quarta-feira, 12 de março de 2025

Imperialismo e neoimperialismo influenciando os séculos XIX, XX e XXI.

Imperialismo e Neoimperialismo: Continuidades e Transformações

O imperialismo é uma prática de expansão e dominação de nações poderosas sobre territórios mais fracos, geralmente com o objetivo de controlar recursos naturais, mercados e mão de obra. Essa prática foi especialmente marcante nos séculos XIX e XX, quando potências europeias, como Reino Unido, França e Alemanha, colonizaram vastas regiões da África, Ásia e América Latina. No entanto, após a descolonização no século XX, o imperialismo assumiu novas formas, dando origem ao que chamamos de neoimperialismo.

Definição de Neoimperialismo

O neoimperialismo refere-se às práticas de dominação e influência exercidas por nações ou corporações poderosas sobre países mais frágeis, sem necessariamente ocupar seus territórios de forma direta. Em vez de colonização formal, o neoimperialismo utiliza mecanismos econômicos, políticos e culturais para manter o controle, como investimentos estrangeiros, acordos comerciais assimétricos, intervenções militares indiretas e influência midiática.

Influência do Capitalismo e da Revolução Industrial

O neoimperialismo está profundamente ligado ao desenvolvimento do **capitalismo** e aos impactos da Revolução Industrial. A partir do século XIX, a industrialização criou uma demanda crescente por matéria-prima e novos mercados consumidores. As potências industriais, como Reino Unido e França, buscaram controlar regiões ricas em recursos (como África e Ásia) para garantir o abastecimento de suas fábricas e expandir suas economias.

No contexto do neoimperialismo, o capitalismo globalizado ampliou essas dinâmicas. Corporações multinacionais passaram a exercer um papel central, explorando recursos e mão de obra barata em países periféricos, enquanto nações desenvolvidas mantêm o controle por meio de instituições financeiras internacionais, como o FMI e o Banco Mundial. Essas instituições muitas vezes impõem políticas de ajuste estrutural que beneficiam os países ricos em detrimento dos mais pobres.

Exemplos de Neoimperialismo no Século XIX

Embora o termo "neoimperialismo" seja mais associado ao período pós-Segunda Guerra Mundial, suas raízes podem ser identificadas já no século XIX, quando o imperialismo tradicional começou a se adaptar às novas realidades econômicas e políticas. Alguns exemplos incluem:

1. Imperialismo Britânico na Índia: Após a Revolução Industrial, o Reino Unido consolidou seu controle sobre a Índia, não apenas como colônia, mas como um mercado consumidor de produtos industrializados e fornecedor de matérias-primas, como algodão. A administração indireta por meio da Companhia das Índias Orientais é um exemplo precoce de neoimperialismo.

2. Expansão dos EUA na América Latina: No final do século XIX, os Estados Unidos adotaram a Doutrina Monroe e a política do "Big Stick" para exercer influência sobre países latino-americanos. Em vez de colonização direta, os EUA usaram intervenções militares e acordos comerciais para controlar recursos e mercados.

3. Concessões na China: Durante o século XIX, potências europeias e os EUA forçaram a China a aceitar "tratados desiguais", que concediam controle sobre portos e regiões estratégicas. Essas concessões permitiram a exploração econômica sem anexação territorial formal.

4. Neocolonialismo na África: Embora a partilha da África no final do século XIX tenha sido marcada pela colonização direta, algumas práticas já antecipavam o neoimperialismo, como o controle de rotas comerciais e a exploração de recursos por meio de empresas privadas.

Conclusão

O neoimperialismo representa uma evolução das práticas imperialistas, adaptando-se às mudanças no sistema capitalista e nas relações internacionais. Enquanto o imperialismo clássico dependia da ocupação territorial, o neoimperialismo opera por meio de mecanismos mais sutis, mas igualmente impactantes, como o controle econômico e a influência cultural. Compreender essas dinâmicas é essencial para analisar as desigualdades globais e os desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento no mundo contemporâneo.

