por que a Primeira Grande Guerra Mundial (1914 - 1918) beneficiou a economia dos Estados Unidos?

08 - Interessados em recuperar a sua economia, o que os governos europeus fizeram?

09 - Cite 04 motivos que justificam o desaquecimento da economia estadunidense a partir de 1925:

10 - Como era a situação financeira dos trabalhadores estadunidenses na década de 1920?

11 - O que é um problema de superprodução? Quando isso ocorre? Por que isso é um problema?

12 - O que é uma bolsa de valores? O que acontece nesse lugar?

13 - Por que as empresas abrem o seu capital (vendem parte de suas ações)?

14 - Informe motivos do "conflito" de investimentos entre o capital financeiro e capital industrial? Por que boa parte dos investidores optaram em investir nas ações das empresas comercializadas na bolsa de valores?

15 - Por que parte das empresas dos EUA passaram por endividamento na segunda metade da década de 1920?

16 - Por que a bolsa de valores de Nova York quebrou em 1929?

17 - Quais foram as ações do governo republicano de Herbert Clark Hoover para impedir a crise financeira?


AVALIAÇÃO 

Clique no link e responda as perguntas no Google Formulários sobre a Década de 1929 e a Quebra da Bolsa de Valores de Nova York

https://forms.gle/aLhvB3kasoMYRVop9


Mapão para orientar estudo visando otimização de rendimento na avaliação presencial:


https://historiaecio.blogspot.com/2023/05/mapao-crise-de-1929.html


Próxima aula

A Grande Depressão no mundo capitalista e a política do New Deal nos EUA.


https://historiaecio.blogspot.com/2023/04/grande-depressao-e-o-new-deal.html


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Revolução Francesa e as suas contribuições para a formulação do mundo contemporâneo (Revolução Francesa parte 03)

Revolução Francesa foi: A Revolução Francesa foi um período de intensa agitação política e social na França entre 1789 e 1799, que teve um i...