Foto do quadro da aula 04 - Imperialismo e neoimperialismo 

terça-feira, 11 de março de 2025

2025 - Revolução Inglesa

Revolução Inglesa (1642 - 1688)

Resumo sobre a Revolução Inglesa

A Revolução Inglesa foi um período de conflitos políticos e sociais que ocorreu na Inglaterra entre 1642 e 1688, marcado pela luta entre a monarquia absolutista e o Parlamento, resultando em transformações significativas no sistema político e na sociedade inglesa.

Antes da Revolução Inglesa
Antes da Revolução, a Inglaterra era governada por uma monarquia absolutista, onde o rei detinha poderes quase ilimitados. A dinastia Stuart, especialmente sob o reinado de Carlos I, enfrentava crescente oposição do Parlamento, que buscava limitar o poder real e garantir mais direitos e liberdades para os cidadãos. A sociedade era estratificada, com uma nobreza poderosa, uma burguesia em ascensão e uma população rural empobrecida.

O que foi a Revolução Inglesa
A Revolução Inglesa foi um conjunto de conflitos armados e mudanças políticas que levaram à queda do absolutismo e ao estabelecimento de uma monarquia constitucional. Incluiu a Guerra Civil Inglesa (1642-1649), a execução de Carlos I, a instauração da República sob Oliver Cromwell (1649-1660), a Restauração da monarquia com Carlos II (1660) e, finalmente, a Revolução Gloriosa (1688), que consolidou o poder do Parlamento.

Principais propostas defendidas pela Revolução
- Limitação do poder real: Defesa de uma monarquia constitucional onde o poder do rei fosse controlado pelo Parlamento.
- Direitos individuais: Garantia de liberdades civis e religiosas.
- Soberania parlamentar: Estabelecimento do Parlamento como a principal autoridade legislativa.
- Liberdade religiosa: Redução da influência da Igreja Anglicana e tolerância para outras denominações.

Influência da Filosofia Iluminista
A Revolução Inglesa foi influenciada por ideias iluministas, que defendiam a razão, a liberdade individual e a separação de poderes. Filósofos como John Locke, que defendia o contrato social e os direitos naturais, tiveram um impacto significativo no pensamento político da época.

Grupos da Revolução Inglesa
- Realistas (Cavaleiros): Apoiadores do rei Carlos I, compostos principalmente pela nobreza e pelo clero.
- Parlamentaristas (Cabeças Redondas): Apoiadores do Parlamento, incluindo a burguesia, pequena nobreza e puritanos.
- Levellers e Diggers: Grupos radicais que defendiam maior igualdade social e reformas agrárias.

Fases da Revolução
1. Guerra Civil Inglesa (1642-1649): Conflito entre realistas e parlamentaristas, resultando na vitória do Parlamento e na execução de Carlos I.
2. República e Protetorado (1649-1660): Governo de Oliver Cromwell, marcado por um regime autoritário.
3. Restauração (1660-1688): Retorno da monarquia com Carlos II e Jaime II, mas com crescente tensão entre o rei e o Parlamento.
4. Revolução Gloriosa (1688): Deposição de Jaime II e ascensão de Guilherme III e Maria II, consolidando a supremacia parlamentar.

Quem foi Oliver Cromwell?
Oliver Cromwell (1599-1658) foi um líder político e militar inglês que desempenhou um papel central na Revolução Inglesa. Ele era um membro da pequena nobreza rural (gentry) e um puritano fervoroso, o que influenciou sua visão política e religiosa. Cromwell tornou-se uma figura proeminente durante a Guerra Civil Inglesa e, posteriormente, governou a Inglaterra como Lorde Protetor durante o período conhecido como Commonwealth (República) e Protetorado.

Participação de Oliver Cromwell na Revolução Inglesa

1. **Liderança Militar**:
   - Cromwell destacou-se como um comandante militar talentoso durante a Guerra Civil Inglesa (1642-1649). Ele liderou as forças parlamentaristas, conhecidas como o Novo Exército Modelo (New Model Army), que era composto por soldados altamente disciplinados e motivados por ideais puritanos.
   - Suas vitórias decisivas, como a Batalha de Marston Moor (1644) e a Batalha de Naseby (1645), foram cruciais para a derrota dos realistas (apoiadores do rei Carlos I).

2. **Execução de Carlos I**:
   - Após a vitória parlamentarista, Cromwell foi um dos principais defensores do julgamento e execução do rei Carlos I em 1649. Ele acreditava que o rei havia traído o povo e que sua morte era necessária para garantir a liberdade e a justiça.

3. **Estabelecimento da República**:
   - Com a execução de Carlos I, a monarquia foi abolida, e a Inglaterra foi declarada uma República, conhecida como Commonwealth. Cromwell tornou-se uma figura central no novo governo, inicialmente como membro do Conselho de Estado.

4. **Lorde Protetor**:
   - Em 1653, Cromwell dissolveu o Parlamento do Rump (o remanescente do Parlamento Longo) e assumiu o título de Lorde Protetor, efetivamente tornando-se o governante da Inglaterra. Seu governo foi marcado por um regime autoritário, embora ele tenha buscado implementar reformas políticas e religiosas.
   - Durante o Protetorado, Cromwell promoveu a tolerância religiosa para os protestantes, mas reprimiu católicos e outras dissidências religiosas. Ele também buscou consolidar o poder da Inglaterra no cenário internacional, envolvendo-se em conflitos como a Guerra Anglo-Holandesa.

5. **Morte e Legado**:
   - Cromwell morreu em 1658, e seu filho, Richard Cromwell, sucedeu-o como Lorde Protetor. No entanto, Richard não conseguiu manter o controle, e a monarquia foi restaurada em 1660 com Carlos II.
   - Após a Restauração, o corpo de Cromwell foi exumado e sujeito a uma execução simbólica, refletindo o ódio que muitos realistas tinham por ele.

Conclusão sobre Oliver Cromwell 
Oliver Cromwell foi uma figura complexa e controversa na história inglesa. Ele foi um líder militar brilhante e um defensor fervoroso dos ideais puritanos e parlamentares, mas seu governo como Lorde Protetor foi marcado por autoritarismo e repressão. Sua participação na Revolução Inglesa foi fundamental para a derrubada da monarquia absolutista e o estabelecimento de um governo republicano, embora seu legado continue a ser debatido por historiadores e estudiosos.

Legado da Revolução Inglesa 
A Revolução Inglesa estabeleceu as bases para a monarquia constitucional e o parlamentarismo moderno. Influenciou outras revoluções, como a Americana e a Francesa, e promoveu ideias de direitos individuais, liberdade religiosa e governo representativo.

Conclusão
A Revolução Inglesa foi um marco na história política, marcando a transição do absolutismo para um sistema de governo mais democrático e representativo. Seu legado continua a influenciar sistemas políticos em todo o mundo, destacando a importância do equilíbrio de poderes e dos direitos fundamentais.

Foto do quadro 📷 aula 11/03/2025 2001 emp.

sábado, 8 de março de 2025

08 de março - Dia Internacional das mulheres

Hoje é para lembrar que mulheres lutaram por essas conquistas no Brasil:

*Em 1827* para permitir que meninas fossem à escola;
*Em 1879*, para permitir o ingresso numa universidade;
*Em 1910*, para fundar partido político de mulheres;
*Em 1932* para votar no Brasil;
*Em 1962*, para não pedir permissão ao marido para trabalhar fora, pedir guarda dos filhos e ter direito à herança, na separação. A pílula chega esse ano ao Brasil; 
*Em 1974*, o direito a ter Cartão de crédito;
*Em 1977*, a lei do divórcio;
*Em 1979*, poder praticar futebol;
*Em 1988*, Constituição: Mulheres e homens têm direitos iguais;
*Em 2002*, não ter seu casamento anulado por não ser virgem;
*Em 2006*, Lei Maria da Penha;
*Em 2015*, Lei do feminicídio;
*Em 2018*, importunação
sexual como crime;
*Em 2023*, fazer laqueadura sem autorização do marido. 
*Em* 2024, Lei que prevê a obrigatoriedade da igualdade salarial entre homens e mulheres e  Lei que assegurou à mulher o direito de ter um acompanhante nos atendimentos realizados em serviços de saúde públicos e privados.
*PARABÉNS MULHRES, por suas lutas!*

Imperialismo e neoimperialismo influenciando os séculos XIX, XX e XXI.

Imperialismo e Neoimperialismo: Continuidades e Transformações O imperialismo é uma prática de expansão e dominação de nações poderosas sobr...